Na véspera do Mobile World Congress, a Huawei realizou a conferência Green ICT Summit, onde se debateram questões relacionadas com o meio-ambiente, e no compromisso da empresa (e parceiros) de um futuro mais verde e sustentável, assim como a redução das emissões de carbono nas suas operações. Há 12 anos que a Huawei realiza este evento, com diferentes temas como pano de fundo. No ano passado, por exemplo, o tema foi a conetividade 5G, mas para 2023 são as questões ambientais que estão na agenda da indústria.

Li Peng, vice-presidente de operações Carrier BG da Huawei, abriu a conferência, salientando algumas soluções que a empresa está a promover no desenvolvimento mais verde da indústria das telecomunicações. A inteligência artificial é um dos pontos centrais na eficiência energética, destacando que existem mais de 100 soluções. E deu exemplos de como as empresas já reduziram 30% de energia nas suas operações em França. Em Espanha o nível de eficiência também foi elevado. E salienta que as operadoras de telecomunicações beneficiam ao abraçarem iniciativas mais sustentáveis.

Veja na galeria imagens da conferência

A empresa tem feito esforços em reduzir a sua pegada carbónica e viu grandes resultados em 2022, tanto nas suas produções, como nas atividades em geral das suas fábricas. A empresa pretende continuar a estabelecer objetivos e envolver parceiros nas suas estratégias.

O representante das Nações Unidas, Massamba Thioye, salienta que a indústria ICT (Tecnologias da informação e comunicação) abraçou o verde, está cada vez mais descarbonizando, tornando mais sustentável o desenvolvimento do sector. Mas porque se deve abraçar o verde na transição digital? Os produtos que utilizam carbono passam a ser desmaterializados e dá o exemplo de como a música passou do CD (plástico) para o digital; ou as empresas que optam pelo teletrabalho, em vez de deslocações físicas ou a utilização da partilha de transportes (car sharing) através de soluções e aplicações digitais.

Huawei Green ICT Summit

Afirma que já se utiliza tecnologia Blockchain para saber quando é que os produtos são reciclados ou recondicionados, como base da economia circular. Estes fatores permitem reduzir energia, logo as emissões de carbono, segundo Massamba Thioye. A transição verde será feita através da digitalização. O sector ICT pretende responder a esse desafio de transição. E para conseguir cumprir esses objetivos são necessários planos e objetivos climáticos exigentes. Depois é necessária uma solução integrada, que combine negócios inovadores, que todos possam ter acesso. O gaming é apontado como uma das atividades que tem de mudar comportamentos, destaca Massamba Thioye.

O ecossistema Web3 necessita de estar aliado à transição Net-Zero, sendo um desafio enorme, mas necessário para as mudanças de descarbonização. Afirma que o sector ICT tem uma oportunidade de contribuir. “A estandardização é elemento-chave para esse futuro. Também o upskilling da mão-de-obra é necessário, para evitar uma crise social, de forma a envolver todos”. As empresas ICT devem colaborar para construir soluções, considerando que o sector privado vai manter a liderança na transição digital, mas o governo e sociedade civil devem estar envolvidos também.

A transição digital verde representa uma grande oportunidade para o sector ICT, permitindo o desenvolvimento de um novo mundo generativo, em vez de destrutivo, nas palavras finais na intervenção de Massamba Thioye.

Steven Moore da GSMA, organizadora do MWC, destaca que a ação climática necessita de uma “Task Force”, e diz que já tem 62 empresas como membros dessa força de combate às mudanças climáticas. Advogar as boas práticas é um dos objetivos, assim como a investigação. Salienta que a transparência é chave da iniciativa e que em 2023, 67 operadores revelaram as suas pontuações sobre o progresso nos objetivos propostos. As mudanças climáticas são o principal desafio colocado às empresas, sobretudo quando existem as questões atuais económicas e da guerra na Ucrânia. As empresas estão a revelar se os seus negócios têm impacto ou não no ambiente, segundo a GSMA. E estas métricas são cada vez mais importantes para a criação dos seus respetivos negócios.

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Em números sobre a eficiência energética apresentada, os números indicam uma tendência positiva, e quase um quarto da eletricidade utilizada é renovável (24%), correspondendo a 227 TWh. Esta tendência espera-se mais desenvolvida durante 2023.

A indústria circular para o ecossistema mobile já vale 140 mil milhões de dólares, refere a organização. Isso deve-se aos materiais recicláveis utilizados nos equipamentos, assim como a respetiva energia renovável na sua fabricação. É referido que um ano deste tipo de operações da indústria retira das estradas cerca de 4,7 milhões de automóveis. A tecnologia utilizada na indústria mobile pode conduzir à redução de 20% do carbono global até 2030, disse Steven Moore.

Da operadora China Broadnet, Song Qizhu, diz que a empresa tem o compromisso de construir uma plataforma competitiva global para integrar media, informação e tecnologia. Essa inovação será baseada na tecnologia 5G, prometendo uma experiência de utilizadores competitiva, quando comparada com outros operadores concorrentes. A longo prazo, necessita de múltiplas redes para a suportar, mas salienta que os terminais do espectro de 700 MHz têm de ser melhorados.

Para a empresa, a cooperação com os operadores existentes é a melhor opção para rapidamente desenvolver os serviços mobile. A China Broadnet propõe dessa forma uma cooperação estratégica para a construção de uma rede de 700 MHz, com total partilha de banda. Uma arquitetura partilhada, uma operação agilizada e suporte rápido de serviços. Uma única cloud para gerir sectores públicos, finanças, energia, transportes e outros. Refere que alcançou 6,5 milhões de utilizadores mobile 5G em seis meses, desde junho de 2022, quando a rede foi lançada na China. Para o futuro, espera alcançar os 50 milhões de utilizadores em três anos, a escalada da rede de 700 MHz a todos.

Outra operadora chamada ao palco foi a francesa Orange Innovation e o seu representante, Emmanuel Chautard, explicou como está a ajudar a combater o aquecimento global, do ponto de vista de uma Telecom. Diz que as emissões de CO2 têm impacto, mas devem ter uma abordagem centrada no utilizador, desde os equipamentos aos centros de dados. Para reduzir as suas emissões, a empresa está a explorar três objetivos: O primeiro é melhorar o acesso a energias renováveis e diminuir as emissões indiretas. Também está a reduzir a OPEX (gastos operacionais) da energia na relação com as receitas. Por fim, de manter a eficiência energética dos seus centros de dados e técnicos.

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Emmanuel Chautard diz que a Huawei é um ator central na sua estratégia de eficiência energética, a nível do hardware das redes, as soluções de armazenamento de energia, os sistemas de painéis solares que ajudam a criar energia verde renovável. Por fim, a capacidade de economia circular, acelerando o uso de equipamento em segunda-mão nas suas redes. Neste caso, a Huawei obteve a pontuação da sustentabilidade da economia circular, com uma seleção com mais de mil critérios.

As plataformas de monitorização são ferramentas em crescimento para a empresa, e está a desenvolver projetos e soluções no Egipto e na Polónia, com soluções da Huawei, modernizando os seus locais com antenas. O uso de painéis solares e outras tecnologias, permitem reduzir o custo da eletricidade e reduções de CO2. A empresa estabeleceu a meta de 2040 para se tornar neutra de carbono.

A operadora MTN tem uma ambição de liderar as soluções digitais no progresso em África até 2025. A empresa diz que pretende alcançar o objetivo através de soluções sustentáveis e eco-responsabilidade global. A empresa também tem o objetivo de alcançar a neutralidade carbónica em 2040. A sua estratégia passa pelas colaborações com empresas e organizações. O discurso de Marina Madale, representante da empresa, alinha-se com os restantes, nas medições do carbono e respetivas auditorias, estratégias específicas na redução das emissões, etc.

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A monitorização é uma palavra-chave partilhada, utilizada nos seus centros técnicos. A utilização de UPSs para compensar as variações e irregularidades do fornecimento de energia que não seja verde, é um dos exemplos. Em Uganda estão a ser modificados espaços para quintas solares, servindo populações rurais. A MTN salienta que ao desbloquear a economia sustentável, pode contribuir à criação de emprego, apontando para 2,8 milhões de postos indiretos e 400 mil diretos.

A quarta operadora a prestar testemunho é também chinesa, a China Telecom, representada por Feng Jie. Afirma que o desenvolvimento verde é crucial para as operadoras. Tem 390 milhões de utilizadores. A operadora também considera que a construção conjunta e partilha das redes, assim como a respetiva compra de equipamento pode levar as empresas a reduzir o custo de investimentos. Na sua visão, Feng Jie diz que as infraestruturas devem ser inteligentes e digitais, com capacidade de cobrir múltiplos elementos.

Para suportar as operações, deve ser construído um sistema de serviço computacional para uma sinergia entre cloud, edge e equipamentos. Da mesma forma que defende também que as redes 5G têm de ser construídas e partilhadas entre todos os players na estratégia de redução das emissões. Nos próximos passos, promete aumentar em 100 vezes a sua infraestrutura digital até 2030, investindo 6,5 biliões de dólares em investigação de ICT.

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O presidente de estratégia ICT da Huawei, Peng Song, focou-se em juntar o verde com o desenvolvimento de tecnologia. Considera que está a acontecer um “Bing Bang” na inteligência artificial, destacando o fenómeno do ChatGPT, que cresceu para 25 milhões de visitas em dois meses. Isso representa novas oportunidades de negócio, focados em texto, voz e vídeo. A empresa estima que em 2030, a capacidade computacional de IA vai crescer 500 vezes. E 100 vezes no que diz respeito a dados interativos. Isso vai levar à transformação das infraestruturas de dados. Por isso, lança o desafio Verde contra o Desenvolvimento, mas a empresa “escolheu, não escolher”, ou seja, adotou os dois conceitos.

A Huawei diz que propôs um conceito que reduz o consumo de energia das redes, ou seja, zero bit, zero watt. A empresa acredita que as suas inovações permitem desligar os equipamentos, em vez de usar sistemas em stand by, sem comprometer a sua eficácia. O agendamento do tempo utilizado nos seus centros ajuda a poupar, seja as condições climatéricas, o preço da eletricidade e outros fatores. A empresa afirma que as decisões têm de ser tomadas não por questões humanas, mas com base em dados.

Por fim, a Huawei lançou no evento a sua solução 1-2-3, sistemas de monitorização de redes, do consumo, uma plataforma mais inteligente e eficiente para acelerar a adoção dos verdes.

A equipa do SAPO TEK já está em Barcelona para acompanhar todas as novidades e poderá seguir aqui os principais anúncios do MWC 2023.

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