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A Cisco tem-se afirmado como uma das principais impulsionadoras de tecnologias avançadas como a Telefonia IP, Segurança, Wireless, Storage e arquitecturas de Data Centers, apostas que vem mantendo também no mercado português.



No último ano fiscal a empresa registou um crescimento de 25 por cento na operação local, beneficiando da retoma dos investimentos nas áreas da telecomunicações e Administração Pública, apoiada por uma maior procura de soluções na área quer da segurança, quer da Telefonia IP.



Para o ano de calendário que agora se inicia, Carlos Brazão, director geral da empresa em Portugal, prevê novos crescimentos e diz que de um modo geral, as várias áreas
trabalhadas pela Cisco estão em crescimento. O responsável destaca ainda a importância das PMEs que nos últimos anos tem merecido uma aposta reforçada por parte da Cisco.



Em 2005 a Telefonia IP volta a estar no centro da aposta Cisco que pretende desenvolver novas soluções nesta por conta própria e no âmbito da parceria com a Ericsson.



TeK: Quais as perspectivas de negócio da Cisco Portugal para 2005. É vossa expectativa que as áreas das telecom e a Administração Pública voltem a contribuir decisivamente para o crescimento da operação portuguesa?

Carlos Brazão:
As perspectivas de negócio da Cisco para 2005 são de continuação do crescimento sustentado que temos vindo a registar. Nos últimos trimestres efectivamente o nosso crescimento foi liderado pelos operadores de telecomunicações e Administração Pública, mas neste momento estamos a verificar um crescimento sólido do nosso negócio em todos os segmentos, incluindo as grandes empresas, as PMEs e o mercado residencial, que é endereçado pela nossa unidade Linksys.



TeK: No que respeita às soluções, as apostas mantêm-se?

C.B.:
No que diz respeito às nossas soluções, continuaremos a apostar nos nossos core products - routing e switching - impulsionado pela disponibilidade de equipamentos cada vez mais potentes e multi-serviços, como é o caso da nova geração de Integrated Services Routers. Reforçaremos ainda a nossa já grande aposta nas Tecnologias Avançadas - Telefonia IP, Segurança, Wireless, Storage e arquitecturas de Data Center, entre outros - sustentado na tendência de convergência de múltiplos tráfegos e aplicações para infra-estruturas de rede IP.



TeK: Qual o peso da Administração Pública nos negócios da Cisco Portugal?

C.B.:
No ano fiscal que terminou em Julho de 2004, aproximadamente uma quarta parte do negócio da Cisco em Portugal diz respeito ao sector público, tendo registado um crescimento superior a 30 por cento relativamente ao ano fiscal anterior.



TeK: A actual situação política irá prejudicar ou alterar a disponibilidade da AP para investir na primeira metade do ano?

C.B.:
É essencial que os governos continuem a apostar nas Tecnologias e na Sociedade de Informação, uma vez que são um catalisador do desenvolvimento económico em geral. Estudos independentes (NetImpact) apontam que nas nações desenvolvidas a adopção cada vez mais alargada de tecnologias poderá estar na base de 30 a 50 por cento dos ganhos gerais de produtividade ao longo dos próximos anos.
A dinamização das políticas para a Sociedade de Informação é portanto essencial para a retoma do crescimento económico sustentado, e é isso que acreditamos que irá acontecer.



TeK: Acredita que essa aposta irá manter-se?

C.B.:
A nosso ver, a manutenção da aposta no desenvolvimento da Sociedade de Informação é essencial para o desenvolvimento do país a dois níveis. Por um lado através de investimentos públicos com elevado potencial dinamizador, como é por exemplo o caso do e-U (Campus Virtuais), ou com impacto na produtividade e qualidade dos serviços da Administração Pública. Por outro lado, através do apoio a iniciativas ou programas impulsionadores da Sociedade de Informação, como por exemplo as iniciativas para incrementar o ensino das Tecnologias de Informação.



TeK: Como vêem a evolução das soluções de telefonia IP no país. Quer na sua adopção pelas empresas, quer na disponibilização de novas soluções ao mercado?

C.B.:
A telefonia IP tem sido das tecnologias que mais penetração tem tido a nível mundial e, também, no mercado nacional. Tendo sido uma tecnologia que a Cisco começou a introduzir em Portugal há cerca de 5 anos, temos hoje já muitos projectos desenvolvidos - alguns de muito grande dimensão - tanto em grandes, médias e pequenas empresas, como a nível da Administração Pública local e central.
Esta é portanto, hoje, uma tecnologia madura e cremos que o mercado já compreendeu todas as suas mais valias ao nível de ganhos de produtividade, simplicidade, eficiência e diminuição de custos, entre outros. Continuaremos, portanto, a apostar no desenvolvimento de novas soluções da Telefonia IP, ou mais amplamente das Comunicações IP, com o lançamento de novas versões do Call Manager e forte incidência no Call Manager Express - solução específica para as PMEs.



TeK: No caso concreto da voz sobre IP, esta representa um desafio e uma ameaça para os operadores fixos de telecomunicações, acredita que isso pode ser um entrave ao seu desenvolvimento?

C.B.:
A VoIP é uma oportunidade para os operadores e não uma ameaça. Esta é uma indústria de base tecnológica, e a cada vez mais rápida evolução tecnológica implica um mercado em constante mutação, uma constante adaptação a todos os factores. Cremos que os operadores têm feito essa adaptação e que têm aproveitado as mais valias da tecnologia, quer ao nível da implementação interna, quer ao nível da construção de serviços que possam disponibilizar aos seus clientes.



TeK: A parceria Cisco/Ericsson disponibiliza um conjunto de novas soluções já apresentadas aos operadores de telecomunicações. É expectável que ao longo deste ano surjam no mercado ofertas baseadas nessa proposta?

C.B.:
A aliança foi formada visando acelerar a adopção de redes multi-serviços mais eficientes e rentáveis por parte dos operadores de rede fixa e, consequentemente, o alargamento da oferta de serviços de banda larga para os utilizadores finais. Esta foi uma aposta nossa no ano fiscal de 2004 e continuará a ser uma área de incidência em 2005, com a construção de soluções complementares que potenciem a abordagem conjunta ao mercado.



TeK: As PMEs são uma aposta mais recente da Cisco. Qual a estratégia dirigida ao segmento este ano?

C.B.:
No ano de 2004 a Cisco efectuou uma reestruturação interna, de forma a endereçar as necessidades deste segmento de mercado, reforçando, assim, uma aposta que tem vindo a ser desenvolvida durante os últimos anos.
Vamos continuar na nossa estratégia de aposta nas PMEs, porque acreditamos que as nossas soluções são um meio de aumentar a produtividade e retorno destas empresas, que constituem uma parte maior do tecido empresarial português.
Consideramos que o mercado de PMEs é um mercado com muito potencial de crescimento e o nosso objectivo é desmistificar a ideia de que as soluções de tecnologias avançadas estavam apenas ao alcance das grandes empresas. Hoje, creio que está provado que as PMEs têm uma necessidade crescente de apostar em tecnologias como telefonia IP, segurança e wireless, que lhes permitirão aumentar o seu negócio e tornarem-se mais rentáveis.



TeK: As soluções de segurança são uma componente importante do portfólio de soluções da Cisco. É notória uma procura mais selectiva e intensa deste tipo de soluções nos últimos anos?

C.B.:
Quando falamos de redes a principal preocupação dos nossos clientes é a segurança e a Cisco dá resposta a estas preocupações abordando o tema da segurança como algo que deve ser indispensável e inerente a qualquer rede, e não um "acessório" como por vezes era encarado pelas empresas. A Cisco tem claramente uma estratégia pro-activa relativamente à área de segurança, tanto a nível do desenvolvimento de soluções cada vez mais eficazes, como o Cisco Network Admission Control, passando dos sistemas reactivos para sistemas em que prevenção/protecção são os mecanismos usados para garantir uma gestão proactiva, assim como através da sensibilização dos nossos parceiros para a importância deste factor e no desenvolvimento de parcerias com empresas líderes na área, como é o caso da Trend Micro.



TeK: Qual o balanço da vigência em Portugal do Cisco Network Academy?

C.B.:
O Cisco Networking Academy Program é um programa global de parcerias para o ensino de tecnologias de informação que oferece aos estudantes competências tecnológicas essenciais numa economia global, incrementando significativamente a sua empregabilidade.
Este programa foi lançado em Outubro de 1997 nos EUA e inclui, actualmente, mais de 160 países e mais de 500 mil alunos distribuídos por mais de 10 mil academias situadas em Escolas Secundárias, Profissionais, Politécnicas, Universidades e organizações comunitárias.
Em Portugal existem actualmente 40 academias e cerca de 900 estudantes. Esta é uma forma de contribuirmos para a melhoria das qualificações em Tecnologias de Informação e Comunicação no mundo, diminuído o fosso de conhecimento entre países.