http://imgs.sapo.pt/gfx/106960.gifA Oracle
Portugal
em conjunto com a Universidade Autónoma de Lisboa (UAL) e a Associação Portuguesa de
Utilizadores Oracle (APO) patrocinou a nova Academia
Tecnológica da Universidade Autónoma de Lisboa (ACTUAL),
responsável pelo primeiro curso de Técnicos Especialistas em
TIs.


Depois da apresentação da ACTUAL à imprensa, Eduardo Pinheiro,
director de marketing da Oracle Portugal, explicou ao TeK
alguns dos motivos que levaram à constituição daquela
instituição, esclarecendo em que medida a empresa iria
beneficiar com a formação daqueles profissionais especializados
em tecnologias Oracle, que daqui a três anos estarão prontos
para ingressar no mercado trabalho.


Os novos desafios da empresa no actual contexto económico e
perspectivas futuras desta e de outras iniciativas foram outros
dos temas abordados.

TeK: Qual o vínculo existente entre a Oracle Portugal e a
Academia Tecnológica da Universidade Autónoma de Lisboa
(ACTUAL)?

Eduardo Pinheiro : O projecto Actual teve origem na
Associação Portuguesa de Utilizadores Oracle (APO), que
representa os interesses da comunidade vasta de utilizadores
portugueses de Oracle, englobando seguramente mais de 300
clientes e, em termos de parcerias, mais de 300
empresas.

A direcção da APO decidiu lançar o repto à Universidade
Autónoma de Lisboa (UAL) para lançarem em conjunto este
projecto inovador. O objectivo é resolver o gap presente
no mercado entre a formação universitária nas áreas
tecnológicas e os requisitos práticos efectivamente sentidos
pelas empresas.

Esta academia permitirá lançar no mercado técnicos
perfeitamente habilitados a trabalharem com as Tecnologias da
Informação (TI) em geral e com as aplicações Oracle, em
particular. Estou convencido que estes formandos serão
imediatamente absorvidos pelas empresas e pela vasta comunidade
de parceiros da Oracle em Portugal.

TeK: Quais são as necessidades reais do mercado, em termos
de absorção destes quadros médios qualificados?

E.P.: Reportando-me há cerca de um ano ou dois anos
atrás, não havia semana que não recebesse um telefonema de um
cliente final ou de um parceiro Oracle a solicitar-nos recursos
técnicos. As empresas estavam desesperadas à procura de
programadores ou analistas com capacidade de integração
imediata. Não andavam à procura de jovens de elevado potencial
mas sim de pessoas que pudessem de imediato colocar "as mãos na
massa".

Quero salientar que estes formandos não se dirigem só às
grandes organizações e Software Houses nacionais, mas
para todas as empresas (e são muitas) que têm informática
própria e que assentam as suas soluções em tecnologias
Oracle.

Este tipo de recursos são muito bem-vindos e penso que o
sucesso vai ser enorme, quer pela receptividade que esta
academia já está a ter junto de clientes Oracle, que já
foram contactos. A depreender do interesse suscitado não me
surpreenderia nada que esta iniciativa fosse copiada por outro
tipo de fornecedores de software do mercado
nacional.

TeK: Em que é que este curso se distingue dos
oferecidos por outras instituições de ensino?

E.P.: Na ACTUAL somos absolutamente pioneiros na
arquitectura deste curso, que tem uma duração de três anos e
que acaba por ter um plano curricular, em termos temporais,
muito parecido com o curso de Bacharelato.

No primeiro ano lectivo haverá formação em sala de aula,
incluindo cadeiras ministradas por docentes universitários e
formadores com forte experiência empresarial, o que à partida
garante uma grande adequação das matérias leccionadas à
realidade.

Depois deste primeiro ano surgem então seis meses de estágios
nas empresas receptoras desses formandos. Posteriormente, é
efectuado um complemento ao estágio, mas já em actividade
profissional. O terceiro ano do curso integra o trabalho
efectivo das organizações para "limar as arestas" e para
adaptar estes novos elementos às necessidades reais das
empresas.

TeK: Fale-nos um pouco do currículo proposto e das matérias
leccionadas.

E.P.: No plano curricular destacam-se matérias como a
arquitectura de computadores, sistemas operativos, algoritmia,
toda a parte de Internet, Inglês, curiosamente completadas com
Técnicas de Comunicação e Interacção, que são em nosso entender
fundamentais para quem vai integrar uma equipa.

Na segunda parte serão leccionadas cadeiras de programação,
redes de comunicação, linguagem Java, modulação de bases de
dados e Técnicas de Organização e Documentação.

Mais uma vez se sentiu a necessidade de completar noções muito
técnicas com skills fundamentais. No último período,
intitulado de Especialista encontramos técnicas e ferramentas
de modulação e de análise, UML e desenvolvimento de aplicações
com ferramentas e metodologias Oracle, XML, portais, assim como
disciplinas opcionais que irão ser lançadas oportunamente, como
por exemplo Data Mining, Administração de Bases de Dados
e desenvolvimento de soluções com tecnologia Microsoft (Visual
Net), que como sabemos é bastante utilizada.

TeK: A quem se dirige este curso e quanto custa frequentar
esta formação especializada da ACTUAL?


E.P.: Estes cursos são totalmente
gratuitos para quem os frequenta, o que é uma particularidade curiosa desta
iniciativa, ou seja, pretende-se atrair jovens com queda para a
informática, com o secundário completo e com necessidade de um
complemento de estudos nesta área.

Já foi efectuada a primeira selecção de alunos, através de
testes psicotécnicos e psicológicos por uma empresa
subcontratada pela ACTUAL, que fez a primeira triagem. O curso
já está a decorrer desde meados de Janeiro. Esta selecção
rigorosíssima de 40 alunos (de cada vez) dá a garantia às
empresas envolvidas e à própria Academia que os técnicos
recrutados desta forma, têm vocação e um aproveitamento
estimado na ordem dos oitenta por cento.

Não nos podemos esquecer que as empresas que vão hospedar e
recrutar estes formandos a posteriori vão ter encargos
financeiros com os mesmos.

Os alunos não pagam nem recebem nada durante o primeiro ano
lectivo, depois nos estágios, nomeadamente no
profissionalizante, recebem uma remuneração. Nesta última fase,
o pagamento é acordado "à cabeça" com as empresas que vão
receber os recursos, através de um fee fixo
contabilizado, que pode ser abrangido pela Lei do Mecenato.

A
outra hipótese é cada organização poder escolher os seus
próprios formandos, identificados pelo seu departamento de
recursos humanos, sujeitando-os, se for caso disso, a novos
testes psicotécnicos e psicológicos de avaliação. Existe ainda
a possibilidade das empresas contratarem os alunos durante o
estágio.

TeK: Quanto custa formar um profissional especializado em
tecnologias Oracle?


E.P.: A ACTUAL, nesta altura, não tem fins lucrativos e o
tipo de prestação que está a dar é meramente social, apostando
no desenvolvimento da Sociedade de Informação em Portugal e na
criação de recursos para a APO. No que diz respeito ao preço
estimativo por formando ronda os dez mil euros, um valor que me
parece perfeitamente competitivo.

TeK: Que tipo de tecnologia Oracle irá ser mais usada no
âmbito da formação da ACTUAL?

E.P.: Os formandos vão trabalhar com toda a tecnologia
Oracle disponível, especificamente com Base de Dados Oracle 9i,
o Application Server Oracle9i direccionado para portais
corporativos, o Internet Developer Suite que contemplará o
desenvolvimento de XML, de Java, de modulação de dados, entre
outras ferramentas.

TeK: A ACTUAL abriu caminho para outras iniciativas do
género? Qual poderá ser, em sua opinião, a tendência desta
academia profissionalizante?

E.P.: Tal como já foi referido, esta iniciativa não é da
Oracle, mas da Associação Portuguesa de Utilizadores Oracle,
que nós acarinhámos e patrocinámos com muito dinamismo.

Penso que poderá ter uma componente de e-Learning no
futuro, uma vez que creio que a UAL está a começar projectos
nessa área.

À medida que os estudantes vão avançando no curso também podem
socorrer-se de expedientes electrónicos para se actualizarem,
quer mediante o e-Learning quer com outros processos
mais convencionais, baseados em CD-ROMs e DVDs, que vão estar à
disposição dos alunos na biblioteca e muita formação gratuita
na Internet (quase toda).

TeK: A disponibilidade da Oracle em participar na ACTUAL
reflecte, de certa maneira, a sua popularidade no âmbito do
mercado de software empresarial?

E.P.: A Oracle está como os números o provam a colher o
que semeou, nestes dois ou três anos. O nosso processo de
transformação interno para e-Business está a funcionar,
estamos a apresentar melhores resultados para os nossos
accionistas e a libertar mais margens operacionais, mais lucro.
Somos uma empresa que está a brilhar numa constelação um pouco
obscurecida.

Nos números obtidos está a prova da saúde financeira e da
visão, que a Oracle teve há uns anos atrás, desde a sua
fundação. Continuamos com desafios muito inovadores e
arriscados. Nas TIs quem arrisca é quem tem sucesso!

A Oracle é das poucas empresas informáticas, genericamente
falando, que vai sobreviver, quando a indústria se consolidar
em definitivo. A indústria das TIs vai começar a viver aquilo
que a indústria automóvel viveu no século passado: vão
sobreviver apenas três ou quatro marcas.

Nesse sentido, a ACTUAL é um alargamento dos nossos espaços
convencionais de formação com parceiros acreditados. É
fundamental que se verifiquem mais iniciativas como esta, pois
estas pessoas, que vão sair da ACTUAL, estarão em lugares de
decisão, poderão escolher e seleccionar TIs e quanto mais as
conhecerem mais possivelmente as utilizarão.

TeK: Como avaliaria os resultados obtidos neste último ano
pela Oracle? E quais são, em sua opinião, as tendências para
2002?


E.P: As perspectivas são públicas. Acredita-se que a
economia dos Estados Unidos iniciou um processo de retoma e
como a sua prestação é uma parte fundamental do negócio global
da Oracle, pensamos que no segundo semestre deste ano teremos
boas notícias, em termos de crescimento de receitas (não só
pelas condições económicas mas pela maturidade de alguns
produtos, concretamente o e-Business Suite).

No mercado português temos tido boas prestações em todos os
sectores, na indústria das telecomunicações, nos mercados
financeiros, inclusive na Administração Pública. Fizemos um ano
excelente de 2001.

Fica uma tónica positiva com a criação da ACTUAL, que demonstra
mais um sinal de saúde do mercado Oracle, que partiu de um
movimento criado pelos seus utilizadores, que pretendem
investir em recursos técnicos para trabalharem com as nossas
ferramentas.

Dulce Mourato