Corria o mês de outubro e parece ter surgido uma mini-bolha tecnológica no segmento dos smartphones: a dos ecrãs curvos. A Samsung apresentou o Galaxy Round, a LG respondeu com o G Flex e surgiu um registo de patentes da Apple de um smartphone curvo.
Enquanto do primeiro pouco se ouviu falar, pelo menos em Portugal, e do terceiro não se rezam lendas porque nem se sabe se vai chegar a existir, a virtude parece estar mesmo no meio, isto é, no LG G Flex.
O TeK andou algumas semanas com o telemóvel e só tem coisas boas a dizer do dispositivo. É um topo de gama como manda a tradição: tem especificações de alta gama como o processador Snapdragon de quatro núcleos a 2,26Ghz, como os 2GB de RAM, os 32GB de armazenamento, o suporte para redes 4G e como a câmara de 13 megapíxeis.
Existem alguns pormenores no telemóvel que se destacam e fazem deste equipamento um elemento único no mercado. Primeiro o design. Este é, ao que tudo indica, o futuro dos smartphones a curto prazo. Ecrãs grandes, margens reduzidas e um espaço de painel frontal muito bem aproveitado.
Depois há a colocação dos botões na parte traseira que acabam por fazer sentido em telemóveis de grandes dimensões. Os dedos chegam àquela posição com mais facilidade. O toque especial está no facto de a LG ter transformado o botão de desbloqueio num LED de notificações, que pode assumir diferentes cores mediante os tipos de comunicações recebidas. Se quiser tirar uma selfie, por exemplo, o botão fica verde quando a sua cara está enquadrada e fica verde escuro quando está tudo focado e pronto para o disparo.
Mas a grande bandeira do G Flex é o ecrã curvo e flexível. Restava portanto saber até que ponto é que a curvatura do ecrã e a sua flexibilidade limitada podem ser uma mais valia. Na opinião do TeK existem 5 pontos onde um ecrã curvo apresenta mais vantagens que os ecrãs normais.
Ergonomia
O LG G Flex encaixa-se melhor na cara do que os restantes telemóveis. Não que os restantes smartphones sejam desconfortáveis, porque não são, mas o equipamento da tecnológica sul-coreana simplesmente é mais confortável. A curvatura do ecrã adapta-se melhor à cara, permitindo aproximar mais o som recebido do ouvido e o microfone da boca.
O resultado? Uma qualidade de chamada superior à dos restantes smartphones. Som limpo, de alta qualidade.
Depois a curvatura também ajuda a que se encaixe melhor nos bolsos das calças, tanto o das frente como os de trás. Como se adapta melhor às curvas dos membros inferiores, não é tão proeminente no bolso como outros equipamentos. Mas há uma condicionante: tem que ter bolsos grandes caso contrário arrisca-se a ficar com meio telemóvel de fora.
Experiência de visualização
Há quem fale numa experiência de visualização mais imersiva. Deste lado isso não se sentiu tanto. Não se achou que um vídeo visto no YouTube proporcionasse uma experiência tão diferente daquela que é ver o mesmo vídeo num iPhone ou num Nokia Lumia. É ligeiramente diferente. Para melhor? Talvez.
O ecrã curvo permite agarrar melhor o telemóvel na posição horizontal. Há realmente uma sensação de maior aproximação entre os olhos e dos diferentes pontos do ecrã. Mas talvez seja melhor comprar um telemóvel com uma resolução maior e cujos brilhos e contrastes sejam mais fiéis, do que andar à procura de um telemóvel curvo.
Mas isto a propósito da dita experiência imersiva de visualização de filmes. Porque no consumo de conteúdos de texto, então o ecrã curvo dá outra vida aos enfadonhos textos otimizados para dispositivos móveis.
Existe todo um conjunto de aplicações onde é possível observar esta dinâmica de conteúdos curvos: Google+, Twitter, qualquer navegador de Internet, Yahoo! Weather, Timely.. ou seja, qualquer aplicação onde a informação deslize de baixo para cima e vice-versa, e onde quanta mais informação houver melhor se vai reparar no efeito.
Nos smartphones os utilizadores usam um movimento de deslize para cima e para baixo. E num ecrã curvo este deslize parece ter mais sentido. O texto vai acompanhar a curva que o dedo faz no ecrã, um efeito bem conseguido pela LG e que, aqui sim, transforma a experiência de consumir conteúdos na Web.
Dá outro sentido aos telemóveis grandes
Este ponto é fácil de explicar: foi mais fácil trabalhar com um LG G Flex só com uma mão do que com o Xperia Z1 ou o Galaxy Note 3, mesmo sendo ambos mais pequenos.
O telemóvel da LG tem um ecrã de seis polegadas contra as 5,5 do Samsung e as 5 polegadas do Sony. Mas como o ecrã é curvo é mais fácil agarrar o telemóvel e chegar aos pontos distantes.
É claro que para um dispositivo de seis polegadas o utilizador vai ter que recorrer muitas vezes às duas mãos, mas no LG terá que o fazer menos vezes. É até possível deslocar as teclas virtuais de navegação para a esquerda ou para a direita, conforme o utilizador preferir.
O facto de ser curvo - e de a LG ter um design minimalista, sem botões, quase sem margens - faz com que o telemóvel também pareça mais pequeno do que é na realidade. E isto é positivo porque o tamanho gigante do G Flex assustou muitas pessoas que veem mais desvantagens do que vantagens em ter um ecrã grande.
Muito potencial por explorar
Esta foi uma crítica apontada pelo TeK a alguns responsáveis da LG Portugal logo no evento de apresentação. O telemóvel aparentava ter pouco software próprio que aproveita o facto de ter um ecrã diferente.
Mas é aqui que um ponto negativo se transforma num ponto positivo. Quer isto dizer que há muito potencial para explorar, significando que existe uma margem de crescimento que permitem novas versões do LG G Flex.
A versão que atualmente está no mercado tem um ecrã de desbloqueio dinâmico que se move para cima ou para baixo, seguindo o movimento correspondente do utilizador. E depois se o utilizador usar, na horizontal, um desbloqueio deslizando em direções opostas as duas metades do ecrã abre-se uma janela num efeito engraçado. Mas não passa disto.
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A nível de software "curvilíneo" o G Flex não entusiasma muito. A LG, mais do que ninguém, sabe como é importante criar razões que justifiquem a tecnologia que se vende: a empresa falhou nesta missão no LG Optimus 3D e 3D Max, e o próprio conceito do telemóvel a três dimensões acabou por falhar.
Resistência
O ecrã do LG G Flex não só é curvo como também é flexível. Flexível ao ponto de o telemóvel ficar virado para baixo numa mesa, formar um espaço que pode ser "espalmado" carregando no telemóvel.
O teste de pressão, que a LG fez questão de mostrar em vídeo, confirma-se. Pode pressionar o telemóvel à vontade que ele não parte. Mas estala. Como a construção do equipamento é feita maioritariamente em plástico, sempre que sofre esta pressão de experiência ouvia-se o chassis a soltar pressão. Para muitos esta pode ser uma experiência de trazer o coração à boca, porque o som dá a sensação de que algo realmente partiu.
Mas não passa de um susto e é entusiasmante ver um equipamento como um telemóvel dobrar-se, levar pressões de várias dezenas de quilos e continuar "no ponto".
Depois há outra característica no campo da resistência que coloca o G Flex um patamar acima dos outros smartphones a nível de inovação: a capa que autorregenera.
Dos testes feitos comprova-se de facto que os riscos desaparecem, só não de forma tão rápida como a fabricante disse acontecer - pelo menos no caso deste equipamento recebido para testes. Um risco para desaparecer completamente pode levar cerca de dez minutos.
Mas veja o lado positivo, nos outros telemóveis os riscos nem sequer desaparecem. O segredo está na composição da capa traseira do LG G Flex que parece feita de gel, sem prejuízo para a qualidade de construção do equipamento e para a sua beleza - mesmo não sendo um HTC One por exemplo.
Sabendo que a maior parte dos riscos têm resultado em utilizações do dia a dia, como contacto de chaves e moedas, o telemóvel da LG consegue enfrentar este "problema" com melhores armas do que a concorrência.
Um senão muito grande
Mas nem tudo é bom no facto de se ter um ecrã curvo. Como Ynn Soh, gestor de produto da subsidiária portuguesa da LG admitiu ao TeK, a tecnologia ainda é muito cara e por isso é que a ideia de um LG G Pad Flex está ainda muito longe de se concretizar. O próprio G Flex custa 900 euros no mercado livre.
A qualidade da tela também é sacrificada. A resolução não passa dos 1280x720 píxeis e as cores não são tão vivas como um clássico OLED permite.
Houve ainda um outro ponto negativo, o pior de todos do telemóvel. Não sabendo se era defeito de fabrico do telemóvel ou não, mas o LG G Flex que o TeK recebeu para testes apresentava um ecrã fantasma, isto é, sair de uma aplicação para o ecrã inicial deixava marcas desse primeiro ecrã esbatidas, como se fossem fantasmas.
Dito isto, o TeK quer saber se a curvatura do ecrã, a capa regeneradora e o design arrojado são suficientes para considerar o LG G Flex como o telemóvel mais inovador do mercado. O que têm a dizer sobre esta consideração?
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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