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Trabalha especificamente na área de servidores de correio electrónico e optou por não apostar num motor de antivírus próprio. A Sybari Software concentra esforços no desenvolvimento de tecnologias que permitam integrar as várias soluções existentes no mercado e está apostada em aumentar o número de clientes no mercado nacional. João Claro, territory manager da Sybari Software para Portugal, fala da realidade portuguesa e dos novos desafios que se colocam às empresas de segurança.

TeK: Que novos desafios enfrenta uma empresa de soluções de segurança como a Sybari?

João Claro: Os desafios da mobilidade são certamente uma das áreas mais importantes para uma empresa como a nossa. É uma das áreas onde estamos a trabalhar e onde pretendemos reforçar a nossa principal ferramenta, o Antigen. O spam é outro dos grandes desafios que se nos colocam. Esta nova realidade tem-nos obrigado a acrescentar ferramentas de controle de conteúdos, fine filtering e esta tornou-se também uma área chave para nós.
Trabalhamos especificamente na área de servidores de correio electrónico (Exchange e Lotus Domino), pelo que esta questão do spam é central.


TeK: Estão previstas novidades nesta área?

J.C.:Lançámos um módulo anti-spam há cerca de três meses, vamos lançar outro em Outubro, mais alargado em termos de funcionalidades.



TeK: Que novas funcionalidades serão essas?

J.C.:De um modo geral melhora a nossa oferta actual. O que existe neste momento é a possibilidade que damos ao administrador de sistemas, quando instala a nossa solução Antigen num servidor de correio, determinar aquilo que quer considerar spam ou não - tendo como critério conjuntos de palavras. A nova versão do Antigen irá um pouco além disso, mas para já não poderei revelar mais pormenores.



TeK: Estão programados outros lançamentos?

J.C.:Vamos também lançar uma nova versão do Antigen para Lotus Domino no final do mês. Em beta lançámos recentemente uma versão do Antigen para Share Point.


TeK: Como caracteriza as empresas portuguesas em termos de precauções de segurança?

J.C.:Somos um pouco cépticos relativamente à protecção, sobretudo em Portugal. A ideia de que "amanhã vai haver um novo ataque e devo estar preparado", não faz ainda parte da lógica de muitas empresas. Quando o problema existe é atacado mas não se pode dizer que a maioria das empresas tenham uma atitude proactiva relativamente às questões de segurança. É na maioria das vezes uma atitude reactiva. Portugal é quase sempre um dos países mais afectados quando se trata de vírus muito poderosos e acho que essa é uma boa explicação para o fenómeno.




TeK: Pensa que essa falta de protecção explica a dificuldade das empresas nacionais em assumirem que são alvos de ataques?

J.C.:Estamos a falar de organizações grandes onde a área de segurança é crítica e por isso ninguém gosta de reconhecer que a sua ferramenta de segurança não é a melhor. Noutros casos a ferramenta utilizada até é adequada mas por parte da própria empresa não são tidos os cuidados de segurança necessários, fazendo actualizações, etc.



TeK: A Sybari sentiu um aumento da procura de aplicações e de pedidos de informação na sequência do crescimento do número de vírus?

J.C.:Vamos notando cada vez mais a consciência de que é preciso aumentar a protecção das empresas. Notámos um aumento no número de downloads no nosso website e nas vendas também sentimos alguma subida, embora o processo de vendas deste tipo de soluções seja relativamente demorado. Isto faz-nos prever que esta tendência deverá continuar até ao final do ano e possivelmente também no próximo ano.



TeK: As carências de segurança das empresas nacionais são também um problema de disponibilidade para investir?

J.C.:Também. Este não é um ano brilhante, em termos gerais. A economia está praticamente parada. As empresas reconhecem que é necessário reforçarem os seus investimentos nesta área mas ou não podem ou simplesmente adiam.



TeK: Estando em Espanha, sente grandes diferenças no planeamento de soluções de segurança feito pelas empresas, nos dois países?

J.C.:É muito similar. Acredito que nos países funciona um pouco o espírito latino. Em Espanha é de facto semelhante e em Itália também não é muito diferente.




TeK: Quantos clientes têm em Portugal?


J.C.:Gerimos cerca de 750 mil mail boxes. Temos já uma rede de parceiros bastante expressiva em Portugal, embora as operações estejam centralizadas em Espanha.



TeK: Tendo em conta que o mercado português é maioritariamente composto por PMEs, que estratégia têm para este segmento. Faz parte o vosso target?

J.C.:Sem dúvida. Estamos a preparar 2004 e o segmento de PMEs é o nosso principal objectivo. Já temos grandes contas, temos algumas PMEs e temos a faixa mais baixa do mercado. Tendo em conta este cenário consideramos que nos falta trabalhar o segmento médio com algum cuidado.



TeK: Nos últimos tempos foram feitas algumas acusações às empresas de segurança. Tem-se falado em algum exagero na classificação dos vírus. Quer comentar?

J.C.:Fabricando soluções antivírus, obviamente ganhamos com a multiplicação dos vírus. Ainda assim, não creio que as empresas de segurança tenham algum interesse em empolar a questão. A tendência de aumento do número de vírus irá manter-se. Posso dizer-lhe que em média surgem diariamente 12 a 15 vírus novos, ou variantes e não estamos todos os dias a ouvir falar neles. O que muitas vezes acontece é que quando o vírus surge há a percepção de que a sua perigosidade é elevadíssima. Essa percepção inicial pode não se confirmar, dependendo da rapidez de actuação das empresas, do tempo de lançamento de uma vacina, etc.



TeK: Este aumento do número de vírus obriga os fabricantes a uma maior e mais rápida capacidade de resposta. No vosso caso a selecção de soluções também tem sido aperfeiçoada e melhorada?

J.C.:Sem dúvida. A próxima versão do Antigen é precisamente uma resposta a essa necessidade crescente de protecção. O que vamos fazer é integrar mais motores antivírus. A solução actual tem cinco motores, com o sexto já praticamente integrado e iremos integrar, dentro de muito pouco tempo, o sétimo. A selecção é feita, entre outras coisas, com base na capacidade de integração desses motores na tecnologia que desenvolvemos com o Antigen, a partir daí temos o cuidado de seleccionar aqueles fabricantes com uma taxa de detecção de vírus mais elevada com um tempo de resposta mais baixo. Esta é uma combinação extremamente importante. Outra das nossas preocupações fundamentais é a localização geográfica dos fabricantes. Tentamos que as nossas soluções cubram vários fusos horários já que ninguém sabe a que horas e onde será lançado o vírus e esta é uma preocupação fundamental.

Cristina Alexandra Ferreira