Com a crise dos chips e componentes, que limitaram a oferta de computadores e portáteis à grande procura gerada pelo teletrabalho e ensino durante o isolamento provocado pela pandemia, os tablets foram uma alternativa válida. Por isso, durante 2021 houve um crescimento deste segmento no mercado nacional, que perdeu fôlego no último trimestre de 2021, quando os computadores começaram novamente a ser entregues.
Apesar do decréscimo do mercado de tablets, que ainda é liderado pela Samsung, a Lenovo é uma das fabricantes que mais tem crescido, chegando mesmo a evitar a tendência negativa com um crescimento de 40,6% só no último trimestre, segundo números da IDC, assumindo praticamente um quarto da quota do mercado nacional. E isso consegue-se entender com a introdução de produtos premium no mercado, capazes de satisfazer as necessidades de trabalho, ensino e até lazer com a sua linha de tablets.
O mais recente modelo é o Tab P12 Pro, que já se encontra no mercado português, mas não será barato, custando 799 euros. O tablet insere-se na linha premium do mercado, onde constam os modelos da Samsung. Mas deve ter em conta de que se trata de um tablet Android 11, otimizado com hardware de topo e uma excelente performance, sobretudo ao nível de autonomia e prestação de ecrã.
Veja na galeria fotos do tablet
O tablet é lançado no mercado com a caneta digital da marca, mas sem a capa teclado, obrigando a um investimento adicional, não só pela proteção que concede ao equipamento, como permitir tirar maior partido da sua utilização. A pen digital, que pode manter-se fixa na sua traseira, num ponto de contacto magnético que serve igualmente de emparelhamento e recarregamento, promete ser um acessório útil para tomar notas rápidas ou interagir com as diversas aplicações suportadas. Pela experiência do SAPO TEK, esta responde bem, é sensível ao toque, além de ser confortável de utilizar.
Mas o que sobressai é realmente é o seu ecrã, oferecendo uma qualidade de imagem cristalina, com cores vivas e limpas. Trata-se de um AMOLED de 12,6 polegadas, suportado por Dolby Vision. Tem 600 nits de brilho, ainda que isso não evite os incómodos reflexos quando se utiliza perto de uma janela ou ao ar livre. De notar que o ecrã garante uma taxa de atualização adaptável até 120 Hz, considerando os jogos ou aplicações que esteja a utilizar. O resultado é uma imagem sempre fluída, sem aquele efeito de arrastamento de certos jogos mais exigentes ou vídeo de alta definição. O tablet garante ainda as já habituais certificações de redução de luzes nocivas aos olhos.
Algo que gostámos é o seu design minimalista, oferecendo um ecrã com molduras finas e cantos arredondados, envolto de um laminado prateado. O tablet é muito agradável ao toque, sem arestas salientes que por vezes causam vincos nas mãos quando segurados durante algum tempo. No entanto, este modelo que tem um aspeto premium rapidamente fica “atolado” de impressões digitais, não só no seu ecrã, como na tampa traseira. Por outro lado, o “touch sample” é muito agradável, com os toques na navegação a gerar pequenas vibrações nos dedos.
Boa construção e hardware de topo
Além da imagem de boa qualidade, o som debitado também chama a atenção. Muitos equipamentos, tablets ou smartphones, oferecem sistemas de som que parecem telefonias, debitando num canal que destorce quando se eleva o volume. Esta proposta da Lenovo salienta uma grande qualidade de som, bem espalhado pelo equipamento graças aos seus quatro altifalantes construídos pela JBL. E se tiver conteúdos compatíveis ainda pode assistir com Dolby Atmos. Durante o teste os clipes de música oferecem som surround envolvente, que colocado no máximo mantinha a qualidade sem destorção e de todas as direções do equipamento.
O tablet apresenta apenas uma ligação USB-C, no lado direito do tablet, que terá de utilizar para qualquer periférico que pretenda ligar. Nesse caso deverá mesmo comprar um hub, uma vez que a entrada serve igualmente como alimentação do equipamento. E mesmo para ligar uns auscultadores, o tablet não oferece jack 3,5 mm, embora o respetivo adaptador esteja presente na caixa.
Do lado esquerdo está a bandeja para os cartões e botão de energia. O mesmo botão para ligar o equipamento serve também de sensor biométrico, para que possa autenticar-se com apenas um toque. Os botões de volume estão colocados na parte superior e têm um relevo agradável e intuitivo de aceder. Enquanto que na parte inferior estão os conectores magnéticos para encaixar no teclado externo.
No interior do tablet vai encontrar um processador Snapdragon 870 da Qualcomm, 6 GB de RAM LPDDR5 e 128 GB de armazenamento interno. São especificações poderosas, que permitem trabalhar com conforto os processadores de texto, gráficos, ver filmes em streaming ou mesmo jogar sem problema qualquer título disponível na Google Play. E os jogos ainda saem “otimizados” com a qualidade audiovisual do equipamento.
Boa opção de produtividade e para captar fotos ocasionais
Mas sendo um tablet direcionado ao trabalho, a Lenovo propõe uma funcionalidade que temos visto em propostas de marcas como a Huawei ou a Asus na partilha do ecrã. Neste caso, o Project Unity transforma o tablet num segundo ecrã, seja para um computador portátil com Windows 10 e 11 ou smartphone. Pode replicar ou expandir a área de trabalho com o tablet, o que dá bastante jeito no multitasking.
Mas para usar a funcionalidade é necessário instalar a aplicação Projet Unity para computadores, disponível gratuitamente na loja do Windows. O sistema deteta os equipamentos conectados na mesma Wi-fi, sendo necessário utilizar um código de emparelhamento gerado no processo. E pode adicionar os equipamentos que quiser.
O Tab P12 Pro tem uma excelente autonomia, graças à sua bateria de 10.200 mAh. Durante o teste passou o dia todo a correr vídeos do YouTube com o ecrã ligado e ainda sobrou bastante bateria. Apontaríamos para umas 12 horas, mas tudo depende do tipo de conteúdos que está a utilizar no equipamento. O tablet oferece na caixa um carregador rápido de 30 W. Mas suporta outros carregadores mais rápidos, até 45 W.
Quanto às câmaras, o Lenovo TAB P12 Pro conta com uma webcam inserida na parte superior da moldura. Na traseira o módulo composto por duas câmaras e um flash LED, tem uma saliência que deve ter algum cuidado, no caso de não usar uma capa. Este é o primeiro ponto de contacto quando pousa o tablet numa superfície e por isso requer atenção para não o danificar.
Considerando que um tablet não seja propriamente o melhor equipamento para captar fotografias, a Lenovo oferece câmaras que cumprem quando precisa de registar uma foto de família ou de um passeio. O módulo é composto por uma câmara principal de 13 MP e uma de 5 MP grande angular, ideal para captar paisagens no exterior ou grupos de pessoas. Na frente, a webcam tem 8 MP, utilizada para reconhecimento facial para desbloquear o equipamento, caso configure.
Veja na galeria fotos captadas com o tablet
Durante o teste, as fotografias no exterior têm uma qualidade razoável, mas a experiência de captação não é a melhor, pois o obturador parece um pouco lento. Apesar das boas cores, gravar vídeo com este tablet só mesmo quando está estagnado, uma vez que as imagens trepidam quando está em movimento, uma vez que não tem estabilizador de imagem.
De um modo geral, o Tab P12 Pro é um excelente tablet baseado em Android, destacando-se a imagem do seu ecrã e claro, a bateria com uma autonomia impressionante. Talvez o preço não seja o mais convidativo, considerando que por perto deste valor já se conseguem adquirir portáteis de gama de entrada, mas este tablet tem especificações de topo. E a sua portabilidade, o seu peso e qualidade em geral está ao nível dos modelos da Samsung e da Apple.
É um tablet direcionado a utilizadores mais exigentes que desejem soluções de produtividade (caso opte pelo teclado) e entretenimento para as horas livres. Tem uma construção robusta, com um design premium que vai agradar os utilizadores de tablets.
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