A Vodafone Telecel anunciou ontem em Portugal o Vodafone live!, um novo conceito de serviços de terceira geração assentes em GSM que será desenvolvido pela Vodafone globalmente. Portugal é um dos sete países que está na linha da frente no lançamento do Vodafone live!, juntando-se ao Reino Unido, Holanda, Itália, Espanha, Alemanha, Irlanda.




Admitindo que os serviços de dados representam neste momento o maior potencial de crescimento de facturação para as empresas de comunicações móveis face à aproximação da estagnação do número de novos utilizadores que deverá acontecer no final deste ano, António Carrapatoso afirmou esperar que o Vodafone live! seja uma instrumental para o crescimento nesta área e o reforço da quota de mercado da empresa.




O presidente do conselho de administração da Vodafone Telecel sublinhou que este ano os três operadores móveis em Portugal vão gerar receitas de serviços na ordem dos 2,9 mil milhões de euros e que o mercado crescerá entre 4 a 5 por cento. O mesmo crescimento é expectável no próximo ano se o sucesso dos serviços de não-voz se mantiver reduzido, mas se este for potenciado as receitas dos operadores poderão crescer para 6 a 10 por cento ao ano.



Actualmente, "as receitas de não voz representam 7 por cento do total de receitas por cliente na Vodafone e esperamos que em 3 anos se situem em 20 por cento", afirmou António Carrapatoso. Face a uma situação em que a receita média por utilizador (ARPU) tem vindo a diminuir, as receitas de dados, ou não voz, são identificadas como o grande potencial para a indústria.



Porém, para já as expectativas não são demasiado optimistas, explicando este responsável da Vodafone Telecel que os equipamentos que suportam o serviço são ainda caros. No entanto, a empresa espera conseguir que em 2003 pelo menos 10 por cento da sua base de clientes esteja já a usar o live!.




Um conceito para o utilizador doméstico
Orientado para o cliente individual e não para as empresas, o Vodafone live! promete concretizar já as promessas de serviços feitas com a terceira geração móvel. Assente num novo portal e em três equipamentos que suportam as suas funcionalidades, o live! começa a ser comercializado já no dia 8 de Novembro.




Alguns dos conteúdos e serviços estão já disponíveis no WAP e no MMS, mas o live! alarga estas funcionalidades com base no potencial dos novos telemóveis incluídos no pacote que suportam aplicações Java. É também prometida uma grande facilidade de uso já que as soluções vêm configuradas nos telemóveis e o próprio portal e serviços foram estudados para serem de utilização intuitiva.




Entre os serviços incluídos no live! estão os toques polifónicos e imagens, Jogos a duas e três dimensões e ainda serviços de messaging e diversos tipos de conteúdos, como alertas e outros conteúdos georeferenciados.





A Vodafone live! está disponível em três equipamentos: Sharp GX 10, Nokia 7650 e Panasonic GD 87 - com preços de 499,99, 594,90 e 529,90 euros, respectivamente, incluindo todos 45 euros de chamadas. O Sharp GX 10 foi desenvolvido em conjunto com a Vodafone pelo que o serviço está mais integrado, mas todos os equipamentos vêm pré-configurados com o live!. Por seu lado, o Panasonic é o único que não suporta aplicações Java.



A Vodafone pretende ainda que o número de telemóveis que suportem o live! venha a aumentar rapidamente, sendo que as condições necessárias para usar o serviço são a incorporação de uma câmara, display com um mínimo de 4096 cores, toques polifónicos, suporte MMS/GPRS e Java.



Apesar do acesso ao serviço ser gratuito e não exigir qualquer assinatura, sendo os custos dependentes da utilização em termos de tráfego, alguns dos conteúdos disponibilizados são pagos. É o caso dos jogos, dos toques polifónicos e dos alertas e serviços baseados em localização. Os preços podem variar entre os 0,015 euros para um alerta e os 3 euros para o download de um jogo. A facturação será realizada na factura do cliente se este tiver assinatura enquanto no caso dos pré-pagos o valor do serviço é debitado automaticamente no saldo do cartão.




António Coimbra, director de marketing da empresa, salientou que o live! está centrado em aplicações e não em tecnologias e que por isso as promessas do UMTS estão a acontecer sobre GSM. Por isso esta plataforma de conteúdos agora apresentada vai manter-se com o UMTS, que oferecerá maior rapidez e qualidade.



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