César Garcia, director-geral da Packard Bell Ibérica, falou ao TeK no seguimento de uma apresentação durante a qual a empresa admitiu que para já mantém uma presença pouco expressiva no mercado português, mas assegurou que está definida uma estratégia para melhorar esse posicionamento. Quisemos saber detalhes sobre a equipa que em Portugal vai assegurar o negócio, os produtos no centro da estratégia e a visão da empresa para o futuro.

TeK: Quantas pessoas têm dedicadas à operação portuguesa? É já a equipa que irá desenvolver a estratégia para o reforço da quota de mercado até aos 8 por cento previstos para o próximo ano?
César Garcia: Em Portugal só temos uma equipa puramente comercial e é constituída por três pessoas. Em Espanha posso dizer-lhe que temos nove. Tendo em conta que o mercado português, em dimensão, representa cerca de 22 por cento do mercado espanhol significa que temos até mais investimento em Portugal a este nível. É uma equipa já dimensionada para os objectivos de crescimento que temos para Portugal no próximo ano.

TeK: Há gamas de produtos que terão da vossa parte um investimento mais forte na introdução em Portugal, para assegurar a estratégia de ganho de quota a nível local que estão a desenvolver?
C.G.:
Neste momento a área onde estamos mais fortes no mercado português é a de desktops, mas claramente para 2010 planeamos um esforço grande na área da mobilidade, portáteis e netbooks. Nesta segunda área já somos a empresa com uma oferta mais abrangente no mercado, mas se queremos - como é nosso objectivo - chegar a um target de utilizadores médio/médio alto temos de assegurar uma oferta ampla e completa em toda a gama de portáteis e é isso que pretendemos fazer.
A nossa actual oferta já funcionou muito bem. Permitiu-nos aliás aumentar as vendas na Europa em 70 por cento e em Portugal -é certo que partimos de baixo - mas também conseguimos duplicar vendas. Ainda assim queremos ir mais longe. Para além do reforço da oferta ao nível dos portáteis, que é claramente uma prioridade, pretendemos também lançar produtos na área do armazenamento - discos externos - e uma gama de acessórios, para dar resposta às necessidades de quem quer comprar o equipamento e respectiva bolsa, ajudando a cultivar o espírito de orgulho na marca.

[caption]Cesar Garcia, Backard Bell[/caption]

TeK: No consumo a tendência hoje é de colocar cada vez mais funcionalidades em equipamentos cada vez mais pequenos. É uma tendência que parece ter vindo para ficar. Que outras reconhece neste segmento?
C.G.:
Acho por exemplo que já lá vai o tempo em que as especificações técnicas eram um factor determinante para a compra. Hoje em dia quase todos os computadores já têm condições para responder àquelas que são as necessidades de cerca de 90 por cento dos utilizadores. Acho que essa é uma questão ultrapassada. O básico está lá, quase sempre e a electrónica é como a vida. Primeiro é preciso responder às necessidades básicas. Quando estão satisfeitas pensa-se em ter um carro ir ao cinema, etc. Na informática estamos a caminho de outro nível de prioridades também. Acredito que uma grande percentagem de utilizadores hoje já não sabe que memória tem o seu computador, ou que velocidade tem o CPU. O que sabem é que seu computador serve para desempenhar esta ou aquela função. Esta é uma tendência que já existe e que acredito se intensificará nos próximos anos. É por isto que nos focamos cada vez mais no desenho dos equipamentos, teclados cómodos, baterias com longa duração, teclas que facilitam tarefas como o backup automático e aspectos que desse género.

TeK: Essas preocupações vão reflectir-se nos próximos lançamentos da marca?

C.G.:
O que se poderá encontrar nas nossas linhas para 2010 são computadores cada vez mais finos, com baterias mais duradouras, chassis mais cuidados mas que nem por isso signifiquem preços mais elevados. Defendemos que o desenho não é necessariamente uma condicionante do preço embora muitas marcas procurem manter uma imagem de elitismo usando esse critério. Não partilhamos desta estratégia, como também não estamos nos níveis mais baixos de preços praticados no mercado, porque queremos dar o mínimo de qualidade aos nossos acabamentos, aos nossos chassis.
Acredito que temos uma gama de produtos muito competitiva com um preço equilibrado. Para já só em três cores, mas já no próximo ano com cinco cores. A pouco e pouco queremos que o consumidor possa, na nossa oferta, escolher exactamente aquilo que quer. Esse esforço é claramente algo que o consumidor pode esperar dos novos próximos lançamentos. Outra é uma aposta no táctil que é de facto uma característica que aporta um valor adicional aos produtos.

Nota de redacção: Alteradas referências incorrectas, onde a indicação do entrevistado e do entrevistador tinha por lapso sido trocado.