A Pixmania vai contar com novas lojas físicas em Portugal. Já em funcionamento, a loja em Lisboa transferiu-se do Palácio Sotto Mayor para uma área maior, no centro comercial Saldanha Residence, e no Porto a inauguração da nova loja está agendada para o próximo dia 17 de Novembro, no Via Catarina.

O objectivo é fazer crescer a qualidade de serviço aos clientes lusos que em 2007 fizeram uma média de 8.000 encomendas online mensais, originando uma facturação de 15 milhões de euros.

David Alves, responsável pelo desenvolvimento do negócio Pixmania para a Europa do Sul, que esteve em Portugal para a inauguração dos novos espaços comerciais e o TeK aproveitou a oportunidade para lhe colocar algumas questões acerca da prestação da loja de comércio electrónico em Portugal e das novidades que a curto prazo serão introduzidas.

[caption]David Alves, responsável pelo desenvolvimento do negócio Pixmania para a Europa do Sul[/caption] />

TeK: A aposta nas novas lojas em Portugal traduz a evolução positiva do negócio da Pixmania por terras lusas?
David Alves:
Apostámos nestes dois espaços por dois motivos: porque necessitávamos de crescer em termos de área, para melhor servir os nossos cientes e porque a facturação da PixMania em Portugal o permite.
Com a nova loja em Lisboa passámos de uma área de 49 metros quadrados para 70. Ganhar espaço em área de venda é muito importante, pois permite-nos mostrar mais produtos, aconselhar melhor os nossos clientes.
O crescimento em termos de vendas e facturação e a evolução do número de clientes, de qualquer modo, é que permite e justifica a abertura das novas lojas em território português.
Normalmente temos apenas uma loja por capital de país. Abrimos apenas excepção para os países com um perfil de consumidor mais tradicional, como acontece em Espanha e Portugal, por exemplo. Mas mesmo nesses casos, a facturação é um factor determinante.

TeK: Como funcionam as lojas?
D.A.:
Nestas lojas existem dois tipos de clientes: aquele que compra pela Internet, mas que não tem confiança nos meios de pagamento online ou que, por uma questão de comodidade - porque é mais próximo do trabalho ou porque é mais rápido - prefere levantar o produto na loja; e o cliente que graças a uma publicidade ou até mesmo ao tráfego natural do centro comercial visita o nosso espaço físico.
São dois tipos de clientes muito diferentes. Os primeiros são mais fidelizáveis e normalmente compram mais do que uma vez. Os segundos compram pontualmente.

TeK: Em termos de volume de compras, qual a percentagem de clientes que compra via Internet?
D.A.:
Sessenta por cento dos nossos clientes compram através da Internet, mas saliente-se que nos 40 por cento restantes incluem-se os clientes que iniciam a compra online e que preferem pagar e levantar o produto na loja. Nos 60 por cento incluem-se aqueles que iniciam e finalizam todo o processo de compra online.

TeK: Como está a afluência ao site?
D.A.:
Temos em média 500 mil visitantes únicos ao site português da Pixmania e temos cerca de 120 mil clientes portugueses.
Em termos de facturação fazemos em média mais de um milhão de euros por mês. Portugal é o sexto país da Europa, representando 20 por cento da facturação da actividade da Pixmania na Europa do Sul, onde estão, além de Portugal, a Espanha, a Itália, a Grécia e o Chipre.
Ao nível europeu, estamos a falar de 26 países, onde Portugal se classifica na sexta posição, atrás da França - em primeiro -, Reino Unido, Espanha, Alemanha e Itália.

Na Europa a Pixmania tem seis milhões de clientes e 15 milhões de visitantes únicos por mês ao seus sites, um valor fortíssimo se pensarmos que conseguimos ter uma taxa de transformação de visitantes em clientes muito grande.

TeK: Como é que sentiu a evolução do negócio da Pixmania em Portugal?
D.A.:
Portugal não é dos mercados mais fáceis. Em primeiro lugar, ainda há muito a fazer para generalizar o acesso à Internet em banda larga, que não é total. O perfil do consumidor, mais tradicional, que gosta de "tocar" o produto, com pouca confiança nos métodos de pagamento online, também não ajuda.
Mas penso que o nosso negócio correu bem logo desde início. Abrimos a loja online em 2002, em 2003 podemos dizer que registamos o nosso primeiro pico; em 2005 registámos um boom em termos de vendas, que reflectiu também o que se passava a nível europeu. De 2005 até hoje temos tido sempre uma evolução favorável. Beneficiaríamos muito com a generalização da banda larga em Portugal.

TeK: Além da abertura das lojas, que outras novidades Pixmania estão previstas para o mercado português?
D.A.:
Bastantes. Estamos actualmente a lançar o Pixplace, um projecto que permite a outras empresas integrarem os seus produtos na plataforma da Pixmania, ou seja, usarem a nossa plataforma online para mostrarem e venderem os seus produtos.
O Pixplace em Portugal está a funcionar desde Abril deste ano e actualmente estamos a apostar numa maior promoção do serviço, para chamar um maior número de empresas, uma vez que nos permite diversificar bastante a oferta de produtos no Pixmania.
Por outro lado, de forma directa, vamos disponibilizar portáteis muito brevemente, em princípio até ao Natal. Até ao final do primeiro trimestre de 2009 iremos acrescentar os DVDs e os CDs de música às nossas categorias de produtos, assim como GPS marítimos e impressoras para profissionais.
Estamos igualmente a prever a entrega de produtos nas Ilhas, Açores e Madeira, projecto que quando estiver operacional vai contribuir para um crescimento de cinco por cento na facturação.

TeK: Quantos colaboradores têm em Portugal?
D.A.:
A Pixmania está dividida por regiões. Portugal pertence à Europa do Sul, como já mencionei, havendo um responsável para a Europa do Sul inteira, um responsável alocado a cada país. Depois em cada mercado há duas pessoas no serviço de pós-venda e mais oito colaboradores por cada loja.
Para o mercado português temos neste momento cerca de 20 colaboradores.

TeK: Quais as previsões de crescimento da Pixmania em Portugal?
D.A.:
Em 2009 estamos a prever crescer 30 por cento, tanto no mercado português como a nível geral.

TeK: Com que espírito encara a Pixmania a crise económica que se vive e a consequente contenção no consumo?
D.A.:
É óbvio que há um impacto no consumo. Segundo um estudo norte-americano, prevê-se uma queda de oito por cento no ecommerce, enquanto a queda no mercado de retalho tradicional será de 30 por cento. Mas a Pixmania tem "lidado" muito bem com as épocas de crise, porque apostamos num factor muito importante: o preço baixo. Nós até temos uma campanha em que nos comprometemos a devolver a diferença se o cliente encontrar o mesmo produto mais barato noutra loja… É uma forma de dar ao cliente a certeza de estar a comprar o produto mais barato do mercado.
Realmente, há um impacto, mas não tem sido muito negativo. Em Portugal temos conseguido atingir os objectivos delineados para os últimos meses, embora com um esforço adicional: tivemos que fazer mais publicidade, investir mais no preço baixo.
Estamos também a considerar disponibilizar o pagamento a crédito, oferecendo mais uma alternativa de compra aos nossos clientes, bastante importante nos dias que correm.