Victor Ruivo, administrador da MarketWare falou ao TeK sobre o percurso percorrido pela empresa nos últimos anos e sobre os objectivos para 2011, que passam por consolidar a posição no mercado, enquanto entidade certificadora de base.



O responsável também partilhou a sua opinião relativamente à forma como as empresas portuguesas vêem a questão da segurança e agem para se defender de potenciais ameaças. Deixou ainda uma convicção, relativamente às áreas onde há mais trabalho a fazer.


TeK: Que aspecto tem privilegiado a vossa estratégia de posicionamento no mercado, enquanto entidade certificadora digital e que vantagens competitivas acreditam retirar deste posicionamento?

Victor Ruivo:
A MarketWare acumulou uma experiência significativa, após quase uma década de trabalho desenvolvido no mercado da certificação digital, com grande sucesso, em parceria com a VeriSign que lhe valeu o estatuto mais elevado (platina). Ao fim de 10 anos considerámos e sentimos que estávamos preparados para assumir o papel de Entidade Certificadora de base (CA). O mercado já nos conhecia e reconhecia a nossa competência, por isso "dar este passo" foi uma etapa natural na nossa evolução. O nosso posicionamento é diferenciador não só pela competência, mas também porque oferecemos um vasto conjunto de soluções de certificação em que todos os nossos certificados estão cobertos por garantia de seguro (semelhante à VeriSign) e disponibilizamos também alguns certificados que outras entidades em Portugal não dispõem (Certificado EV e Certificado UCI). Em suma, temos todos os produtos de certificação digital necessários ao mercado, garantia de seguro e a competência na entrega e no suporte.

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TeK: Uma das competências adquiririas pela MarketWare foi a capacidade para emitir certificados UCI e Extended Validation. Que importância têm estes certificados e que áreas cobrem?

Victor Ruivo:
Os certificados EV (Extended Validation) são aqueles que permitem ter a barra verde no browser quando navegam em https, transmitindo maior confiança ao utilizador final e a garantia de que não se trata de phishing.



TeK: No modelo de certificação proposto pela MarketWare há um seguro associado, que garantias isso dá às empresas?

Victor Ruivo: Significa que se alguém conseguir quebrar a segurança da chave privada envolvida na transacção e daí resultar prejuízo para a organização, então o seguro poderá cobrir esse prejuízo.



TeK: Na sua perspectiva as empresas portuguesas apostam hoje em certificação na medida certa, ou é um tema ainda muito ligado às obrigações legais?

Victor Ruivo:
Penso que a tendência é para evoluir no sentido da certificação digital, não só porque a segurança básica, primária, assim o obriga, mas também porque cada vez mais os processos de desmaterialização envolvem de alguma forma a utilização destas tecnologias. As obrigações legais são uma forma de trazer mais consciência ao mercado havendo ainda muito a fazer neste domínio.



TeK: Os custos da conformidade com este tipo de processo são um entrave à adesão das empresas, nomeadamente abaixo das grandes organizações?

Victor Ruivo:
A ideia de que estas tecnologias e estes processos são incomportáveis financeiramente é falsa. De facto consegue-se ter uma solução, p.ex. de facturação electrónica por menos de 1000 euros. Os certificados de assinatura digital pessoal que a MarketWare disponibiliza podem custar menos de 20 euros. As grandes organizações, bem como as pequenas e as médias empresas podem reduzir custos ao implementar estas tecnologias, nomeadamente no domínio da desmaterialização do papel.



TeK: A vossa experiência dá-vos um conhecimento relevante da forma como as empresas portuguesas encaram as questões de segurança. Em traços gerais, que diagnóstico faz da forma como as nossas empresas endereçam esta área?

Victor Ruivo:
A preocupação é crescente, até porque os últimos estudos indicam para uma situação de insegurança geral na Internet. A consciência aumenta, falta apenas estruturar melhor os investimentos e aplicá-los da forma mais correcta, que produza mais resultados e maior ROI. A MarketWare tem aqui uma palavra muito importante a dizer ao mercado.



TeK: As empresas portuguesas agem ou reagem para se protegerem das ameaças existentes num mundo em rede?

Victor Ruivo:
A grande maioria reage. Uma abordagem pró-activa passa forçosamente pelo outsourcing destes serviços, numa perspectiva de análise de fora para dentro, colocando a ênfase no utilizador final. É ele que é, por um lado, o elo mais fraco, e por outro a potencial fonte de ataques.



TeK: O relatório de uma empresa de segurança internacional, divulgado na semana passada, retirava Portugal do Top 20 dos países com maior percentagem de computadores infectados em 2010. As consciências e noção dos perigos online estão a mudar?

Victor Ruivo:
A consciência tem vindo a evoluir no sentido da protecção geral contra vírus e malware, e isso reflecte-se nesse relatório, no entanto a segurança aplicacional continua a ser descurada sendo esta actualmente a principal porta de entrada para ataques de hackers, que provocam danos às empresas.



TeK: Para 2011 que principais objectivos tem a MarketWare, no âmbito da sua estratégia de mercado?

Victor Ruivo:
Este ano que agora começou será para a MarketWare um ano de afirmação do seu projecto enquanto entidade certificadora de base, e isso consegue-se fazendo com que o mercado adira à nossa marca, o que felizmente tem vindo a acontecer, onde organizações como a PT, ZON, IPQ, Via Verde, entre outras, já aderiram à marca "MarketWare®".