Desde o final da tarde de ontem, 17 de setembro, que a nova versão do sistema operativo móvel da Apple, o iOS 8, está disponível para download – através de rede Wi-Fi ou através de ligação ao PC via iTunes.
Certamente que muitos utilizadores já fizeram a atualização e já estão a tirar as primeiras conclusões sobre o novo software. Mas para os que ainda não avançaram com o upgrade, vale a pena investir alguns minutos nas primeiras impressões do TeK sobre o iOS 8.
A atualização do equipamento – um iPhone 5c, que ao nível das especificações técnicas é em tudo semelhante ao iPhone 5 – foi feita já ao final da noite de ontem, motivo pelo qual o TeK não teve as mesmas dificuldades que outros utilizadores na atualização do equipamento. Tudo rápido e tudo feito de forma simples.
Já com a atualização feita o que à primeira vista se destaca são as aplicações novas que surgem no ecrã do telemóvel – aplicação Saúde, aplicação Podcasts e aplicação Dicas.
Novas aplicações
Começando por estas três novidades. A aplicação Dicas, tal como o nome deixa antever, dá dicas aos utilizadores sobre novas funcionalidades e ferramentas que possam estar menos evidentes no iOS. Nas primeiro oito dicas encontradas na aplicação é possível, por exemplo, aprender a enviar uma mensagem de aúdio, tirar selfies com o temporizador e saber como partilhar conteúdos com a família.
É interessante ver uma gigante tecnológica criar uma aplicação para dar dicas simples, mas que podem acabar por fazer a diferença para muitos utilizadores. E está tudo ali, numa app, de fácil acesso.
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Quanto à aplicação Saúde, o seu potencial vai depender de utilizador para utilizador. O software parece bastante completo, pois contempla informações de identificação até informações de sinais vitais e do sono. Mas basta a pessoa não ter um equipamento wearable para que esta seja uma app a acumular “pó”. O telemóvel só por si não faz a recolha destes dados. A única coisa que os utilizadores podem fazer é criar uma ficha médica para situações de emergência, onde indicam o tipo sanguíneo e se são dadores de órgãos por exemplo.
Já a aplicação Podcasts acaba por não ser uma novidade, apenas passou a estar integrada de forma nativa no sistema operativo.
As melhores novidades
Na opinião do TeK de todas as novidades que são introduzidas com o sistema operativo, algumas acabam por destacar-se. É o caso do controlo de luminosidade que é possível fazer apenas movendo o dedo para cima ou para baixo quando é selecionado o ponto de foco na fotografia.
Desta forma e de maneira muito prática é possível desde logo fazer a melhor correção possível para o cenário, evitando fotografias com níveis de exposição muito altos ou muito baixos.
Muito bem vindo também é o modo de time-lapse nativo. Com esta ferramenta os utilizadores podem fazer videos time-lapse sem terem de recorrer a ferramentas externas de conversão. A Apple converte automaticamente todas as imagens captadas num vídeo, para que também a sua publicação seja a mais simples possível. E os resultados finais são muito satisfatórios.
Ainda no campo da fotografia há a destacar a inclusão de um temporizador para as fotografias – 3, 5 ou 10 segundos – e a chegada do modo de captura sucessiva também para a câmara frontal dos equipamentos.
Outra novidade muito bem vinda é a possibilidade de instalação de outros teclados que não o da Apple. Swiftkey, Fleksy ou Swipe são algumas das opções mais populares e que até aqui tinham feito sucesso no sistema operativo Android.
Assim o utilizador ganha novas opções de escolha – o que é sempre positivo – e ganha aplicações com funcionalidades superiores ao teclado da Apple.
Também no campo das escolhas, o TeK louva a possibilidade de os utilizadores poderem selecionar o motor de busca DuckDuckGo como pré-definido em todas as pesquisas Web. Para a maior parte dos utilizadores isto pode não representar uma grande diferença, mas ela existe de facto.
Primeiro porque o DuckDuckGo é um motor de busca minoritário e receber este reconhecimento da Apple dá-lhe mais credibilidade. E depois porque o DuckDuckGo é um dos motores de pesquisa menos intrusivos – não há registo de dados do utilizadores, nem de cookies por exemplo. Para os que ficaram assustados com o escândalo da NSA, esta é uma alternativa apetecível.
Destaque ainda para a partilha de compras em família através do iCloud. Com este sistema um “pai” pode comprar uma aplicação e partilhá-la com mais pessoas – a mulher e os filhos por exemplo. A partilha é válida para conteúdos comprados no iTunes, na iBoook Store e na App Store e implica que seja enviado um convite que identificará os membros familiares.
Por fim uma novidade que há, mas não chegou cá. Por aquilo que o TeK já leu na imprensa internacional, outra funcionalidade que mereceria destaque é o renovado sistema de pesquisa Spotlight. Em português o novo sistema não está disponível, mas noutras línguas, como o inglês, os utilizadores vão agora poder encontrar resultados integrados da Wikipédia, da Web e até das próprias lojas da Apple. O utilizador não estará assim a pesquisar só sobre o que existe no telemóvel, estará a aceder a um ecossistema mais amplo. Em futuras atualizações pode ser que os utilizadores portugueses venham a ter acesso a esta ferramenta.
O que ainda aí vem
Chamar o iOS 8 de sistema operativo incompleto seria injusto pois os utilizadores conseguem realizar todas as tarefas normais de um smartphone com a versão atual. Mas de acordo com aquilo que a Apple prometeu e anunciou, então aí sim a “acusação” de não estar completo faz sentido.
A tecnológica de Cupertino quis fortalecer a relação entre dispositivos da marca da maçã e para isso desenvolveu o sistema Continuidade. Com ele é possível continuar num dispositivo – no Mac por exemplo – o que estava a fazer noutro – no iPod. O Continuidade também permite que receber SMS, MMS e chamadas do iPhone no Mac ou iPad. E com o Instant Hotspot também é possível partilhar a Internet de um dispositivo para os restantes.
Mas o problema aqui está no facto de este ecossistema só ficar completo com o Mac OS X Yosemite – e que ainda não foi lançado. Algures em outubro, dizem os rumores. Portanto só nessa altura é que o iOS 8 estará também completo.
Outra ferramenta que ainda não está totalmente funcional é o iCloud Drive, o programa de armazenamento na nuvem criado pela Apple. No iOS 8 já existe a referência e a opção para permitir a sincronização com a ferramenta, mas a mesma ainda não está disponível. Uma vez mais, apenas quando chegar o Mac OS X Yosemite.
O TeK também não encontrou nenhuma referência direta ao HomeKit, a aplicação central que vai reunir informações de todas as apps e periféricos relacionados com a casa inteligente. É possível encontrar uma opção nas definições que permite remover as permissões dadas pelo HomeKit a algumas apps, mas nenhuma app independente por exemplo como a Saúde.
Considerações finais
No geral o iPhone continua rápido, mas existem sinais claros de que o sistema operativo é mais exigente ao nível do hardware. Por exemplo, o TeK teve algumas dificuldades na aplicação de mapas que chegou a “congelar” durante vários momentos. Numa outra ocasião, a aplicação da câmara fotográfica simplesmente bloqueou.
Problemas que foram facilmente ultrapassados através do reinício das apps, mas problemas que não são normais nos dispositivos da Apple. Também vale a pena referir que foram problemas que surgiram num curto espaço de tempo.
Ao nível da rapidez o TeK notou alguma demora no carregamento de conteúdos em algumas aplicações – como a secção de filmes do iTunes. E o Google Drive, outro exemplo, foi abaixo mais do que uma vez sempre que era tentado o carregamento de ficheiros.
Por fim fica uma nota de destaque para a bateria: em dez horas de utilização e de testes foram consumidos 65% de energia. Um valor que parece comum nos iPhone e que não parece ter sofrido grandes alterações com a chegada do novo sistema operativo.
É o iOS 8 melhor que o iOS 7? Claro que sim. Todas as atualizações são bem vindas, mais não seja ao nível da maior robustez no campo da segurança. E como o TeK foi explicando ao longo do texto, existem boas pequenas atualizações que mesmo não transformando a forma como interage com o telemóvel ou tablet, vão a determinada altura melhorar a sua relação com os equipamentos.
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Agora outra questão é: deve atualizar já para o iOS 8? Aqui a resposta não é tão clara. Sobretudo para os utilizadores do iPhone 4s. Mesmo no iPhone 5c – o modelo que aqui testado e que foi cedido por empréstimo pela Vodafone – o TeK notou alguns comportamentos que não são típicos de um equipamento iOS. Lentidão, travamento nas aplicações e mesmo bloqueio.
E como é possível atestar pelos comentários da notícia que divulgava a disponibilidade do sistema operativo, muitos utilizadores estão a encontrar falhas típicas de lançamento. O mais sensato é talvez esperar pela primeira atualização do sistema operativo – que deve chegar em poucas semanas – e que vai corrigir a maioria dos bugs.
Não se esqueçam também de acompanhar fóruns online, sobretudo os da Apple, onde os utilizadores fazem um relato de como estão a comportar-se os seus equipamentos com o novo iOS 8.
Depois da “lufada de ar fresco” que foi o iOS 7, o iOS 8 acaba por saber a pouco. Mas as revoluções não podem ser feitas todos os anos. Também pelo bem dos utilizadores, é preciso apostar na evolução em vez da revolução constante.
Resta esperar pela chegada dos novos iPhone para perceber se a experiência de utilização do iOS 8 é muito diferente nesses equipamentos.
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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