A partir de hoje mais freguesias do país dizem adeus à televisão analógica e entram definitivamente na era da televisão digital terrestre. O desligamento acontece nos concelhos da Nazaré e de Alcobaça. No primeiro afeta as freguesias de Famalicão, Nazaré e Valado de Frades. Já no concelho de Alcobaça o switch-off afeta as freguesias de Alfeizerão e Cela.



De acordo com dados da Anacom, a transição vai sentir-se em 10 mil lares, tendo em conta que apenas há mudança nos lares que recebam o sinal de televisão pela tradicional antena. Os utilizadores de serviços de TV por subscrição não são afetados pela mudança.



De acordo com o calendário definido pelo governo, o apagão de hoje é o último deste ano. No resto do país o sinal analógico de televisão desliga-se em definitivo apenas em 2012. Primeiro no litoral do país, (já a 12 de janeiro) e mais tarde no resto, até 26 de abril.



A Nazaré, a par com Alenquer e Agualva-Cacém, foram as três zonas escolhidas para testar o processo e antecipar a migração. Em Alenquer o sinal analógico foi desligado a 12 de maio. Em Agualva-Cacém a 16 de junho. Em ambos os casos, garantiu o regulador das comunicações em informação disponibilizada posteriormente, sem sobressaltos.



No caso da Nazaré há um dado novo a considerar na migração. É a primeira vez que o sinal analógico é desligado em freguesias que, por motivos técnicos, não podem receber o sinal digital de televisão. Nestes casos a empresa responsável pelo fornecimento de serviços de televisão digital (Portugal Telecom) assegura uma solução via satélite, que para já será posta em prática nas freguesias de Famalicão e Alfeizerão.



Para estes telespetadores, estar preparado para a TDT significa comprar um kit satélite (DHT). Nas restantes freguesias, para receber a TDT é necessário ter um televisor que suporte a norma DVB-T e a descodificação de vídeo MPEG4/H264, ou adquirir uma caixa descodificadora, no caso de ter uma televisão mais antiga.



Um estudo realizado pela Marktest em setembro e divulgado há dias revela poucas dúvidas entre os habitantes das regiões afetadas pelo apagão. Contudo, o nível de desinformação sobe junto das populações que passarão a ser servidas por serviços de satélite.



O estudo revelava que no fim de setembro 99% dos inquiridos já tinham ouvido falar na TDT. Noventa e quatro por cento conheciam exatamente a data do switch off do sinal analógico e 90% já estavam mesmo preparados para receber a televisão digital terrestre. No entanto, 70% dos residentes nas freguesias que vão passar a receber serviços de TV via satélite não tinha conhecimento que estas passarão a ser zonas DTH.



Os custos da migração - kit DHT ou descodificador - são suportados pelo utilizador. Grupos específicos da população, como os reformados, têm no entanto direito a apoios que baixam os preços dos equipamentos, informações que o TeK já detalhou numa montra sobre o tema.



Em todo o país estima-se que 1,5 milhões de lares sejam afetados pela mudança para a TDT, que já está disponível na generalidade do país mas que até às datas calendarizadas coexistirá com o sinal analógico de TV. Só após as datas definidas é que quem não tem alternativa nem seguiu os passos para receber o sinal digital, fica sem serviço de televisão.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico