A Oni lançou ontem novos serviços de voz e Internet que oferecem aos clientes residenciais a possibilidade de adesão completa a um dos novos operadores de telecomunicações - surgidos há mais de três anos aquando da liberalização do sector em Portugal - sem ter de continuar a pagar a assinatura da linha de rede à Portugal Telecom (PT). é a primeira vez que esta solução é possível através da rede fixa, a linha de cobre, concretizando as promessas da abertura do lacete local aos novos operadores.

De momento, estes produtos encontram-se apenas disponíveis em algumas áreas da Grande Lisboa e do Grande Porto abrangidas pelas 14 centrais da PT onde a Oni, por decisão da Anacom (a entidade reguladora do sector), pôde instalar os seus equipamentos. No entanto, até ao final do ano a operadora espera ter acesso a um total de cerca de 50 de centrais, número que lhe permitirá cobrir 70 por cento da população.

Este novo tipo de serviço de Oferta de Lacete Local (OLL) inclui uma factura única onde serão integrados os serviços de voz e Internet de banda larga (ADSL), funcionando na linha telefónica do cliente e permitindo-lhe manter o seu número de telefone actual. Além disto, a Oni anunciou a implementação de um tarifário em que a facturação é feita ao segundo após o primeiro minuto e sem taxa de activação. Ao nível da Internet a empresa propõe uma navegação que pode ser até 10 vezes mais rápida do que a analógica (600 Kbps), always on e que funciona em simultâneo com a realização e recepção de chamadas telefónicas.

A Oni disponibilizou para o efeito três pacotes distintos para segmentos de clientes específicos: o ADSL 600K, que inclui 4 GB de download, com 25 euros de chamadas incluídas pelo preço de 54,99 euros ao mês; o ADSL 400K, que inclui 2 GB de downloads e ainda 10 euros de chamadas ao preço de 39,90 euros por mês. Um outro pacote dirigido apenas ao serviço de voz inclui a oferta de 60 minutos de conversação
em chamadas nacionais por um preço de 16,90 euros por mês.



Recorde-se que até agora os novos operadores estavam limitados à prestação de serviço indirecto aos clientes finais - no qual as chamadas são facturadas ao cliente pelo novo operador mas em que a mensalidade da linha continua a ser paga à PT - a menos que optassem pela construção de uma rede própria. Essa foi a aposta da extinta Maxitel que construiu uma rede FWA na linha de Cascais.



A liberalização do lacete local, o nome dado ao último quilómetro de rede de cobre que chega a casa do cliente, tem sido uma das grandes batalhas da liberalização do sector de telecomunicações fixas na Europa e em Portugal.



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