Além da transmissão em simultâneo por 140 cadeias de televisão, o Live 8, que decorreu este fim de semana, apoiou-se com sucesso nas tecnologias móveis e na Internet para estender o impacto da sua mensagem e apelar à mobilização dos cidadãos em todo o mundo.



Um dos desafios propostos pela organização passa pelo envio de mensagens SMS que reforcem o pedido na base do evento, o perdão da dívida externa aos países pobres africanos. A iniciativa gerou, no dia dos concertos, 26,4 milhões de mensagens de texto, batendo um recorde mundial de adesão a uma iniciativa do género realizada via SMS.



O anterior recorde de mensagens SMS, enviadas num só dia e a propósito de um único evento, fixava-se nos 5,8 milhões e tinha sido batido nos Estados Unidos com o programa televisivo American Idol.



Com extensão até quarta feira, dia da cimeira do G8 na Escócia, o desafio SMS junta-se a uma outra iniciativa para a mobilização global, que permite a cada cidadão juntar o seu nome a uma lista online que funciona como uma espécie de petição.



Para já não há dados oficiais sobre o número de assinaturas da lista, mas sabe-se que é longa e que irá forrar as ruas escocesas nas imediações do encontro dos 8 mais ricos do mundo. Chegar a esta lista é possível através do site oficial da organização do Live 8 ou através de um dos quase 10 mil blogs criados para acompanhar o evento em todo o mundo, quer pelas cadeias responsáveis pela sua transmissão - em Portugal a transmissão via rádio ficou a cargo da Antena 3 que seguiu esta tendência -, quer por outras entidades.



A transmissão online dos concertos foi igualmente motivo de recordes, garante a AOL que ficou com os direitos exclusivos de transmissão e que assegura terem acedido aos seus sites, para seguir o Live 8, milhões de utilizadores. Este número deverá continuar a crescer nas próximas semanas já que o fornecedor de serviços de Internet irá permitir webcasts do concerto por mais 12 semanas.



O Live 8 procurou repetir o sucesso do Live Aid realizado há 20 anos. A nova edição distingue-se da primeira já que está muito mais virada para a sensibilização dos países mais ricos para a importância de acabar com a dívida externa dos países africanos mais pobres, como condicionante para começar a construir um futuro sem fome. Participaram na iniciativa 100 cantores, em dez países, para uma projecção de 3 mil milhões de espectadores.



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