Um relatório efectuado pelo Governo inglês para fazer o acompanhamento da evolução do mercado de banda larga no Reino Unido revelou a persistência de fragilidades que comprometem os objectivos do país nesta matéria. O documento considera que os actuais preços de banda larga para o mercado grossista condicionam o aparecimento de novas ofertas e consequentemente a competitividade do mercado.



O mercado inglês apresenta várias semelhanças com o mercado português, quer ao nível das condições de operação do mercado grossista, quer ao nível das exigências dos ISP, dependentes da infra-estrutura da British Telecom para oferecer Internet através de ADSL.



Para além do apelo a um novo modelo de negócio baseado na regra de retalho menos, os ISPs têm vindo a sugerir a separação entre oferta grossista e retalhista do operador incumbente. No que toca ao primeiro aspecto o novo relatório confirma a necessidade de adoptar novas práticas, já no que diz respeito à separação dos negócios grossista e retalhista o Trade and Industry Select Committee considera que "não está claro a relevância deste aspecto para a obtenção das metas do governo". Este organismo considerou que uma medida deste tipo não fará mais do que dar nova segurança aos ISP que veriam numa BT retail uma empresa sujeita às mesmas condições em que estes operam.



Os objectivos do governo britânico apontam para uma cobertura de 100 por cento do território em 2005, tornando o país líder no uso da tecnologia face aos países hoje mais desenvolvidos e com maiores taxas de penetração. As recomendações do grupo de trabalho apontam agora como condição essencial para atingir essa meta a definição de novos preços orientadores no mercado grossista, seguindo uma recomendação do regulador Ofcom emitida ainda em Dezembro do ano passado.



O relatório considera ainda que a velocidade da generalidade das ofertas disponíveis no mercado (512kbps) é manifestamente baixa e sugere que seja incentivado o desenho de novos produtos com maior capacidade de transmissão de dados.



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