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Lançada recentemente, a última versão do software de gestão de escritórios de advogados da Jurinfor, o JuriGest multi-posto, observa, no mecanismo de gestão do correio electrónico que integra, o envio e recepção de mensagens de email encriptadas, com assinatura digital e com a possibilidade de inserção da Marca do Dia Electrónica, dando resposta aos requisitos legais introduzidos na legislação portuguesa.
Na véspera do lançamento oficial da nova versão do JuriGest, o TeK falou com Nuno Mendonça, presidente do conselho de administração da Jurinfor, sobre a evolução e as expectativas de negócio na área das soluções para escritórios de advogados, agora que o uso de meios electrónicos na relação com os tribunais passou a estar contemplado na legislação em vigor.
TeK: Como tem evoluído a área de negócio Jurinfor dedicada às aplicações para escritórios de advogados e nomeadamente o Jurigest?
Nuno Mendonça: Desde o seu lançamento, há cerca de oito anos atrás, o JuriGest tem vindo a crescer em termos de peso na nossa facturação. Do ano passado para este verificou-se uma alteração maior, que em principio terá a ver com a introdução dos novos requisitos legais. Ao mesmo tempo que aumenta a concorrência sentimos um significativo crescimento do número de clientes. O JuriGest passou de há um ano para cá a ocupar o segundo lugar em peso de facturação e actualmente contamos com algumas centenas de clientes.
TeK: A que se pode dever esse sucesso?
N.M.: Temos tentado que esta parte do negócio evolua de uma maneira sustentada e tranquila, com algum reconhecimento no mercado. Fazemos pouca publicidade e depois temos o "boca-a-boca" e as nossas newsletters. O nosso crescimento tem sido um pouco por "contágio", por as pessoas falarem umas com as outras, e penso que esse é o modo mais sólido crescer, embora admita que não seja a forma mais rápida.
Mas, ao longo do tempo temos vindo a apostar em soluções fiáveis feitas sempre em conjunto com os utilizadores: cada vez que fazemos evoluir uma versão do JuriGest temos sempre em consideração aquilo que os utilizadores nos sugerem. Só avançamos com alterações por iniciativa própria quando achamos que existem melhorias a fazer em termos tecnológicos, como aconteceu agora com a nova versão multi-posto.
Foram muitos meses de trabalho que conseguiram tornar o produto muito mais sólido do que quilo que ele estava. Porque na prática, o conjunto de funcionalidades é muito parecido com o que estava, mas agora é realizado com uma fiabilidade totalmente diferente, ao mesmo tempo que pode dar resposta ao fluxo de trabalho de empresas maiores.
A nossa perspectiva em termos da evolução do mercado tem sido sempre uma perspectiva tranquila até porque nós sistematicamente temos um crescendo de clientes que utilizam o JuriGest e que o utilizam cada vez em maior número de funcionalidades.
TeK: Isso não acontecia anteriormente?
N.M.: O JuriGest é um programa relativamente complexo: faz desde a gestão da componente jurídica, do escritório, mas avança depois também para a área da facturação, agora temos a gestão dos emails, a gestão de todos os documentos dentro do escritório. Temos a perfeita noção de que há clientes que compram o produto e que durante os primeiros tempos o utilizam apenas na sua vertente mais simples – os clientes, os processos, as pastas – ou seja, há com certeza um sub-aproveitamento do produto. Mas o JuriGest é um produto complexo e também cabe à Jurinfor formar e auxiliar os seus clientes para que possam beneficiar mais dele.
TeK: Acha que a classe dos advogados já está mais incentivada a fazer uso deste tipo de tecnologias no auxílio à sua profissão ou ainda continua relutante?
N.M.: Entre os advogados e juristas existe receio em entregar ao PC uma série de funções e de decisões - que até acabam por ser decisões de âmbito muito prático -, mas para eles é muito complicado subitamente passar a confiar numa aplicação que gere todo o escritório. É ainda uma mudança muito complicada.
Alguns têm medo, porque acham que a maneira como trabalham não é directamente transponível para modo informático. O que procuramos mostrar é que é perfeitamente possível continuar a trabalhar da maneira como trabalhavam anteriormente, ou pelo menos com um número pequeno de adaptações. Não conseguimos comutar de uma vez só o modo como os advogados pensam o seu dia-a-dia e o funcionamento do seu escritório.
Ao longo destes anos todos temos tido algum trabalho de evangelização, de fazer com que as pessoas saibam que essas ferramentas existem e o que fazem. Temos uma teoria que é não disponibilizamos o produto por módulos: o produto vai todo junto porque é frequentíssimo as pessoas só posteriormente descobrirem as potencialidades do mesmo, quando inicialmente até diziam não estar interessadas em algumas delas. A percepção das reais capacidades das aplicações deste género é "faseada".
TeK: É frequente promoverem acções de formação para tentarem explicar essas potencialidades?
N.M.: A nossa política de formação é de cliente a cliente. O JuriGest não inclui formação, vendemos a formação à parte e as acções promovidas são mais de consultadoria do que formação. Depois existem dúvidas muito diferenciadas e os níveis de explicação são totalmente diferentes.
Acho que mais do que perceber as funcionalidades a grande dificuldade é adaptar o software ao funcionamento do escritório. Aconselhamos sempre a aproveitar a versatilidade da aplicação e que não se altere nada em termos de organização do escritório, apenas que se informatize, tentando dai obter ganhos.
TeK: A introdução da nova legislação que contempla o uso de meios electrónicos na relação entre tribunais e advogados para a entrega de peças processuais veio ajudar ao negócio do Jurigest?
N.M.: Sim. A nova legislação provocou um aumento da procura de soluções como o JuriGest para conseguirem dar resposta a esta necessidade de uso de meios electrónicos. Por isso escolhemos esta altura para lançar a nova versão do JuriGest, já que a partir de Janeiro de 2004 começa a haver a obrigatoriedade de fazer uso das peças processuais com Marca Do Dia Electrónica, com certificação digital e nós queremos estar completamente preparados, apresentando aos utilizadores as nossas capacidades de integração.
Patrícia Calé
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