A "Escola" esteve em debate, esta sexta-feira, no espaço da Futurália, numa conferência promovida pelo Ministério da Educação que reuniu investigadores e decisores nacionais e internacionais em redor do tema "O Futuro da Aprendizagem".
O TeK aproveitou a oportunidade para falar com Roberto Carneiro, convidado para presidir à comissão científica da conferência, sobre o programa governamental estandarte para a área da educação, o Plano Tecnológico da Educação, e sobre o real estado da "Escola" portuguesa.
[caption][/caption]TeK: Que avaliação pode fazer do Plano Tecnológico da Educação?
Roberto Carneiro: O Plano Tecnológico para a Educação é uma grande aposta do Governo que representa a meu ver não apenas uma aposta no hardware e no software, mas uma transformação profunda dos processos, dos métodos das formas comunicacionais nas escolas.
Se tivesse de sublinhar uma das três letras que constituem a sigla TIC, concentrar-me-ia no "C" e não nas restantes. As questões comunicacionais hoje são centrais e são a alavanca do novo paradigma da educação, mais social, mais comunitária.
O Plano Tecnológico da Educação constitui, a meu ver, uma grande oportunidade. Se for bem conseguido, se se conseguir ultrapassara a mera visão tecnológica, Portugal pode conseguir colocar-se na dianteira dos países europeus do ponto de vista dos novos paradigmas e das novas abordagens da educação nas escolas portuguesas.
É necessário que toda a comunidade educativa se transforme: os alunos, os professores, os pais, as lideranças.
Este é um esforço da "aldeia global" e também das "aldeias locais", onde todos têm um papel a desempenhar. As tecnologias não podem deixar ninguém para trás e daí também a grande aposta, a meu ver, na formação dos professores, nas competências digitais dos educadores, na ligação entre a casa e a família e a escola - para que não haja excluídos, só incluídos, nesta grande aposta do Plano Tecnológico.
TeK: Relativamente ao conceito de "Escola 2.0" que deu mote a esta conferência: estamos perto de chegar ou ainda estamos longe? Que grandes diferenças poderemos encontrar face à "Escola 1.0"?
R.C.: A Escola 1.0 é a escola analógica, a escola do passado, do "ensinamento". A Escola 2.0 é a escola onde se aprende.
O paradigma do passado era que os alunos só aprendem ensinados e isso não é verdade. Os alunos podem aprender sozinhos, aprendem em comunidade, aprendem na Internet, apoiados... Há várias maneiras de aprender.
A Escola 2.0 é a escola que abre este leque diversificado de contextos e paradigmas do aprender. Não se concentra apenas numa transmissão passiva de objectos do conhecimento do professor para o aluno. O sujeito do conhecimento é o aluno e não tanto aquele que codifica objectos.
Diria que estamos ainda na versão 1.2. É bom que a escola avance rapidamente para as versões seguintes para atingirmos esse grande objectivo. Está perfeitamente ao nosso alcance. Temos indicadores muito interessantes de utilização de tecnologia nos mais variados aspectos, como o telemóvel, multibanco, via verde, a banda larga, que tem vindo a crescer a muito bom ritmo. Os portugueses não são anti-tecnológicos: quando encontram valor social na tecnologia aproveitam-na rapidamente.
Acho que vamos alcançar os nossos objectivos se a proposta do Plano Tecnológico for uma proposta de valor, uma proposta que crie valor para a escola, para as lideranças, para os professores, para os alunos, para as comunidades. Se as pessoas perceberem o valor que aí é criado, se considerarem que há valor adicional criado, com certeza que irão aderir, como têm aderido a outras aplicações e tecnologias.
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