Por Vítor Rodrigues (*) 

A utilização de recursos disponibilizados nas plataformas Cloud tem registado um crescimento exponencial. Contudo, os primeiros clientes sofrem com a imaturidade da oferta e com a pouca experiência dos profissionais que a suportam.

Ao escolherem um parceiro para as apoiar na sua jornada para a Cloud, as empresas deverão identificar profissionais com experiência consolidada em abordagens de adoção de Cloud, que lhes garantam a transformação e a modernização das plataformas de suporte ao seu negócio, para beneficiarem das características diferenciadoras que a Cloud oferece: a elasticidade, a flexibilidade, o PayPerUse, e a evolução tecnológica.

Outro aspeto a ter em conta são as fases que a abordagem à adoção da Cloud deve incluir. Disto depende largamente o sucesso dos projetos e a evolução futura. As fases são:

  1. Fase de assessment: capacitação das equipas sobre as características e funcionalidades da Cloud, de forma a alinhar os inputs não com as plataformas utilizadas, mas com as características da Cloud. O cliente obtém assim um business case muito mais sólido e o Project Sponsor fica com toda a informação necessária para poder decidir adequadamente;
  2. Fase de Planeamento: com um primeiro business case aprovado, é planeado o detalhe do processo de adoção, incluindo vertentes como segurança, modelo de operação, governação, e plano de migração estruturado por etapas;
  3. Fase de Migração / Adoção: com o plano detalhado, é iniciado o trabalho com as equipas internas do cliente, garantindo que não existem quebras de serviço e que o conhecimento da nova plataforma fica documentado e transferido para o cliente. Em paralelo, é importante garantir a performance e a utilização, bem como ajustar os dimensionamentos para o cliente pagar o mínimo possível em cada momento;
  4. Fase do Managed Service: com as aplicações a funcionarem na Cloud, então é necessário, monitorizar, manter e evoluir. A evolução tecnológica é constante e está sempre disponível, muitas vezes com redução de custos. As empresas não devem entrar nos modelos tradicionais de suporte, porque não só gerir a Cloud é completamente diferente de gerir infraestruturas tradicionais, como o nível de especialização requerido é totalmente diferente.

Já no que diz respeito a garantir o sucesso dos processos de adoção da Cloud, as empresas devem ter em conta três aspetos críticos:

  1. Cloud Enterprise Awareness: os vários departamentos da empresa devem acompanhar o processo e entender as diferenças, por ex. na área financeira, o equilíbrio entre Capex e Opex; no departamento de compras, adaptar a forma de comprar Cloud, porque é diferente de comprar ativos físicos e a consultoria especializada nesta área é tipicamente prestada por empresas mais pequenas (cloud natives); já na área de suporte e manutenção, os processos devem ser revistos e adaptados à nova realidade;
  2. Prototipar: nada substitui a experimentação, porque só ela valida pressupostos e possibilita a aquisição da experiência e dos conhecimentos necessários para proceder aos ajustes de cada situação em concreto;
  3. Documentar/Explicitar: em todo o processo é fundamental documentar, desenhar as arquiteturas, calcular custos segundo o modelo elástico, estabelecer de forma clara as responsabilidades dos vários intervenientes, definir objetivos em pequenos passos, ir medindo a evolução e ir progredindo.

Finalmente, as empresas devem privilegiar a implementação de estratégias de Cloud Adoption em vez de Cloud Migration, porque para habilitarem os seus sistemas e infraestruturas para enfrentarem os desafios dos nossos dias e do futuro, terão de fazer muito mais do que a simples migração de cargas de trabalho aleatórias para a nuvem, e só a Cloud Adoption garante uma verdadeira transformação digital.

(*) Fundador e CEO da Magic Beans