Apostar na tecnologia ao serviço da saúde
Por Marco Ferreira *
A cooperação científica e tecnológica deve andar sempre de mãos dadas, independentemente das condições financeiras e sociais que as sociedades atravessam, pelo que é vital reflectir na importância que o sector da saúde tem na qualidade de vida das populações e no almejado aumento da esperança de vida, com vigor e vitalidade.
No programa para a saúde, o executivo define como prioridades para 2012 melhorar a informação e o conhecimento do sistema de saúde, de modo a permitir que a informação clínica esteja ao dispor dos profissionais do sector e também visível para o utente. Esta é aliás a grande missão da Comissão para a Informatização Clínica - CIC - na qual se inserem, entre outras necessidades, um grupo de trabalho para a Telemedicina e um grupo de trabalho de Informática para o Utente.
[caption][/caption] O paciente surge assim como vital para a fluidez e evolução da medicina, porque a própria informação clínica passa a ser, legitimamente, do seu conhecimento, permitindo-lhe acompanhar, gerir a doença, controlar os riscos e atenuá-los. Nalguns sistemas de saúde, como por exemplo o francês, é já prática habitual a existência de um sistema de apoio personalizado de saúde para os pacientes de doenças crónicas, nomeadamente da diabetes, embora um dos objectivos seja alargá-lo a outras doenças crónicas.
A tecnologia ao serviço da saúde acontece assim através da disponibilização de orientações para os doentes que decidem ligar-se na rede, online, aos seus médicos de clínica geral, que por sua vez ajudam a lidar com a doença e a evitar complicações na rotina do dia-a-dia, inerentes à fragilidade do organismo.
Este serviço suporta-se numa plataforma tecnológica que permite gerir todo o processo de apoio aos pacientes, quer através da sua orientação com aconselhamento telefónico, quer através da disponibilização de uma base de dados científicos que inclui uma biblioteca, e referências e diretórios regionais com serviços de saúde. Este projecto pioneiro quer estender-se ao maior número de pacientes, no maior número de países, e produzir maior autonomia e gestão da própria doença, permitindo transmitir confiança e controlo da própria doença.
Se, enquanto pacientes crónicos, aprendermos a gerir e a minimizar os riscos da doença, encontramos parte da solução para aumentar a nossa qualidade de vida. As ideias e os projectos que promovem a inovação e contribuem para a melhoria das condições de vida merecem o nosso respeito, empenho e, sobretudo, concretização, sendo que, se a tecnologia funciona como força motriz, deve então ser o sector aliado e parceiro da ciência a bem da saúde!
(*) Business Manager da Altran Portugal
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