A União Europeia mantém firme a estratégia de aceleração digital na Europa, com várias etapas e objetivos definidos para 2020, como por exemplo, o programa Horizon 2020 que estabelece financiamentos na investigação e inovação na ciência, indústria e a resolução de desafios sociais. Uma das metas estabelecidas pela Comissão Europeia diz respeito à cobertura de internet em banda larga nos países-membros. Até 2020, as ligações universais de banda-larga têm de ter pelo menos 30 Mbps, e pelo menos 50% das casas europeias têm de ter uma velocidade de 100 Mbps.

Para avaliar o progresso da implementação das ligações de alta velocidade nos lares europeus, a Comissão Europeia encomendou um estudo às empresas britânicas IHS Markit e Point Topic. O relatório mostrou que cerca de 219 milhões (99,9%) de lares da União Europeia tiveram acesso a pelo menos uma ligação de banda larga, fosse através de pontos fixos ou mobile até ao final de junho de 2017, comparativamente ao mesmo período de 2016.

fibra
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O estudo incindiu sobre os 28 Estados-membros da UE, mais a Noruega, Islândia e Suíça, analisando nove tecnologias NGA (Next Generation Access) de acesso por banda larga à internet, entre elas DSL, cabo, LTE, FTTP (fibra) e satélite, por exemplo. O estudo indica que houve um crescimento nos sistemas VDSL em 5% e FTTP em 3%, contribuindo para os serviços baseados em NGA atingirem 80,1% de implementação.

É ainda salientada a universalidade das ligações mobile 4G que chegou aos 98% de cobertura. Ainda assim, destacam-se negativamente as zonas rurais, com 8% dos lares a não terem cobertura de nenhuma rede de banda-larga e 53% nem são abrangidas por tecnologia NGA.

Focando-se em Portugal, o estudo refere que tanto as redes de banda larga fixas como móveis permaneceram acima da média da União Europeia, em todas as categorias combinadas, com 99,7% dos lares portugueses a acederem a pelo menos uma rede fixa. O documento refere ainda que 98,3% das casas rurais também tiveram acesso à banda-larga até meados de 2017. A média das ligações através de tecnologia NGA manteve-se inalterada em 95,2%, mas na área rural houve um aumento de 4,9%, atingindo uma cobertura de 78,5% das casas.

Avaliando as tecnologias utilizadas no nosso país, o estudo refere que Portugal tem uma cobertura de 99,2% de DSL. Ainda assim, os operadores nacionais optaram por não fazer o upgrade das redes DSL para VDSL, apostando no FTTP, ou seja, ligações através de fibra ótica. Esta estratégia levou Portugal a registar a maior disponibilidade de fibra em relação aos restantes países, com um crescimento de 3,2%, com uma cobertura de 89,4% dos lares.

O documento concluiu que Portugal beneficiou de uma estratégia de colaboração entre as três principais operadoras de telecomunicações para a partilha da rede de fibra ótica, promovendo a aceleração de implementação e redução de custos. As empresas utilizaram ainda o sistema de tubagem subterrânea, construída há 30 anos, o que levou a uma diminuição substancial das despesas gerais, incluindo a mão-de-obra.

Relativamente a outras tecnologias, o DOCSIS 3.0 (cabo coaxial) atingiu 76,3% de cobertura, mantendo-se acima da média, e a área mobile manteve a prestação em alta anterior, com o sistema LTE a atingir os 98,9% e o HSPA os 98,8%.

No que diz respeito às áreas rurais, Portugal registou um aumento de 7,7% nas redes de fibra ótica, alcançando um total de cobertura de 54,6%. O estudo salienta que o país regista quatro vezes a média da União Europeia que é de 11,3%. A rede mobile HSPA obteve 92% e LTE chegou aos 92,4% de cobertura nos lares rurais.

O estudo aprofunda ainda mais sobre o desenvolvimento da banda larga nas diversas regiões de Portugal. Sete regiões têm cobertura total de NGA e 13 têm uma disponibilidade entre 85 e 95%. Apenas três regiões apresentam banda larga abaixo dos 80%: Alentejo Litoral e Tâmega, enquanto o Alto Minho é a área mais “pobre” na cobertura com 56,4% de internet de alta-velocidade.