Por Lucas Garbosa (*) 

Em 2020, o ser humano foi chamado a enfrentar dois grandes desafios: uma pandemia mundial seguida de uma crise económica. Estamos num momento onde se maximizam os riscos e as incertezas. Parece que estamos a meio de um jogo.

Hoje em dia os dados são a nossa principal vantagem para enfrentar a pandemia e a previsível posterior crise económica. Há que agir e procurar respostas a questões como: O quê? Quanto? Quando? Onde? e Quem?

Business Intelligence Powerfull

A cada dia que passa concretizam-se novos factos e mais dados são gerados. A pandemia tem evoluído nos vários países de formas diferentes. A informação recolhida é analisada e projetada em gráficos, que são extremamente úteis para a tomada de decisões. Esta visualização de dados ajuda-nos a avaliar a performance da doença, observando o passado e prevendo o futuro.

O objetivo da Business Intelligence (BI) é sempre o de tratar a informação para que haja um acelerar de decisões, minimizando riscos e os impactos negativos. No contexto atual do Covid-19, é essencial para garantir melhores condições de saúde aos cidadãos.

Big Data Endosso

Tal como nos filmes de super-heróis, se todos juntarmos forças garantimos mais poder e aumenta a taxa de sucesso. No contexto dos dados não é diferente. A partir do momento que ganhamos maturidade e experiência com o volume padrão já estabelecido pelo tempo, está na hora de explorar novos rumos. É a fase de agregarmos valor, partindo do pressuposto de que agora os nossos “inimigos” evoluíram e de precisamos lidar com mais velocidade, variedade, volume, veracidade e valor (Big Data). Perante novos estímulos, o nosso foco mantem-se: garantir dados, segurança e “salvar o planeta”. A evolução é constante.

Para reagirmos precisamos de melhorar a organização. Os dados são obtidos das mais variadas formas e que saber onde os colocar, sejam eles de 1 ou N fontes. Esta é a fase de definir a ferramenta que nos irá auxiliar neste percurso e de decidir qual o problema que vamos solucionar. Só assim vamos conseguir prever o futuro e diagnosticar anomalias de forma mais eficiente.

Neste caso a pergunta a ser respondida é: Como?

Machine Learning e Inteligência Artificial Evolution

Perante a atual pandemia temos o dever de Ficar em Casa, que reflete diretamente na resposta à pergunta “Quando vamos sair dela”? A amostragem de dados que nos é reportada diariamente é suficiente para justificar o confinamento social solicitado pelas autoridades. Não podemos esquecer é que os algoritmos de Machine Learning e Inteligência Artificial são preditores do passado projetando o futuro com base em dados. Fazendo uma comparação atual, não tendo histórico da doença Covid-19, há maior complexidade nas análises e nos modelos que nos podem ajudar na tomada de decisões assertivas. Somente com informação e factos, qualquer projeção pode ser levada em consideração.

A tecnologia Inteligência Artificial aplica-se perfeitamente num contexto como o que vivemos e que é marcado pela incerteza. As empresas funcionam num cenário semelhante. Têm conhecimento dos seus dados, já venderam determinado produto anteriormente, sabem o seu Return of Investment (ROI). Basta-lhes fazer uma projeção com base nos dados recolhidos de anteriores vendas.

Na situação atual, seria fácil olhar para o passado caso tivesse ocorrido um “Covid-15”. Haveria que analisar como a doença foi combatida e reproduzir as mesmas ações. No que concerne à crise económica seria útil observar o mercado, entender que lições foram retiradas de períodos anteriores e replicar apenas as que melhor se enquadram no novo panorama mundial. Ainda assim teríamos de nos readaptar a nova realidade que por ventura pudesse existir. Um contexto nem sempre é igual a outro e vivemos em constante evolução. Cabe a nós entender como seguimos em frente e de que forma seremos guiados.

O tempo e o espaço podem mudar, mas o conceito mantem-se. Hoje, é necessário tomarem-se decisões de forma rápida e inteligente. Em minutos e em segundos salvam-se vidas e empresas. O BI não procura responder a todas as perguntas. É uma forma de capitalizar matéria prima para se alcançarem respostas, se planearem estratégias e se definirem soluções dentro de um cenário absolutamente volátil. Novas questões e necessidades vão surgindo à medida que o contexto vai evoluindo.

Segundo a consultora Gartner, as empresas estão a cada vez mais a adotar o BI e Analytics como forma de se diferenciarem no mercado. Estima-se que tais tecnologias tenham uma faturação superior a 20 mil milhões no presente ano de 2020.

Estratégias bem definidas e alinhadas com as necessidades de negócio, geram grande impacto dentro das organizações. É essencial obter dados, analisá-los, para se que se possam dar os próximos passos. Nunca foi tão necessário tomarmos decisões tão rápidas quanto é agora. Poderá para ser uma loucura, mas este é o novo normal das organizações: planear o presente usando o passado para apoiar o futuro.

(*) Analista de Business Intelligence na Decode