Com larga difusão ao longo dos últimos anos e uma oferta diversificada que não sendo central no negócio dos operadores móveis passou a ser ponto de honra no seu portfólio de produtos, os serviços suportados por WLAN - Wireless Local Area Network - estão ainda longe de cativar grande interesse por parte das empresas europeias.



Segundo um estudo elaborado pela IDC em oito países europeus, apenas 8 por cento das empresas entrevistadas demonstram muito interesse em aceder aos serviços wireless disponibilizados no seu território, embora 57,7 por cento garantam estar cientes da oferta disponível.



O documento aponta como explicação para o facto a falta de estratégias de mobilidade das organizações, uma tendência que se acentua nas empresas de menor dimensão. Cerca de 37 por cento dos inquiridos admite que a sua empresa tem uma estratégia formal para os dados móveis, o que empurra a grande maioria das organizações para a falta de estratégias nesta área.



Na análise à realidade das grandes empresas a IDC conclui que apenas 11,3 por cento mostra muito interesse em usar serviços WLAN, um número que contrapõe à média apurada para as organizações de menor dimensão que se fica pelos 4,3 por cento.



Ainda assim, o número de hotspots duplicou durante a primeira metade de 2004, um crescimento que foi acompanhado pela subida das vendas de equipamentos, tendência que Portugal deverá acompanhar tendo em conta que foi na primeira metade do ano que os principais operadores de telecomunicações nacionais apresentaram as suas estratégias para o Wi-Fi e intensificaram a cobertura de zonas estratégicas como aeroportos, zonas de lazer, centros comerciais, entre outros.



Em Portugal foi também na primeira metade do ano que se conheceram os modelos de negócio que hoje suportam o fornecimento da tecnologia, que durante vários meses esteve disponível de forma gratuita, numa fase piloto que pretendeu aferir as características e necessidades da procura.



Mesmo nos países onde as experiências começaram mais cedo - logo no início de 2003 em vários países da Europa - o Wi-Fi mantém-se numa espécie de fase de pré-aceitação que a consultora considera, em muito se deve à falta de integração desta com outras ofertas dos operadores, por forma a captar um número de utilizadores mais significativo e permitir a rentabilização dos seus investimentos.



Portugal segue o ritmo europeu. A Hotspot Portugal, PT, a Vodafone e a sociedade Parque Expo apresentaram as primeiras ofertas nacionais nesta área, que no final do primeiro trimestre converteram em oferta comercial passando a cobrar pelo serviço.



A par com operadores de menor dimensão e com a ONI que usa a infra-estrutura da Vodafone, também a Sonaecom apresentou já a sua oferta Wi-Fi, disponível para clientes Novis, Clix e Optimus.



Com ligeiras variações no modelo de negócio - que no caso da SonaeCom não foi ainda divulgado - a generalidade dos operadores, com outras ofertas de voz fixa ou móvel, posicionam o Wi-Fi como uma tecnologia complementar aos restantes produtos, dirigida sobretudo ao mercado empresarial.



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