Pedro Monteiro, director-geral do Universia Portugal, fala da rede universitária que envolve hoje 11 países em todo o mundo. Com projectos recentemente lançados e novidades em carteira para o final do ano e início de 2009, o responsável explica as razões por trás dos novos serviços que pretendem dar riqueza à oferta dirigida aos utilizadores habituais do portal, mas também cativar novos utilizadores, como os pré-universitários.

O pontapé de saída da nossa entrevista é o OpenCourseWare Universia. Recentemente estendida a Portugal, a iniciativa tira partido de um conceito criado pelo MIT e lançado em 2002 com o intuito de disponibilizar online os conteúdos produzidos pelos professores do instituto americano. A rede Universia estendeu o conceito às suas universidades. A Universidade de Évora foi a primeira portuguesa a aderir à iniciativa.

[caption]Pedro Monteiro[/caption]

TeK: O Universia Portugal anunciou recentemente uma parceria com a Universidade de Évora que marca a entrada do país num repositório global de informação académica produzida por professores (OpenCourseWare).Como antecipa a expansão deste projecto, naquilo que às instituições portuguesas pode dizer respeito?
Pedro Monteiro:
Defendo que as metodologias de ensino e os recursos de aprendizagem devem ser partilhados pela comunidade académica com o intuito claro de melhorar a qualidade das aulas ministradas pelos docentes. Este repositório permite que as Universidades, por um lado, e os seus professores por outro adiram a uma rede internacional Open Course Ware Universia presente em muitos países e já com mais de 200 universidades. Desta forma, a Universidade abre caminho para a exportação da qualidade científica e pedagógica dos recursos que o seu corpo docente desenvolve para o mundo académico internacional, ganha com isso a Universidade e os seus professores.

TeK: Para 2009 estão previstos novos projectos. Um deles tem como destinatário os pré-universitários. Lançam este serviço por considerar que há pouca informação disponível para este público ou é uma forma de fidelizar utilizadores mais rapidamente?
P.M.:
Estamos convencidos que com o lançamento do Universia Orienta satisfazemos, por um lado a fidelização do utilizador como forma de melhor o acolher na rede Universia e, por outro lado com a informação que vamos disponibilizar nesta cidade universitária virtual vamos melhorar a qualidade da informação que se encontra bastante dispersa, conseguindo assim uma melhor reunião de todos os conteúdos universitários.

TeK: Outro dos serviços a lançar no próximo ano está dirigido à área da música e é uma adaptação de uma ideia introduzida originalmente num país da América Latina. Portugal também já teve oportunidade de ceder ideias a outros países Universia?
P.M.:
A rede Universia é constituída por 11 países. Tem a vantagem e permite migrar os melhores projectos entre todos os países. O conceito das Salas Universia em Portugal e a forma como estão implementadas já foi objecto de estudo e exportação para outros países da América Latina.

TeK: Na panóplia de serviços que já têm hoje quais são mais usados, aqueles que consideram de maior sucesso?
P.M.:
A Bolsa Virtual de Emprego Universia e toda a informação relacionada com o acesso ao Ensino Superior, Área das Universidades, Cursos e Centros de Estudos, as Bibliotecas e os Catalogadores de Recursos de Aprendizagem são muito visitados/visualizados. Ultimamente lançamos um Casting Universia com grande êxito. Suportava-se numa ferramenta de WEB 2.0, o que cria sempre uma dinâmica muito grande junto dos cibernautas e um elevado número de páginas vistas no portal Universia.

TeK: No próximo mês de Dezembro tem lugar mais uma edição da feira virtual do emprego. A forte aceitação das duas primeiras edições foi suficiente para garantir a continuidade da iniciativa com mais apoios e novos serviços?

P.M:
Obviamente que sim. O mercado e as empresas aderiram fortemente a este produto, a plataforma tecnológica permite colocar recursos com níveis tecnológicos muito avançados: chats-colóquio, web-conference, video-CV dos candidatos, vídeos corporativos e dos colaboradores das empresas com as suas experiências profissionais, são alguns dos exemplos de ferramentas muito dinâmicas e de grande interacção com o utilizador que faz desta feira em 3D uma iniciativa de grande relevância para as empresas e para os jovens finalistas, recém-licenciados e juniores profissionais.
As universidades e os institutos de ensino superior também têm os seus stands de emprego na próxima edição entre 2 a 16 de Dezembro.




Cristina A. Ferreira