O mercado europeu das telecomunicações continuará a registar concentrações ao longo dos próximos dois a três anos. Quem o afirmou foi Andy Williams, presidente da Lucent Europe, para quem os cerca de 200 operadores hoje existentes tenderão a agrupar-se sobretudo em torno dos de maior dimensão, tanto na telefonia fixa como na móvel. Williams, que falava na conferência de imprensa em vésperas da abertura da CeBIT, na Alemanha, apontou a recente aquisição do operador móvel francês O2 pela Telefónica, de Espanha.

O presidente da Lucent Europe considerou a consolidação em curso no sector como uma grande oportunidade de negócio para a sua empresa devido aos serviços que ela poderá prestar na integração das redes sempre que dois operadores procederem à fusão das suas infra-estruturas.

Outra tendência sublinhada foi a pressão no sentido da redução de custos de operação e de investimento a que os operadores se encontram sujeitos, à qual procuram responder através da transição das suas tradicionais redes comutadas para infra-estruturas assentes nas tecnologias e nos serviços de IP — onde a Lucent vê também uma importante oportunidade para si.

Por outro lado, o responsável da empresa sublinhou a aposta dos operadores em serviços que gerem novas receitas (e assim compensem o efeito da pressão sobre os preços, de forma a fazer crescer a facturação média por cliente) e ainda os consideráveis investimentos em infra-estruturas que estão em curso nos países da Europa Central e Oriental, bem como na Rússia.

As vendas da Lucent no ano fiscal de 2005 cresceram 4,4% para 9441 milhões de dólares, a par de um aumento de 2 pontos para 44% na margem bruta do seu negócio. Este assentou sobretudo no 3G, nos serviços e aplicações, nas redes de dados e ópticas (em particular, na banda larga), e nas suas soluções de subsistemas multimédia sobre IP.

Rui Jorge Cruz em Hanover (Alemanha)

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