As estimativas são apresentadas hoje pelo jornal Público, com base em informação recolhida junto dos autarcas, numa "ronda pelas 40 freguesias com mais votantes, que representam um universo de 1.289.902 inscritos".

As dúvidas que dificultaram o acesso às urnas surgiram entre aqueles que já tinham cartão de cidadão e, devido ao colapso do Portal do Eleitor e dos sistemas de envio de SMS com os dados necessários para votar, não sabiam a que mesa de voto dirigir-se.

O número de pedidos de informação avançado estará, ainda assim, aquém da realidade, acrescenta a mesma fonte. Não conta com os valores estimados por alguns autarcas como "centenas" e peca por defeito porque diversas juntas de freguesia não contabilizaram os pedidos que receberam a partir do momento em que o Portal do Eleitor bloqueou.

Entre a Comissão Nacional de Eleições tinham, até ao início da tarde de ontem, sido recebidas 645 queixas por telefone e e-mail de pessoas reportando problemas com o cartão do cidadão e dificuldades na consulta do número de eleitor.

A situação que, segundo o porta-voz da CNE citado, "nunca tinha acontecido, porque, em 2009, a DGAI enviou uma carta aos eleitores com o cartão de cidadão e antes disso o problema não se punha", tem gerado enorme polémica e levou à demissão de dois responsáveis.

O director-geral da Administração Interna, Paulo Machado, e o director da Administração Eleitoral, Jorge Miguéis, apresentaram pedidos de demissão, soube-se quarta-feira, e vários partidos da oposição pediram também a demissão do Ministro da Administração Interna, Rui Pereira.

Logo no dia seguinte às presidenciais, o MAI emitiu um comentário no seu site, lamentando as falhas verificadas e anunciando que iria abrir um inquérito para apurar responsabilidades e evitar que os problemas se viessem a repetir.