Jean-Clovis Pichon, diretor geral da área empresarial da Alcatel-Lucent em Espanha e Portugal, passou recentemente por Portugal para participar num evento onde a empresa mostrou tecnologias e explicou como pode ajudar as empresas a acomodar o conceito de BYOD - Bring Your Own Device.



A utilização de dispositivos eletrónicos pessoais em contexto empresarial é cada vez mais relevante e as empresas precisam de rever estratégias para garantir que conseguem acomodar esta tendência e tirar partido dela, sem comprometer a segurança das redes, mas assegurando simultaneamente que todos os colaboradores têm acesso à informação de que precisam.



A propósito do tema, o responsável falou com o TeK e partilhou a sua visão sobre como estão as empresas portuguesas a olhar para o fenómeno e a abraçá-lo, numa altura em que as restrições orçamentais são fortes.


TeK: As empresas ibéricas, sobretudo as portuguesas, já estão a seguir a tendência mundial e a promover a integração de um leque mais abrangente de dispositivos nas suas redes?

Jean-Clovis Pichon:
Um dos sintomas da mudança profunda que está a afetar as empresas é sem dúvida o BYOD. É uma mudança na forma como os colaboradores se comportam, mas é também uma mudança ao nível da tecnologia e da forma como esta se desenvolve.
Os dispositivos móveis são hoje mais do que um objeto de desejo, são uma realidade acessível a muitos indivíduos, quer para uso pessoal, quer para uso profissional. Em Portugal esta tendência está a ser seguida da mesma forma que em outros países desenvolvidos.
Por outro lado todos os atores deste sector (utilizadores, empresas, integradores e fornecedores) olham para o fenómeno como uma forma de motivar os seus colaboradores mas também como uma forma de ajudar as organizações a fazerem mais negócio.



TeK: Mas tem dados locais, números de empresas que em Portugal promovem o conceito BYOD ou sobre a forma como o fenómeno está a chegar às empresas mais pequenas (PME)?

Jean-Clovis Pichon:
Com a crise que Portugal está a sofrer sei que todas as companhias, das pequenas às grandes, atravessam fortes constrangimentos orçamentais para investir nas suas redes de comunicações e têm de confirmar duas vezes cada euro investido, seja ao nível das comunicações, ou das infraestruturas de rede. Para além disso têm de estar certos do retorno do investimento e da capacidade que esse esforço representa para assegurar um real valor e manter a segurança da rede.

[caption] Jean-Clovis Pichon Alcatel-Lucent[/caption]

Ao mesmo tempo, vejo que as empresas portuguesas estão conscientes da importância da tendência BYOD, da explosão dos smartphones e dos tablets e das possibilidades de tirar vantagem desta tendência, beneficiando o negócio.
Esta nova realidade não coloca o foco nos dispositivos, nem se trata de olhar para além do PC, estamos perante um novo estilo de computação pessoal. Estamos a entrar na era das clouds pessoais, o que não representa o fim dos PCs, mas que traduz um fim no domínio que estes tinham como ferramenta de computação.
Os PCs vão continuar a ser uma ferramenta crítica, mas a par com uma variedade de outros dispositivos.
Nesta corrida ao BYOD é claro que nem todas as empresas terão de adotar a mesma postura. Cada organização terá o seu próprio ritmo, a sua quota de colaboradores a utilizar smartphones ou tablets e necessidades específicas de mobilidade ou teletrabalho. Esta é uma realidade que também se aplica às PME. Elas também estão a acolher a transformação que o BYOD nos traz, à medida das suas necessidades e dos seus negócios.
Na Alcatel-Lucent estamos convencidos que esta transformação é inevitável e estamos também convencidos que o dispositivo não é a chave, é apenas um sinal. As empresas podem ser bem-sucedidas e liderar esta transformação se construírem o seu próprio destino e hoje a flexibilidade da tecnologia permite-lhes isso.



TeK: As restrições orçamentais têm deixado menos espaço para investimentos nestas áreas. Quais são as prioridades das organizações no que se refere à gestão destas questões?

Jean-Clovis Pichon:
As empresas - e os respetivos departamentos TI - precisam de garantir que todos os seus colaboradores, de acordo com o respetivo perfil, têm acesso às ferramentas internas da companhia, sendo que algumas estarão alojadas nos centros de dados das empresas, outras na nuvem.
Têm também de assegurar que as comunicações funcionam num ambiente seguro e que toda a informação interna continuará restrita a esse universo. Têm por outro lado de assegurar uma qualidade de serviço que vá de encontro às necessidades dos seus colaboradores.


TeK: Na passagem por Cascais que mensagem quiserem transmitir aos clientes?

Jean-Clovis Pichon:
Neste momento a Alcatel-Lucent ajuda o IT das empresas a preparar as suas infraestruturas para uma política compatível com o fenómeno do BYOD, mas também disponibiliza ferramentas para novos espaços de trabalho que combinem o telefone de secretária, o portátil, o smartphone e o tablet num mesmo paradigma de comunicação. Em qualquer circunstância um colaborador pode escolher o dispositivo que mais se adequa e a nossa tecnologia encaminha a comunicação para essa opção.
Na Dynamic Tour em Cascais tivemos oportunidade de mostrar aos clientes como as nossas soluções o fazem e como podem facilitar a implementação de políticas BYOD. Mostrámos as soluções a funcionar e apresentámos um conjunto de referências que já implementaram as nossas soluções de rede e a plataforma multidispositivo OpenTouch.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Cristina A. Ferreira

Nota da Redação: Foi corrigida uma gralha no desdobramento da sigla BYOD.