Caso exista orçamento disponível para um portátil deste género – não mantemos o suspense em relação ao preço deste novo Yoga 920, que ronda os 2.000 euros –, são vários os pontos que analisamos com rigor.
Em primeiro lugar, talvez seja o design a estar no topo das prioridades. Os dias de trabalho exigem um portátil compacto, leve e capaz de ficar tranquilamente dentro de qualquer mochila ou bolsa, pelo que a Lenovo fez um esforço para tornar mais fino o que já era fino, visto que do modelo 910 para este 920 a espessura passa de 14,3 para 13,95 mm. A diferença é mínima, mas está lá. Num segmento em que até os Mac mais finos podem ser concorrência, é bom perceber que as dimensões evoluem de geração para geração, sendo que esta versão do Yoga 920 apresenta medidas “totais” de 323 x 223,5 x 13,95 mm.
Por outro lado, contudo, o peso anda pelos 1,37 kg. E aqui acaba por ser um pouco estranho percebermos que esta marca podia efetivamente ser 100 ou 200 gramas mais reduzida, mesmo sabendo que este é um patamar de peso fantástico para quem andar sempre com o portátil na mochila. Acredite que não será pelo volume que o Yoga 920 deixará seja quem for desiludido.
Depois, “arrumados” num corpo em alumínio CNC polido que transpira elegância, estão ter elementos de design que não são apenas belos como também primam pela funcionalidade e eficácia, como seria de esperar depois de conhecermos em pormenor o antecessor Yoga 910.
Estamos a falar, em primeiro lugar, do ecrã de 13,9 polegadas deste híbrido, em conjunto com um teclado muito confortável, com perfil baixo e sem secção numérica, retroiluminado como mandam as “regras”. Por perto está também o outro elemento que referimos, que é o touchpad multitoque e que sentimos que é quase impossível de falhar um movimento. Um pouco ao lado, o sensor de impressão digital, de importância essencial e praticamente inevitável neste segmento. É a segurança que importa e, nesse sentido, aproveitar ao máximo a funcionalidade Windows Hello que num segundo ou pouco mais nos permite entrar no Windows 10 Home sem qualquer tipo adicional de autenticação. Também neste campo o funcionamento é irrepreensível, é certo.
Quase 14 polegadas onde costumam estar 13…
Mas é obrigatório recuar um pouco para focarmos de novo o ecrã, não fosse este o ex-libris principal deste Yoga 920, eventualmente. Por duas razões: por estarem alojadas 13,9 polegadas de diagonal onde normalmente estariam 13,3, devido a uma moldura com apenas 5 mm nas laterais, por exemplo. Não está aqui uma novidade absoluta entre os híbridos neste sector de preço, mas esta é claramente uma vantagem no momento de dotar o Yoga 920 com uma resolução mais elevada.
Ou seja, apesar de este portátil estar disponível também com ecrã Full HD, neste caso específico do 13IKB é a relação de 3.840 x 2.160 pixéis que dita as regras, o que, mais do que a trabalhar, é a “brincar” que se nota a diferença. Mas já lá vamos. É que é preciso não esquecer que o ecrã do Lenovo Yoga 920 é tátil e está otimizado para o uso de uma outra boa novidade: a Lenovo Active Pen 2.
À semelhança do que conhecemos no Microsoft Surface, por exemplo, este estilete digital apresenta uma ponta com 4.096 pontos de pressão e um emparelhamento por Bluetooth perfeito com a máquina. Confessamos que este é um recurso que acabamos por utilizar menos do que o esperado, tirando apenas umas notas com a funcionalidade Windows Ink e uma ou outra “brincadeira”, mas já vimos vários desenhadores e artistas gráficos, por exemplo, a garantirem que a Active Pen 2 é uma opção a ter em conta em termos de precisão e manuseamento. Na arrumação, no entanto, é impressão nossa ou a funcionalidade de algumas ligações e botões fica comprometida?
Voltando ao ecrã, tirando alguns reflexos em espaços exteriores, o desempenho é soberbo a todos os níveis, com o acréscimo de podermos dobrar o mesmo totalmente para trás, conferindo um formato tablet ao Yoga 920. Cuidado apenas na possibilidade de algumas teclas, do outro lado, serem pressionadas inadvertidamente. O sistema de dobradiças dos Lenovo Yoga, esse, dispensa apresentações tanto em termos de robustez como em termos de estética.
Autonomia a condizer com o 4K
Avancemos então agora para um dos outros pontos importantes para quem procura um híbrido de trabalho, seguindo a lógica inicial deste texto: a autonomia. A duração da bateria tem de ser a mais extensa possível, verdade seja dita, e neste campo os resultados dos nossos testes “pintam” um bom cenário, um cenário que leva este Yoga 920 a um nível de autonomia quase a tocar no concorrente Surface.
Sabemos que a autonomia depende sempre de vários fatores, das definições e do tipo de utilização, é certo. Mas, tendo em conta a ultra resolução do ecrã, testemunhar quase seis horas de funcionamento nas tarefas mais exigentes que conseguimos realizar é “obra”. Estamos a falar de jogos, edição de vídeo em Full HD e outras ações sempre a “puxar” muito pela configuração.
Numa ótica mais “leve”, registámos 7h45 minutos de uso multimédia “normal” e uma marca um pouco acima das dez horas deixando o computador ligado, simplesmente, sem hibernação ou suspensão.
Mas, afinal, o que está dentro do Yoga 920 para conseguirmos notar bons desempenhos profissionais e ao nível da autonomia? Fácil: um processador da nova geração Kaby Lake da Intel, o Core i7-8550U de quatro núcleos a 1,8 GHz, que faz um bom trabalho ao nível da gestão de energia. E 16 GB de memória RAM em equipa com um disco SSD de 512 GB. Há outras configurações disponíveis, fazendo variar o preço, mas esta revela equilíbrio num uso profissional, mantendo o peso aceitável.
Até aqui tudo bem, pois temos associado sempre o Yoga 920-13IKB ao trabalho e a contextos profissionais, sendo notório um desempenho mais do que suficiente para este tipo de tarefas, mesmo se nos arriscarmos um pouco na edição de vídeo em Full HD, sem exageros (resultados Novabench de 257, 927, 120 e 49 pontos em RAM, CPU; GPU e HD, respetivamente).
Também para lazer? Sim.
Mas quem disse que um portátil com estas características não será sempre um parceiro a ter em conta nos momentos de entretenimento? Claro que é. É verdade que não se trata de uma máquina de jogos, como podemos ver pelo pouco que a gráfica integrada Intel UHD Graphics 920 é capaz de fazer no 3DMark (429 pontos em TimeSpy e 4.414 em SkyDriver), mas séries do Netflix em 4K e alguns jogos menos exigentes com definições gráficas em Medium correm sem problemas de maior (resultados PCMark 8: 3.432, 2.697 e 2.694 pontos em Creative, Home e Work, respetivamente).
Mas lembre-se que a capacidade da unidade SSD para armazenar, neste caso 512 GB, pode ser escassa. Por outro lado, também neste capítulo, é bom notar que a componente sonoro é aceitável, com uma ligeira ajuda da norma Dolby Atmos. Com auscultadores, a experiência sonora é bastante boa; sem eles, a prestação de áudio desce um pouco, assumida por colunas estéreo JBL com Dolby Audio Premium.
No reverso da medalha, uma característica interessante: o alcance do microfone quando a usar as funcionalidades de assistente pessoal do Windows é bom. Quatro metros, diz a Lenovo – se falarmos alto, é possível. E a webcam 720p regressou à posição normal por cima do ecrã, depois de no 910 ter estado situada noutro ponto do corpo do portátil.
Como a análise já vai longa, chega a hora de concluir: esta configuração do Lenovo Yoga 920 é uma evolução bastante boa do antecessor direto e está ao nível da concorrência no segmento, servindo as necessidades de quem precisa de um ultrabook versátil para trabalhar em movimento. Para lazer, tudo é permitido exceto os jogos exigentes, por assim dizer.
Há ainda uma nota final a fazer, relacionada com as ligações. É bom vermos aqui duas portas USB-C com suporte Thunderbolt 3, pois, desta forma, ficam satisfeitas três necessidades: a ligação elétrica, a ligação a ecrãs externos e a recarga de equipamentos USB fast-charging. E a transferência de ficheiros vai além do que o USB 3.0 é capaz de fazer, apesar de estar presente uma destas ligações. Ainda assim, a porta HDMI pode fazer falta a alguns utilizadores, como no nosso caso em particular, sendo aqui importante o adaptador fornecido.
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