Os números globais só serão revelados amanhã, mas o FTTH Council Europe adiantou já hoje alguns dados que permitem perceber que a Europa continua atrasada em relação à adopção da fibra óptica face aos Estados Unidos e à região da Ásia/Pacífico. Com 2,5 milhões de utilizadores - 3,5 milhões se foram considerados os números da Rússia - a região continua muito longe dos 38 milhões de assinantes na Ásia e dos 7,6 milhões na América.


Sem querer "culpar" especificamente a Comissão Europeia pelo atraso na clarificação regulatória, Karel Helsen, presidente do FTTH Council Europe, defendeu em conferência de imprensa que nenhum operador vai investir se não houver clareza no modelo de partilha e abertura das redes.

Considerando que a Europa é "caloira" nesta área, lembrou que a situação é bastante diferente da Ásia, onde existe um empenho claro dos Governos em implementar a infra-estrutura, ou dos Estados Unidos, onde aconteceu a protecção regulatória dos investimentos.


Questionado pelo TeK sobre a possibilidade da Europa nunca recuperar este atraso, não só pelo número de utilizadores mas também pela falta de interesse em investir nesta tecnologia, por existirem outras alternativas, o presidente do FFTH Council Europe defende que não há nenhuma tecnologia que seja mesmo alternativa para a qualidade de ligação que o FTTH consegue dar, e que mesmo o LTE é um complemento.


"Sentimos que há muitos players de mercado que consideram que o investimento em FTTH é o melhor modelo de sustentabilidade […] Acreditamos que na Europa ou há um impulso governamental e um regime regulatório que permita o desenvolvimento das redes ou vamos ter mais "dores" e dificuldades, com empresas a abandonar o mercado para outras regiões e o atraso no acesso aos serviços pelos cidadãos", refere Karel Helsen.


Portugal entra no ranking por uma margem curta


Os números referentes ao mercado Europeu confirmam que Portugal entrou no ranking das economias europeias com maior penetração na fibra até à casa, mas está em 14º de entre 15 países, seguida apenas pela Bulgária.
A Lituânia é a grande estrela deste ano, liderando o ranking com 18% de penetração, seguida pela Suécia e a Noruega. Mas há outros países de leste a ganhar lugar neste quadro de honra, como a Eslovénia, Estónia, Eslováquia e Letónia.


Embora com mais de 1 milhão de casas ligadas, Portugal continua atrasado no número de assinantes do serviço, um facto que Roland Montagne, da IDATE, a empresa responsável pelo estudo, explica com o facto da infra-estrutura ser ainda muito recente e os operadores estarem na fase de angariar clientes.

[caption]Ranking FTTH[/caption]

Nota de redacção: Informação corrigida em relação ao nome da empresa responsável pelo estudo, IDATE e não IDITE.