A falta de acesso ao computador ou o interesse no acesso à Internet mantêm-se hoje como os grandes inibidores de níveis mais elevados de penetração de banda larga no país. A opinião é partilhada pela maioria dos intervenientes no evento que decorre em Lisboa, organizado pela Apritel.

Os representantes dos principais operadores de telecomunicações, alinhados num dos painéis do evento intitulado "Broadband for All", manifestaram-se em relação à necessidade de fazer da banda larga um serviço universal como é hoje a voz fixa e como defende o programa do Governo.

Representantes da Optimus, Cabovisão, PT e Ar Telecom concordaram na opinião de que é ao nível do acesso ao computador que está uma das principais barreiras para uma maior penetração dos serviços de acesso à Internet.

Pedro Leitão, administrador da PT Comunicações sublinhou o facto de qualquer das linhas de rede da PT - que garantem o serviço universal na voz - terem hoje condições para garantir ADSL, sendo que 90 por cento dessas linhas têm condições para oferecer 2Mbps de velocidade.

O mesmo responsável destacou ainda o facto de 94 por cento dos portugueses terem hoje cobertura de banda larga móvel e existirem no país cerca de quatro milhões de acessos deste tipo.

A Optimus também trouxe números ao evento, chamando a atenção para o facto de 30 por cento dos portugueses que não têm banda larga o justificarem com a falta de interesse na tecnologia. Os dados referidos por Ana Paula Marques também indicam que, nas classes mais baixas que utilizam a Internet, essa utilização fica três vezes abaixo da média.

Concretamente no que se refere à integração da banda larga no serviço universal, a Optimus sublinhou que, a acontecer, deve basear-se no principio da neutralidade tecnológica, uma opinião que foi partilhada pela generalidade dos interlocutores.

A Vodafone defende aliás a propósito, que as tecnologias como o móvel já estão a dar um contributo forte para ultrapassar as barreiras à utilização da banda larga via PC, tendo em conta que o telemóvel se apresenta como plataforma de utilização mais intuitiva, como sublinhou Mário Vaz, que representava a empresa.

Paulo Campos, secretário de Estado dos Transportes e Comunicações, fechou o evento garantindo que o Governo revela nos próximos dias uma decisão relativamente à inclusão da banda larga no serviço universal, frisando no entanto o facto do país dispor já hoje de uma cobertura alargada de serviços de banda larga.

Representaram os operadores neste painel de discussão Optimus, Cabovisão, Oni, Ar Telecom, Portugal Telecom e Zon.