A União Europeia (UE) voltou a pressionar o Irão a parar de interferir com as transmissões de satélite de televisões estrangeiras no país e com a censura à Internet.

Numa declaração oficial, proferida esta segunda-feira, os ministros dos negócios estrangeiros da EU intimam o governo de Teerão a "colocar um fim à sua interferência electrónica imediatamente", relata a Associated Press.

Ainda assim, não foram apresentadas quaisquer medidas a adoptar pelos Estados-membros caso os visados pelo aviso não revejam a sua posição nesta matéria - que há muito vem atraindo a atenção da comunicação social, tendo ganhado particular ênfase no último Verão, com as eleições do país.

Apesar de ter ratificado uma convenção internacional em que bania as interferências electrónicas nas transmissões, durante o período conturbado das eleições iranianas a Internet foi usada pelos opositores do regime para comunicarem entre si e com o exterior, o que levou também a um agudizar do controlo e repressão por parte do governo.

Citado pela agência noticiosa, o Secretário dos Negócios Estrangeiro inglês, David Miliband, terá acrescentado que impedir as transmissões dos canais noticiosos BBC e Deutsche Welle, só vem realçar o "medo" que as autoridades têm que os seus nacionais venham a saber, através das televisões estrangeiras, "a verdade" sobre aquilo que se passa no seu próprio país.

"Isto reflecte a confiança que o governo iraniano tem na sua gente. Não estão dispostos a deixá-los ouvir notícias independentes. É muito importante que desbloqueiem as transmissões o mais depressa possível", afirmou o responsável.

O momento escolhido pela UE para afirmar uma posição sobre assunto coincide com a manifestação pelo Irão de intenções para reforçar o seu sistema de satélites a nível mundial, deixando clara a intenção de pressionar o país a uma posição mais liberal no que se refere à permissão de acesso a conteúdos estrangeiros.