Na segunda edição do prémio Navegantes XXI, promovida pela Associação do Comércio Electrónico em Portugal, o homenageado da noite foi Francisco Luís Murteira Nabo. A cerimónia decorreu ontem, em Lisboa, numa sessão que contou com alguns convidados que acompanharam o percurso do ex-presidente da Portugal Telecom.



Murteira Nabo sucede ao professor José Mariano Gago, o eleito da edição de 2006, pelo seu contributo "no apoio e na promoção da sociedade da informação", referiu Alexandre Nilo da Fonseca, presidente da ACEP, aquando a atribuição do prémio.



O antigo secretário de Estado dos Transportes agradeceu a distinção referindo como é "estimulante ver reconhecido o esforço" do seu trabalho agora que está "em final de carreira". Murteira Nabo salientou alguns dos pontos altos da sua carreira e relembrou quando, em 1979, "na Marconi tive de comprar um PC electrónico" tendo de optar entre um modelo analógico ou digital. Na altura a opção recaiu sobre um computador digital "o que fez com que a empresa fosse a primeira a possuir um equipamento daquela natureza, um marco na história das telecomunicações nacionais e internacionais".



Apoiando-se nesta situação, o antigo vereador da Câmara Municipal de Lisboa, referiu que esta distinção reconhece o trabalho de um "gestor de risco", de alguém que gostou sempre "de ser o primeiro" a introduzir as novidades e de tentar "aumentar o potencial" das ofertas.



Na cerimónia, Murteira Nabo relembrou alguns dos pontos altos da sua carreira, mostrando os seus orgulhos e as frustrações que marcaram o seu percurso profissional. A liderança da TMN no mercado móvel, a criação da PT Inovação e da PT Sistemas e a internacionalização da Portugal Telecom são alguns dos motivos de maior orgulho de Murteira Nabo. Por outro lado, a incompreensão do mercado aquando a aquisição da Lusomundo e o facto de não ter conseguido comprar parte da maior operadora de telecomunicações da Indonésia, por falta de apoio dos accionistas, são os dois pontos "de maior frustração" da sua carreira, referiu.



Por fim, e falando da situação actual da PT, Murteira Nabo afirmou que "a separação da Multimédia era previsível e inevitável. Era uma questão de tempo". No seu entender, "a TV Cabo vai ser a principal concorrente e é bom que assim seja. Sempre entendi que a concorrência era a maior aliada da PT como veículo para o desenvolvimento".



Notícias Relacionadas:

2007-07-15 - ACEP dá pistas sobre a quarta edição da nova Semana do Comércio Electrónico