Com uma meta ambiciosa para 2030 para atingir a Década Digital, o objetivo primário é aumentar e melhorar a capacidade das infraestruturas de conetividade. A primeira meta estabelecida para 2025 é garantir a todas as famílias cobertura de 100 Mbps e em 2030 alcançar 1 Gbps. A Ookla partilhou o mais recente relatório sobre o progresso feito até agora, incluindo a disparidade entre a oferta e a experiência dos utilizadores, assim como os desafios que devem ser superados para os objetivos serem atingidos.
Um dos pontos apontados pelo benchmark é a realidade entre os serviços que oferecem 1 Gbps de ligação, mas que raramente excedem esse valor na prática pelos utilizadores. Na sua conclusão, existe uma grande diferença entre as velocidades publicitadas e aquelas que realmente estão disponíveis aos seus utilizadores. No entanto, o cenário muda para a oferta dos 100 Mbps, em que a velocidade do utilizador realmente se aproxima dos números anunciados.
A Ookla destaca que vários países registaram um progresso substancial na oferta de banda-larga, entre eles a Dinamarca, Espanha, França e Roménia, aumentando a velocidade média de velocidade de download. Isso deveu-se a investimentos na infraestrutura de fibra (FTTH).
Veja na galeria os gráficos com mais dados sobre as ligações na União Europeia:
Um dos pontos que a Ookla destacou foi a percentagem das famílias que subscrevem serviços de banda larga de pelo menos 100 Mbps, em relação à proporção de utilizadores que atingem essa velocidade. Neste ponto Portugal aparece em quarto lugar da tabela, com 77,08% de subscrições contra 56,28% de utilizadores que atingem os 100 Mbps. A Espanha é o país com mais famílias subscritas (87,48%) contra 60,35% de utilizadores a obterem essa velocidade. A Dinamarca, apesar de aparecer apenas em sexto na tabela, é o país com um melhor rácio entre a subscrição (69,26%) com a velocidade obtida (67,41%).
Nos números apresentados pela União Europeia sobre a cobertura da Europa referente a 2022, 86,6% dos lares europeus têm cobertura acima dos 100 Mbps. Nos desafios listados estão o acesso físico à rede, mas os preços e a perceção da necessidade também são fatores de adoção. Num dos estudos apresentados no documento, 55,08% dos lares da União Europeia já subscreveram serviços de internet com pelo menos 100 Mbps.
Mas para cumprir o objetivo de cobertura de 100 Mbps até 2025 ainda há trabalho para ser realizado. Apenas três países têm uma taxa de cobertura de fibra ótica acima dos 90%, onde se inclui Portugal em segundo lugar com 92,4%. A Roménia é o país com a maior cobertura 97,7% e a Espanha em terceiro com 92,1%. Do outro lado do espectro, a Alemanha apenas tem uma cobertura de 21,3% e o Reino Unido 42,9%. De recordar que Portugal vai lançar um concurso público internacional até 2023 para aumentar a cobertura nas zonas brancas.
Traçando a realidade das velocidades gigabit, o progresso atingido para o objetivo de 2030 é que apenas 56% dos lares da União Europeia têm acesso às redes de fibra ótica necessárias para atingir 1 Gbps. Por outro lado, apenas 13,76% dos lares subscreveram serviços com esta velocidade, em dados de 2022. A Ookla aponta que existe uma grande disparidade das percentagens nos países da União Europeia entre os lares com 1 Gbps e a proporção de utilizadores que atingiram essa velocidade.
A França lidera com 39,94% de casas com 1 Gpbs, mas apenas 1,42% dos utilizadores obteve essa velocidade. Todos os restantes países nem sequer chegaram a 1 ponto percentual de utilização perante a sua ligação, segundo o benchmark da Ookla. Portugal é listado em nono com apenas 4,54% de lares com esta velocidade, mas 0,06% dos utilizadores usufruíram dessa ligação.
O relatório conclui que existe uma grande diferença entre expetativa e realidade. Além da importância de lançar redes que suportam conetividade gigabit, será necessário estimular a procura para os seus serviços, além de que as empresas têm de ter em atenção o equipamento em casa das pessoas.
Durante o terceiro trimestre de 2023, a ferramenta Speedtest da Ookla coloca Portugal em sétimo lugar nos países com a maior velocidade média de download (131,94 Mbps) e upload (89,55 Mbps). A Dinamarca registou as velocidades mais rápidas de download (196,43 Mbps) e a Espanha em upload com 131,36 Mbps. No fundo da tabela surge a Itália com 63,05 Mbps de download e 19,31 Mbps de upload.
A dona do Speedtest salienta que existe uma grande falha geral entre a média de velocidades de download e upload. Apenas a Suécia consegue uma aproximação entre os 107,73 Mbps de download e 94,73 Mbps de upload. Os utilizadores com melhores ligações (os primeiros 10%) registaram velocidades entre 417,23 Mbps e 844,04 Mbps de download, ao passo que em upload as médias foram de 57,11 Mbps a 599,39 Mbps.
E apenas quatro países conseguiram ultrapassar os 700 Mbps: França com 844,08 Mbps, Hungria com 765,85 Mbps, Dinamarca com 734,91 Mbps e Roménia com 794,04 Mbps. A Roménia, França e Dinamarca são também os três países com melhores velocidades de upload, a ultrapassar os 500 Mbps.
O relatório completo com mais dados estatísticos pode ser consultado aqui.
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