(Actualizada) O reconhecimento do texto manuscrito tem sido um dos calcanhares de Aquiles da Microsoft, apesar das várias tentativas de tornar este sistema de inserção de dados uma realidade, mesmo em língua inglesa. A solução parecia pouco natural a quem estava mais habituado a utilizar o teclado e a dificuldade de reconhecimento das letras dava a ajuda adicional para que a maior parte dos utilizadores acabasse por desistir da ferramenta.

No Windows 7 a empresa voltou à carga com um novo sistema de reconhecimento de escrita baseado na interpretação do desenho das letras sobre o ecrã sensível ao toque mas também pelo seu enquadramento, uma tecnologia designada contexto do modelo da língua. As melhorias vão reflectir-se nas versões em língua inglesa mas também noutras línguas, estando previsto o alargamento do reconhecimento de escrita a perto de duas dezenas de idiomas suportados pelos sistemas operativos da empresa, incluindo o português.

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Para preparar o novo sistema de reconhecimento de escrita em português a Microsoft tem vindo a fazer testes, organizando em Redmond um workshop com residentes portugueses, que ontem repetiu em Portugal, com cerca de 4 centenas de jornalistas e bloggers convidados, para além de colaboradores e parceiros da empresa.

O objectivo era experimentar o reconhecimento de escrita e reportar erros, que depois ajudarão a construção de uma solução mais robusta.

Até porque a inclusão do reconhecimento de escrita na versão portuguesa do Windows 7 ainda não está garantida. Só se forem obtidos resultados positivos em 70% dos testes é que a Microsoft vai incluir esta ferramenta na versão final do novo sistema operativo e há ainda muito trabalho a fazer...

O teste foi realizado sobre o Windows 7 em inglês mas também sobre a beta em português que só estará disponível em final de Março a Abril, e que estava instalada apenas num dos tablets disponibilizados pela Microsoft. Por isso mesmo não foi possível fotografar nem filmar em detalhe os menus em português. Mas deixamos aqui alguns screenshots de menus em inglês, fornecidos pela Microsoft, e em breve publicaremos um pequeno vídeo sobre a experiência do TeK com o reconhecimento de escrita.

Escrever como na primária

Mesmo para quem estranha a introdução de texto em formato manuscrito depois de anos a martelar as teclas, o teste acabou por ser mais fácil do que esperava. A grande maioria das palavras que escrevi foram reconhecidas, com falhas especialmente nos caracteres acentuados e nos c cedilhados, ou mesmo no nome TeK, onde o K se mostrou um grande problema...

É claro que no teste houve algum cuidado adicional no desenho das letras, algo que não teria provavelmente se estivesse a tomar notas de uma conferência ou de uma entrevista em papel, e por isso se tornou mais fácil o reconhecimento correcto das palavras. Só que este cuidado resulta também em maior morosidade na escrita de texto, o que retira alguma da utilidade do sistema para tomar notas em aulas, reuniões ou conferências.

Sempre que as palavras são mal interpretadas basta voltar atrás e riscar a palavra ou a letra errada e introduzir o novo carácter. Em situações de repetição frequente dos erros vale mesmo a pena recorrer ao sistema de personalização, através do qual se pode "treinar" o software para reconhecer quatro a cinco desenhos diferentes da mesma letra.

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No final a equipa que estava a apoiar o teste pediu para reportarmos os erros identificados e enviar o relatório, que será então analisado para corrigir falhas frequentes e melhorar a base de dados de caracteres e palavras.

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Fica ainda uma nota final para um dos modelos de tablets disponibilizados pela Microsoft, um novo Insys Style Note, da Inforlândia, que será provavelmente o primeiro tablet com o Windows 7 em português a chegar ao mercado e cujas imagens tivemos oportunidade de captar em vídeo, mas que deixamos também em foto.

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Veja ainda o Vídeo desta análise.

Fátima Caçador

Nota da Redacção: [2009-02-13 7:55] A notícia foi actualizada com a introdução do vídeo.