Qualidade de dados imprescindível para cumprir regulamentos financeiros

Por Ivan Chong (*)

Desde que os erros de cálculo perigosamente irresponsáveis de companhias como a Enron e a WorldCom geraram ondas de choque por toda a comunidade financeira no inicio da década, as companhias viram-se forçadas a cumprir com muitas novas regulamentações de forma a garantir que a história não se iria repetir. Desde o Sarbanes-Oxley Act de 2002 aos novos requisitos Basel II, a adaptação às novas medidas nem sempre tem sido fácil para muitas companhias.

Nunca existiu uma necessidade tão grande em termos de qualidade de dados. As crescentes exigências reguladoras aumentam a fasquia no que respeita à qualidade de dados. Os dados são o meio mais objectivo pelo qual um órgão regulador pode avaliar uma empresa e quando há problemas com a qualidade de dados, isso certamente irá originar questões sobre o negócio. E, como sempre, a maioria das empresas faria praticamente tudo para evitar esse tipo de questões.

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Com o Sarbanes-Oxley, por exemplo, as companhias ficam responsáveis por submeter estimativas periódicas e escritas das suas práticas contabilísticas internas à SEC. A falha da entrega de uma estimativa precisa pode fazer com que um executivo incorra numa multa de até um milhão de dólares e uma pena de prisão de até 20 anos. Num dos mais notáveis requisitos Basel II, o montante mínimo que um banco deve ter em reserva para combater dificuldades fiscais imprevistas, também origina penalidades severas que muitos bancos fariam tudo para evitar.

Mais uma vez, os peritos insistem que uma qualidade de dados eficiente é a resposta. Se uma companhia não cumpriu com todos os vínculos com, por exemplo, a WorldWide Corporation, um responsável de cumprimento que venha com o Sarbox na memória, pode ter de retirar a WorldWide Corporation do balancete da sua companhia e do relatório anual de contas, entre outros.

Se a entidade em questão fez negócio em várias ocasiões com a companhia, então o responsável tem de verificar os documentos arquivados de forma a obter os extractos contabilísticos anteriores. Essencialmente, o responsável necessita de toda a documentação para a WorldWide Corporation. E se, mais cedo nesse ano, alguém da contabilidade inseriu a empresa como 'WorldWide Corp.'? E se alguém a rotulou como 'WWC'?

O cenário descrito anteriormente acontece mais vezes do que as pessoas pensam, mesmo em grandes empresas. E com as duras penalizações de incumprimento, os gestores procuram avidamente formas para tornar este tipo de acontecimentos uma coisa do passado.

Com muitos dos maiores bancos de investimento mundiais a terem milhares de milhões em renúncias de créditos nos passados meses, a SEC tem estado atenta aos balancetes como um falcão. Depois de desfrutarem de anos de liberdade através de transacções fora dos balancetes, os bancos têm de apertar o cinto e providenciar uma avaliação justa dos negócios que estão a gerir. É aqui, mais do que em outro lado, que uma qualidade de dados fiável é imperativa. Alguns bancos começaram a trabalhar com a ajuda de firewalls de qualidade de dados, que asseguram que toda a informação é consistente segundo os requisitos Basel II.

Embora muitas companhias tenham de facto começado a sentir o que muitos no mercado chamam "compliance fatigue" (cansaço para com as regras), muitos também acham que o emprego eficiente de regras obrigatórias alavanca significativamente a performance geral do negócio e as receitas. Isto é também algo que é virtualmente impossível sem um controlo eficaz e permanente em termos de qualidade de dados.

(*) Senior Vice President e General Manager de Data Quality da Informatica