Entre os formatos híbridos, com tablets convertíveis em notebooks, estreado com o Transformer, computadores all in one cujo ecrã se pode destacar na linha AIO, e smartphones que dão corpo e performance a tablets, como acontece no Padfone, o FonePad é mais uma das experiências de conceitos da marca, solidificando os modelos que já começaram a surgir com os chamados “phablets” (smartphones de ecrãs acima das 6 polegadas).

A ideia é deixar de transportar um telefone para as comunicações de voz e algumas funções básicas de dados e Internet, e um tablet para as tarefas de produtividade e lazer. E por isso o FonePad é um verdadeiro híbrido que pode agradar a quem não tem bolsos para mais gadgets, mas também a quem prefere um equipamento sólido e funcional por um preço razoável, em vez de gastar perto de mil euros para conseguir comprar dois equipamentos cujas funcionalidades acabam por se sobrepor em grande parte das situações.



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Mas serão as 7 polegadas a dimensão ideal ou o FonePad acabará por se revelar demasiado grande para telemóvel e pequeno para tablet?



Quase sem exceções, esta foi a primeira questão que todos os que olharam para o FonePad colocaram quando passaram a certeza inicial de que se tratava de “mais um” tablet de 7 polegadas a concorrer com o iPad mini e o Nexus 7, que lideram este mercado.



E a resposta não é simples. É certo que os formatos de 7 e 8 polegadas de dimensão têm ganho mais peso no mercado de tablets, conquistando vendas face aos tamanhos iniciais a rondar as 10 polegadas. Mas quem se habituou a ecrãs maiores acaba por ter alguma dificuldade em se adaptar a dimensões mais reduzidas, que naturalmente perdem na exibição de imagens e vídeos, mas também em questões mais prosaicas, como a utilização do teclado, mais pequeno e por isso mais difícil de gerir.



A principal dúvida surge precisamente com a utilização das comunicações de voz. Em videoconferência (móvel ou via Skype) é fácil colocar o ecrã em frente ao rosto e falar, mas para chamadas de voz mais longas o modelo não é nada simpático nem confortável.



É aqui que entram os auriculares, que muitos já não dispensam também nos smartphones de tamanho mais pequeno, e a ligação Bluetooth que permite o uso de auriculares sem fios e a ligação fácil a dispositivos externos, como os sistemas de alta voz dos carros

Na caixa a Asus não inclui nenhum destes acessórios, mas vale a pena somar mais alguns euros logo ao pacote de aquisição – se não tiver ainda uns auscultadores compatíveis que possa usar – só para evitar o desconforto de ter uma comunicação pública em alta voz sem estes dispositivos verdadeiramente essenciais neste caso…



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Mas o FonePad é muito mais desafiante do que a experiência do formato e conceito. Este foi o primeiro tablet em que a Asus decidiu aplicar um processador Intel Atom, o Z2420, que substitui os Nvidia Tegra utilizados na maioria dos tablets Android. E os resultados da experiência são positivos, com benefícios no desempenho gráfico e de memória, que se sentem na utilização normal.



A mudança entre ecrãs é bastante fluída, assim como a utilização de aplicações mais exigentes, mesmo com outras tarefas mais pesadas a decorrerem em simultâneo, revelando um bom equilíbrio também com o 3G ativo. Por isso mesmo a Asus já está disposta a continuar esta aposta e incluiu os mesmos processadores na nova geração de tablets recém- anunciados.



Design diferenciador?
Em termos de design o FonePad apresenta um acabamento metálico que lhe dá um ar mais elegante, e semelhante ao iPad mini, distanciando-se da apresentação usada no Nexus 7. O acesso à slot para colocar o cartão SIM é feito removendo uma pequena banda de plástico no topo do equipamento, com jeitinho, onde pode colocar também um cartão micro SD para aumentar a memória. Mas a tampa traseira não se mexe, o que significa que não poderá mudar a bateria.



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O ecrã de 7 polegadas tem uma resolução de 1280x800 HD e usa tecnologia IPS para garantir ângulos de visualização mais alargados, assim como imagens nítidas e brilhantes em ambientes mais iluminados, mas não com qualidade suficiente para leitura debaixo de sol intenso.



A memória interna é de 16 GB, facilmente reforçada com um cartão micro SD até 32GB ou com a utilização de serviços de cloud para guardar ficheiros, sendo garantido de imediato o acesso a 5GB na Asus WebStorage.



O tablet tem uma câmara frontal de 1,2 mp para suportar videoconferência e a câmara traseira tem um sensor pouco mais generoso, só 3 mp, por isso não confie neste acessório para substituir a câmara fotográfica, apesar do auto-foco e da gravação de vídeo 720p HD. Mas pode ser suficiente para fotos ocasionais, que podem ser melhoradas com criatividade usando o Asus Studio, uma das aplicações com que a Asus enriqueceu o equipamento.



O formato de 7 polegadas concorre também para a leveza do equipamento, que pesa só 340 gramas, e a Asus conseguiu também reduzir a espessura em relação a outros tablets, tornando o FonePad mais fino – apenas 10,4 mm.




Por dentro quem manda é o sistema operativo Android 4.1, mas como já é habitual a Asus artilhou o tablet com algumas aplicações especiais, como o Asus Story, que permite usar fotos e vídeos e transformar a informação numa história para partilhar, o já referido Studio. Conte ainda com a Floating App, uma aplicação que facilita a gestão das aplicações a correr no dispositivo e o SuperNote lite, para tomar notas e desenhar. Se parte das tarefas passarem também por edição de textos e documentos do Office vai também recorrer certamente ao WebStorage Office Online, igualmente pré-instalado.



E a bateria? A Asus garante que o FonePad consegue uma autonomia de 9 horas na bateria de 4,720mAh, uma meta que nunca conseguimos atingir. Talvez por sermos demasiado exigentes com o tablet, mas a verdade é que por servir de smartphone e tablet acaba por ser muito mais solicitado do que acontece com um “simples” dispositivo de navegação multimédia. Mesmo assim nunca andou muito longe do prometido, e entre as 7 e 8 horas de uso lá se foi aguentando…

Apesar de todas as particularidades, o FonePad mostrou ser um equipamento que justifica o investimento, sobretudo em oposição à ideia de comprar um smartphone + tablet.

O preço de 249 euros é bastante apelativo para quem quer ter a fusão de dois mundos e carregar apenas um dispositivo. Ainda assim, se me perguntam se eu trocaria o meu smartphone e o tablet pelo FonePad, a minha resposta é não, mas a verdade é que as senhoras têm a vantagem de ter malas grandes onde cabe muita coisa e o investimento já está feito…

Só o tempo o provará, mas de qualquer forma o FonePad parece destinado a ser um equipamento de nicho, sendo difícil acreditar que esta conjugação se massifique a curto prazo.

As operadoras móveis parecem também ter algumas certezas nesta área e por isso mesmo ainda não se viu nenhuma campanha com o tablet/smartphone da Asus, apesar do preço, da integração com o 3G e a possibilidade de estar sempre online, explorando mais os plafonds de dados…

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador

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