As operadoras de telecomunicações necessitam de introduzir "alterações fundamentais" aos seus modelos de negócio se desejam sobreviver na complexa e altamente competitiva Nova Economia, segundo um estudo conduzido pelas universidades de Newcastle e Strathclyde, no Reino Unido.
Mediante as conclusões, os responsáveis pelo estudo aconselham as empresas a examinar e rever minuciosamente as suas políticas de preços de modo a aumentar as receitas e a superar a actual queda das acções ligadas ao mercado das telecomunicações.
Embora as operadoras de telecomunicações forneçam a infra-estrutura essencial da nova economia, a maioria continua a operar nos diferentes princípios da velha economia. Os modelos de preço tradicionais do "custo mais margem de lucro" ainda são abundantes, revelam as conclusões dos investigadores das duas universidades inglesas, apesar de não servirem para um mercado intensamente competitivo. "A indústria das telecomunicações fornece uma infra-estrutura vital para a nova economia mas as operadoras falharam na aplicação dos princípios económicos à sua própria indústria", pode ler-se nas conclusões da investigação.
As empresas ligadas à área das telecomunicações necessitam de rever os seus modelos de negócio e procurar por novas formas de gerar receita compatíveis com os princípios comerciais da nova economia. Em vez de darem uma estrutura de preços uniforme aos seus produtos devem introduzir uma estratégia de preços personalizada baseada no valor adicionado pelos seus clientes, no lugar da quantidade de dados transmitidos ou do tempo gasto, aconselham os autores do estudo. Por outras palavras, em vez de dizer ao cliente quanto custa determinado serviço, perguntar-lhe se estaria disposto a pagar por serviços específicos em circunstâncias diferentes.
O estudo salienta a forma como a liberalização da indústria das telecomunicações permitiu a entrada de novos intervenientes no mercado, o que conduziu a uma concorrência maior, à rápida descida de preços e a uma estrutura industrial muito complexa.
Até há pouco tempo, a maioria das empresas beneficiava do boom na indústria das telecomunicações e um aumento correspondente no preço das suas acções. Mas os investidores perderam a confiança quando não conseguiram aproximar-se das receitas previstas inicialmente e o valor das acção caiu.
Os investigadores defendem que este abrandamento na indústria é a altura ideal para as operadoras perceberem onde falharam e como poderão recuperar. Entretanto vão surgindo mais rivais em variados sectores do mercado, causando uma reestruturação mais radical da indústria e ameaçando as posições dos intervenientes estabelecidos.
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