http://imgs.sapo.pt/gfx/425245.gifListada no 209º lugar do ranking da Business Week para as 500 empresas europeias de maior crescimento, a Critical Software mantém o seu quartel general em Coimbra mas nos seus nove anos de actividade tem sido o mercado internacional o principal destinatário do trabalho de desenvolvimento de soluções, serviços e tecnologias para sistemas críticos desenvolvido em Portugal.



A empresa dirige hoje três quartos da sua actividade para o mercado internacional e mantém presenças físicas nos Estados Unidos e no Reino Unido, a par com um conjunto de parcerias que lhe garantem uma abrangência mais vastas a outras regiões do globo.



Gonçalo Quadros, CEO da empresa, falou com o TeK e explicou a importância de um mediático projecto europeu em que a empresa esteve envolvida já este ano, o SISone4All, e detalhou algumas das prioridades para o que resta do ano 2007.



A Critical Links, que resulta de um spin-off do grupo, e que esteve no ano passado nomeada para o prémio europeu TIC, é uma das prioridades da empresa. Mas existem outras.



O reforço da presença no Reino Unido e a expansão ao leste europeu são exemplos disso. Na Europa de leste a Critical planeia ainda para este trimestre a abertura de um novo escritório na Roménia, enquanto estuda outras novas localizações.


TeK: A Critical Software desenvolveu o kit de software (SISone4All) recentemente entregue a 9 novos Estados-membros da UE, para antecipar em dois anos a entrada destes países no espaço Shengen. Que relevância teve o projecto na vossa actividade e que recursos consumiu?

Gonçalo Quadros:
A relevância deste projecto está no seu papel para a consolidação do projecto europeu - acreditamos que ele é uma humilde mas significativa contribuição para a construção de uma Europa melhor, mais unida, mais forte. Mas acreditamos que ele é um bom exemplo sobre a capacidade dos portugueses de resolverem problemas....
Por essa via este é, portanto, um projecto extraordinariamente importante para nós.



TeK: Três quartos da actividade da Critical dirigem-se hoje ao mercado internacional. As actuais representações no Reino Unido e nos Estados Unidos são suficientes para levar a vossa oferta aos principais mercados internacionais ou planeiam apostar em novas localizações?

G.Q.:
A manutenção de actividade em muitos e diferentes mercados geográficos tem sido um desafio de monta para a Critical. Temo-nos suportado na construção de relações de parceria fortes com empresas desses mercados - parcerias em cuja construção temos apostado activamente. Mas estamos também apostados em abrir novas subsidiárias. Vamos abrir na Roménia ainda este trimestre, sendo que outras localizações estão a ser estudadas.



TeK: Quais os vossos principais mercados e que metas estratégicas encerram para este ano?

G.Q.:
Estamos a apostar no reforço da nossa presença no Reino Unido e no Norte da Europa - queremos tirar partido do laborioso e muito bom trabalho que a nossa equipa do Reino Unido tem vindo a desenvolver ao longo dos últimos anos. Queremos também construir uma posição no estratégico mercado do leste Europeu, que, com o alargamento da UE, é de muito elevado potencial.



TeK: Assinaram recentemente com o ISEC e com a Microsoft um protocolo para potenciar a utilização das TIC naquele instituto. Acredita que faz falta ao ensino superior mais acordos do mesmo género ou há já um esforço significativo das empresas de TI para se ligarem às universidades?

G.Q.:
Empresas de TI, empresas de base tecnológica, ou empresas em que conhecimento é o principal factor de produção têm de apostar fortemente nas ligações com as Universidades, pelas razões óbvias.
A Critical tem procurado construir relações fortes com as Universidades. Mas é verdade, em Portugal há ainda um caminho grande a percorrer a este respeito.



TeK: No ano passado a empresa foi considerada a 209º companhia europeia com crescimento mais rápido pelo 2006 Europe Scoreboard da BusinessWeek. Que principais factores contribuíram para a boa performance?

G.Q.
Uma vontade muito grande de fazer bem e hard-working.



TeK: Para este ano quais são os objectivos de crescimento?

G.Q.:
Esperamos crescer 40 por cento e ter um turnover de 12 milhões de euros.



TeK: Pode referir um grande projecto em que a Critical esteja a concentrar grande parte dos seus recursos este ano?

G.Q.:
A Critical Links (spin-off da Critical Software para comercializar o edgeBOX) é actualmente o maior projecto da Critical.



TeK: A aposta na distribuição de lucros pelos colaboradores é uma decisão recorrente da empresa, que ainda no ano passado seguiu esta linha e abdicou de mais de 50 por cento do seu resultado líquido. Este tipo de prémios é crítico para a boa performance da empresa?

G.Q.:
Passo a passo a Critical tem vindo a fazer o caminho que lhe permita tornar-se uma referência pelas condições materiais que proporciona. A distribuição de uma parte importante da riqueza que geramos (e re-investimento da restante) são uma afirmação importante do quanto estamos comprometidos com esse objectivo.




Cristina A. Ferreira