Um vazio legal sobre o uso de equipamentos electrónicos de vigilância e espionagem está a causar polémica no Reino Unido. A lei aplicável ao uso de escutas telefónicas foi actualizada em 1998, passando a exigir a apresentação de um mandato judicial para a realização deste tipo de actividade. A mesma lei é menos clara relativamente ao uso de outros dispositivos de vigilância ou espionagem como câmaras de vídeo ou microfones dissimulados, contribuindo para que nos últimos anos a oferta e a procura deste tipo de equipamentos se tenha multiplicado com algum descontrole, avança um noticia publicada pela BBC Online.



Websites, catálogos e lojas de espionagem são os pontos de venda por excelência para empresários, maridos ciumentos, vouyers ou investigadores privados. Entre os casos mais polémicos contam-se o de um casal que descobriu ter a casa sob vigilância pelo vizinho voyeur, uma mulher vigiada pelo senhoria ou o de um miúdo de 14 anos, que acabou por sair de casa depois de descobrir que os pais controlavam todos os seus movimentos, com receio de o ver envolvido em drogas.



Um membro do governo de Tony Blair disse à BBC, que este vazio legal vai ser colmatado e que é urgente passar a licenciar este tipo de dispositivos. Para já, a lei permite que sejam comprados e vendidos livremente e não especifica qualquer limitação ao tipo de utilização. Segundo dados do Privacy International, um grupo internacional pela luta dos direitos da privacidade são vendidos anualmente no Reino Unido 200 mil dispositivos de vigilância e espionagem.



De acordo com a notícia da BBC, a Spy Shop, uma das maiores lojas do género em Londres disponibiliza aos seus clientes dispositivos de espionagem camuflados em canetas, calculadoras, rádios, relógio ou mesmo malas. A oferta encaixa em qualquer bolsa, com valores desde cerca de 50 euros.



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