Por Roman Pickl (*)

Hoje em dia, as equipas estão sujeitas a uma elevada carga de trabalho, evidenciando sintomas de sobrecarga e estando demasiado ocupadas para implementar as mudanças necessárias ou adotar ferramentas de última geração que lhes permite ganhar vantagem.

É como se estivessem presos em areias movediças. Quanto mais lutam contra isso, mais se sentem puxados para dentro. Como se de cada vez que tentam colocar uma perna para fora, algo os sugasse novamente. Isto é algo que vai acontecendo sucessivamente, tornando-se demasiado pesado, e acabando por ter como consequência a saída de pessoas chave para a empresa.

Imagine que é um recém-chegado à empresa, ou então apenas um novo elemento que se juntou à equipa antes da situação ter escalado. Muito possivelmente poderá estar a perguntar-se se aquilo que deveria fazer não deveria ser sair imediatamente. No entanto, essa situação poderá até estar a coloca-lo numa posição que não é necessariamente má para se encontrar.

Muitas vezes, as organizações e as equipas “precisam” de experienciar uma crise existencial antes de olharem para o processo de melhoria como algo realmente importante e sério. Uma alteração de 10%, por exemplo nas horas extra de trabalho, pode não ser suficiente para gerar esse impacto, contudo, se falarmos da necessidade de uma melhoria de mais 50%, que implica uma mudança profundo no modo como o trabalho é realizado, nesse caso geralmente já requer uma solução de engenharia.

Porque se uma equipa conseguir definir um sentido de urgência, um ambiente seguro para os momentos de insucesso e assim ter a coragem de questionar as crises do status quo, e olhar para esses momentos como uma oportunidade para mudar as coisas. Tal como diria Winston Churchill, “Nunca desperdice uma boa crise!”.

Hoje em dia, todos temos consciência que a eficácia e eficiência organizacional são fundamentais na criação e desenvolvimento de um projeto, de modo a conseguir otimizar a aquisição de recursos e a sua utilização, e assim cumprir os objetivos fixados. E é aqui que o DevOps assume um papel importante, enquanto ferramenta para a promoção de uma transformação comportamental, permitindo integrar equipas, agilizar, otimizar e automatizar processos tecnológicos.

Esse é o conceito e a essência das tecnologias DevOps, potenciar a criação da cooperação entre elementos de uma equipa, promover a partilhar de conhecimento, melhorar o fluxo de trabalho, assegurando os padrões de segurança e qualidade, e no final da cadeia isso significa acrescentar valor no projeto que é entregue ao cliente. Porque mais do que um conjunto de ferramentas, o DevOps representa uma verdadeira mudança cultura dentro de uma organização que impacta diretamente todo o negócio.

Adotar o DevOps significa procurar constantemente a automação de processos repetitivos ao longo de toda a cadeia de produção de software, e por isso, a implementação desta metodologia pode desempenhar um papel estruturante na transformação de uma empresa. Podemos afirmar que o DevOps é hoje, estratégia-chave para aumento de produtividade na TI das empresas, e começa a ser cada vez mais uma realidade não só em grandes organizações, mas também em médias e pequenas empresas e até mesmo em startups. No entanto, ainda há muito para explorar sobre a forma como a implementação da prática e das tecnologias de DevOps é uma maneira das empresas proporcionarem valor aos seus clientes de forma mais rápida, seja através da entrega de produtos inovadores ou de melhorias em produtos existentes.

A utilização do DevOps, o impacto da carga de trabalho no aumento dos tempos de espera e a forma como isso prejudica o sucesso de um projeto, as estratégicas de DevOps (Fluxo, Feedback, Aprendizagem Contínuo e Experimentação) que permitem lidar com a elevada utilização e como dar início a um ciclo virtuoso, serão alguns dos tópicos que irei abordar durante a minha presença no festival Connect Fest – Technology For All, que vai decorrer na cidade do Porto nos dias 5 e 6 de setembro.

O DevOps é um dos tópicos mais discutidos do momento e veio para ficar, importa por isso falar sobre esta filosofia que gera resultados!

(*) Technical Project Manager @ Elektrobit e Speaker convidado do Connect Fest