
As “fábricas” de burlas online, que usam como mão de obra vítimas de tráfico humano, estão a crescer por todo o mundo. O alerta é da Interpol, que no mais recente relatório sobre tendências criminais, divulgado esta semana, considera já o problema global.
A utilização de pessoas atraídas por promessas de contratos de trabalho falsos para este tipo de funções, onde são mantidas em cativeiro e muitas vezes sujeitas a maus tratos, não é nova. Começou por ser detetada em alguns países do sudeste asiático e por ter como vítimas principalmente cidadãos de nacionalidade chinesa.
Países como o Camboja ou o Laos estão referenciados por acolherem há anos estas “fábricas” de burlas digitais. Mais recentemente foram conhecidos detalhes de outro centro deste tipo no Mianmar, o KK Park. Depois de mais algumas fugas de trabalhadores forçados, as autoridades montaram uma operação para desmantelar o negócio e resgataram 7 mil trabalhadores. Segundo a Interpol há pelo menos mais quatro países asiáticos com operações idênticas. Noutras regiões do globo, como a África Ocidental, Médio Oriente e América Central há indícios de esquemas do mesmo género.

A Interpol calcula que pessoas de pelo menos 66 países já foram apanhadas neste tipo de esquemas e forçadas a trabalhar em centros deste género. Muitas serão mantidas sob ameaça, por causa de dívidas aos facilitadores da viagem, maltratadas fisicamente e até exploradas sexualmente. O seu papel nestes centros é executarem esquemas de fraude, que têm como objetivo amealhar dinheiro das vítimas.
A Interpol defende no relatório que a resposta a este novo problema global deve ser consertada e urgente e sublinha que as localizações destes centros mostram que a atividade está cada vez mais ligada a outras atividades criminosas, como o tráfico de droga, de armas ou de espécies em vias de extinção, seguindo as mesmas rotas.
Destaca-se ainda que a inteligência artificial tem tido um papel importante na proliferação destes esquemas, já que veio facilitar a criação de anúncios de emprego falsos, bem como a criação de perfis falsos realistas nas redes sociais, para apoiar esquemas de extorsão sexual.
Armas impressas em 3D podem tornar-se primeira opção para vários crimes
Os desenvolvimentos mais recentes da tecnologia são aproveitados para outros crimes, como acontece com a impressão 3D. Uma investigação recente da BBC expôs toda uma diversidade de negócios online nesta área, que se apresentam nas redes sociais com produtos à venda e muitos tutoriais faça você mesmo.
Armas deste tipo, que não tem a identificação legal exigida às armas convencionaise por isso não têm um rasto que as ligue a quem as comprou, têm sido encontradas em várias cenas de crime.
Os especialistas reconhecem que os modelos mais recentes têm evoluído e que já permitem disparar vários tiros sem que os componentes se desmebrem, o que começa a levantar receios de que este tipo de armas venha a afirmar-se como preferencial para atos violentos.
Esse receio foi partilhado à reportagem por Nick Suplina, da Everytown, um movimento para o controlo de armas nos Estados Unidos. "Os materiais são hoje melhores, o custo caiu e a facilidade de acesso a esses moldes é muito grande", considerou o responsável.
No Mianmar armas 3D foram também já detadas em conflitos militares, usadas por forças de resistência. Custam 10 vezes menos que as metralhadoras no mercado negro, mas segundo as fontes da BBC já não estão a ser usadas por estes grupos.

A investigação da BBC partiu de anúncios de armas 3D em redes sociais como o Facebook ou o Instagram, embora isso viole as regras de utilização dos sites. Os primeiros contactos conduziram a canais no Telegram e WhatsApp com informação detalhada de diferentes modelos de armas para venda, algumas com aspeto de terem sido impressas em 3D.
Os reportes chegaram a negociar uma arma, mas não avançaram com a compra, embora o interlocutor tenha garantido que conseguia fazer a entrega no Reino Unido. Neste caso tratava-se de uma arma completa, mas para muitos compradores pode não ser, já que as peças e os tutoriais também permitem chegar a um produto final, mesmo que o processo não seja tão simples como imprimir em folhas de papel.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Milhares de cores em nova imagem impressionante da Galáxia do Escultor -
App do dia
Já experimentou a Edits? É a aposta do Instagram para editar vídeos ao estilo do CapCut -
Site do dia
Adivinhe onde está e aprenda um pouco mais sobre o mundo -
How to TEK
Verifique se o seu smartphone está infetado com malware analisando sintomas estranhos
Comentários