A facilidade de comunicação e troca de imagens garantida pela Internet veio agravar os crimes de pedofilia nos últimos anos, avisa um estudo ontem divulgado pela NCH, uma organização não governamental britânica de defesa das crianças. Mas o risco vai aumentar com a Internet móvel, massificada através dos telemóveis de terceira geração e GPRS, indica o mesmo relatório.




Entre 1988 e 2001 o número de casos de pedofilia no Reino Unido cresceu 1500 por cento, passando de 35 para 509 nestes anos, revela o estudo da NCH. Antes da Internet os pedófilos tinham acesso a algumas fotografias, mas a sua troca era mais difícil e demorada, mas actualmente os criminosos identificados pela polícia têm normalmente gravadas no computador milhares de imagens de crianças vítimas de abusos sexuais.




O relatório Child abuse, child pornography and the Internet” refere ainda que a ligação entre a posse de imagens e o crime em si é cada vez mais claro, já que estudos realizados mostram que os pedófilos não ficam apenas pela visualização de fotografias. As imagens podem ainda ser uma forma de impulsionar desejos latentes, originando desta forma mais crimes.




A associação pretende com este relatório alertar a sociedade para os perigos da utilização da Internet por crianças sem acompanhamento dos adultos, principalmente de salas de chat, e ainda promover a participação das autoridades e da indústria para a criação de uma Internet mais segura.




John Carr, o autor do estudo, salienta ainda que a difusão da Internet para equipamentos móveis, como os telemóveis de terceira geração e GPRS, ajuda ainda mais a divulgação de imagens pedófilas e dificulta o trabalho policial na identificação dos criminosos. A associação está particularmente preocupada com os serviços de telemóveis pré-pagos cujos utilizadores são mais difíceis de localizar, tornando o seu uso quase anónimo.



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