Com resultados líquidos positivos em vista para este ano fiscal, que termina em Junho, a Oni Communications está a analisar "oportunidades disruptivas de crescimento" que podem centrara-se em novas geografias ou na entrada em novos negócios complementares, avançou hoje Xavier Rodriguez-Martin, CEO da operadora, num encontro com jornalistas.

Em termos de resultados operacionais a empresa tem mantido um crescimento sustentado de 20 por cento ao ano, fixando-se nos 150 milhões de euros em 2007, e fortes investimentos na qualidade da rede, tendo reinvestido 20 milhões de euros no ano passado, o que corresponde a mais 10 por cento do que tinha sido investido em 2006.

Prestes a completar 10 anos de mercado, o operador que no ano passado vendeu o seu negócio retalhista continua centrado no mercado corporate, onde tem uma quota de cerca de 50 por cento no mercado bancário e onde almeja crescer sobretudo na Administração Pública, um negócio onde é o segundo maior operador mas onde detém apenas 3 a 4 por cento do mercado, explica o CEO da Oni.

Este é um mercado de grande potencial, avaliado em cerca de 250 a 300 milhões de euros (entre a AP central e local) e onde a Oni quer duplicar a quota nos próximos dois anos. Reclamando que os processos de aquisição são muito demorados e complexos, Xavier Rodriguez-Martin acredita que a evolução para uma maior facilidade no acesso a este mercado "vai ser natural" e que 2008 será um ano de transição, já que estão previstos vários concursos públicos.

Rede de Nova Geração deve ser partilhada

Xavier Rodriguez-Martin voltou a defender a ideia de que é necessário investir numa rede de Nova Geração para Portugal, e que esse investimento deve ser partilhado por todos os operadores, sendo a rede gerida por uma entidade separada que gere o negócio grossista.

O CEO da Oni já tinha avançado com esta ideia após o congresso da APDC e afirma agora que o projecto está a ser estudado no âmbito da Apritel, a associação do sector, já que é esta a entidade que tem mais condições para a dinamizar, defende.

As vantagens de um investimento partilhado, de que todos os operadores possam tirar partido enquanto retalhistas são realçadas pelo CEO da empresa, que afirma também que esta é uma "forma elegante de separar as redes retalhistas da grossista". Para concretizar o modelo Xavier Rodriguez-Martin mostra toda a disponibilidade para que a rede que a Oni detém - e que já possui uma infra-estrutura significativa em fibra óptica - seja um contributo, mas está também disponível a avançar com activos e financiamento, podendo "em última análise fazer todo o investimento", reforçou.

Porém, o CEO da Oni acredita que a criação de uma NGN (New Generation Network) não faz sentido sem a Portugal Telecom. "É fundamental que a PT participe", afirma.

Porém, os novos operadores não vão ficar de braços cruzados se isso não acontecer. "Se o incumbente não aceitar os novos operadores podem avançar com uma versão mais reduzida, a nível geográfico [...] mas é menos eficaz", admite Xavier Rodriguez-Martin que não se compromete quanto ao tempo durante o qual se pode esperar uma decisão. "Não há uma 'data de fim do mundo' para este investimento. Mas diria que quanto mais depressa possível".

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