À medida que o 5G ganha força pelo mundo, as redes móveis mais antigas começam a ser desligadas. Nos Estados Unidos, os operadores de telecomunicações têm planos para desativar as redes 3G já em 2022 de modo a abrir mais espaço para as de quinta geração. Porém, a decisão poderá deixar parte da população norte-americana, assim como vários serviços essenciais do pais, sem ligação a comunicações e exacerbar as dificuldades geradas devido à pandemia de COVID-19.

O jornal The Washington Post avança que, embora os dados relativos a quantos norte-americanos dependem de dispositivos e serviços críticos que funcionam à base de redes 3G sejam escassos, estima-se que pelo menos 20% da população do país se enquadre nesta categoria.

Os principais operadores de telecomunicações nos Estados Unidos apresentam alguma resistência no que toca ao atraso da transição, defendendo que têm vindo a fazer alertas ao longo do tempo e que estão a tomar medidas para assegurar que todos os seus clientes se mantêm ligados.

A AT&T pretende desligar o seu serviço 3G em fevereiro de 2022, seguindo-se a Verizon, que tem planos para encerrar os seus serviços até ao final desse ano, e a T-Mobile, que aplicará a medida inclusive às redes 3D que obteve com a compra da Sprint, que apresenta as mesmas intenções.

A Federal Communications Comission (FCC) já lançou um guia online acerca da temática, com recomendações aos utilizadores e aos mais de 2.000 parceiros espalhados ao longo do país.

No entanto, há um vasto conjunto de serviços que depende de redes 3G: de sensores que registam o percurso dos autocarros escolares a alcoolímetros digitais usados pela polícia, sendo esta uma questão que afeta também a indústria de alarmes.

De acordo com organizações que apelam aos reguladores para atrasarem a mudança, as populações mais idosas e com menos recursos serão as mais afetadas. Se não forem tomadas medidas para ajudar a modernizar equipamentos como telefones ou sistemas de alerta concebidos para idosos, este segmento da população poderá ficar sem forma de, por exemplo, telefonar para serviços de emergência.