Esta manhã a EDP anunciou ter chegado a acordo com as três operadoras móveis licenciadas para operar em UMTS em relação à compra de activos da OniWay e seu consequente encerramento. Em comunicado oficial, a eléctrica indicava que a TMN adquiriu activos da OniWay no valor de 41,624 milhões de euros, a Vodafone Telecel em 40,840 milhões de euros e a Optimus no valor de 40,528 milhões de euros.



Aprovada pelos accionistas da OniWay, a operação de venda foi avaliada em 161 milhões de euros, representando, segundo a eléctrica, uma perda líquida de cerca de 114 milhões de euros nas suas contas de 2002.



O negócio deverá ainda ser validado pelo Governo português e a Autoridade Nacional para as Comunicações (Anacom). A venda dos activos à TMN necessita também da autorização do conselho de administração da Portugal Telecom (PT), que detém a totalidade desta operadora.



As três operadoras garantiram ainda opções sobre mais activos da OniWay, tendo a TMN contratado mais 8,380 milhões de euros, a Optimus 9,450 milhões de euros e a Vodafone 9,170 milhões de euros. No acordo firmado com a Vodafone Telecel ficou consagrado um direito de venda à Vodafone, bem como um direito de compra por esta sociedade, da totalidade das acções representativas do capital social da OniWay, direitos que poderão ser exercidos desde que os accionistas desta sociedade decidam alienar a totalidade das suas participações.



A perda líquida prevista de aproximadamente 114 milhões de euros pela EDP corresponde a 56 por cento da eventual perda a registar pela ONI, refere ainda a eléctrica.



As razões para a decisão de venda são igualmente explicadas em comunicado, quando a EDP refere que a continuação da actividade da OniWay na exploração de sistemas de telecomunicações móveis UMTS estava prejudicada," em virtude da conjugação de factores ponderosos de ordem económica, financeira, técnica e comercial – não antecipáveis no momento de atribuição das licenças aos operadores UMTS – que se verificam tanto a nível europeu como a nível nacional".



"De facto", continua a EDP, "a nível europeu assume particular importância a alteração significativa da conjuntura relativa ao início de exploração dos serviços UMTS ocorrida no último ano e meio", nomeadamente a desistência de diversos operadores UMTS de vários Estados-membros, "por impossibilidade de cumprimento dos objectivos de negócio estabelecidos aquando da atribuição das respectivas licenças".



A EDP refere ainda que antecipa dificuldades na obtenção do financiamento necessário para o desenvolvimento tecnológico subjacente aos serviços UMTS, depois dos atrasos verificados. "As dificuldades a nível europeu repercutem-se directamente no plano nacional e foram reconhecidas pelo próprio Estado Português, a propósito do adiamento do prazo para o início da exploração dos serviços UMTS", salienta a EDP.



Com o encerramento do quarto operador móvel que nunca chegou a entrar no mercado, as indemnizações a pagar aos cerca de 400 funcionários da OniWay poderão ascender a 12,5 milhões de euros, noticiava hoje o jornal Público, que explicava que em causa, está a entrega de uma verba correspondente a cerca de um ano de salários aos trabalhadores que se disponibilizem a rescindir os seus contratos.



Os princípios da proposta de rescisão foram ontem anunciados pelo presidente da OniWay, António Vidigal, em reuniões com os quadros, poucas horas antes de ter sido formalizada o encerramento da empresa. O processo de rescisões amigáveis deverá iniciar-se em breve, mantendo-se a OniWay a funcionar formalmente até Janeiro de 2003.



Nota da Redacção: A notícia foi alterada, com a introdução dos parágrafos onde a EDP explica as razões que conduziram às decisões tomadas.



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