No último mês o Samsung Galaxy S20+ foi uma das companhias diárias num confinamento voluntário que trouxe mais tempo livre para explorar o smartphone, mas menos oportunidades de experimentar a câmara fotográfica. Já tínhamos tido a oportunidade de experimentar os novos telefones, num evento de antecipação do lançamento global, ainda em fevereiro, e as primeiras impressões foram positivas, mas como sempre é preciso “meter as mãos na massa” para perceber melhor como se comportam os equipamentos em utilização prolongada.
Desta vez testámos o Galaxy S20+, que não é o topo de gama dos novos Galaxy da linha S porque a Samsung decidiu lançar um modelo Ultra, que é mais artilhado em termos de câmara fotográfica, com o sensor de 108 MP, mas que partilha muitas das suas características com os outros modelos agora lançados. É certo que no geral o S20+ parece por isso menos impressionante, mas não deixa de ser um bom upgrade em relação aos S10+ lançados no ano passado.
A atualização começa no próprio design do smartphone, com o ecrã AMOLED de 6,7 polegadas a estender-se mais a toda a parte frontal do telefone, novas opções de cor na traseira e os cantos mais arredondados. Tudo afinado para a sensação de um smartphone premium a que a Samsung nos tem habituado, com a proteção de Gorilla Glass na frente e na traseira e uma moldura de alumínio.
A imagem do ecrã capta logo a atenção, com o display AMOLED de cores vivas, ângulo de visualização alargado e a novidade dos 120 Hz de refrescamento que trazem maior fluidez na visualização de conteúdos, embora mesmo mantendo o modo de 60 Hz a experiência seja muito boa.
A Samsung tem optado por ecrãs cada vez menos curvos, o que é curioso porque a marca foi uma das percursoras nesta área, mas pessoalmente acho um ponto positivo, porque a tendência era para os conteúdos “escorregarem” nas bermas e também o ecrã perder a sensibilidade nessa área.
Apesar da dimensão o telefone é confortável de usar, com muitas das tarefas a poderem ser completadas apenas com uma mão. A Samsung tem-se esforçado para isso e a skin One UI 2.1 combinada com o Android 10 dão uma boa ajuda.
É na opção pela colocação e arranjo da câmara fotográfica traseira que os novos modelos se destacam. Com três escolhas diferentes para o S20, o S20 + e o S20 Utra, a Samsung mantém uma sintonia de linhas de design entre os modelos, com a colocação das câmaras dentro de um rectângulo arrumado ao topo do lado esquerdo que quer marcar bem a consistência da fotografia e posicionar-se quase como uma câmara digital pro. E as especificações, de que falamos mais à frente, bem o justificam.
Por dentro há um processador Exynos 990 octa core de 7 nm, 8 MB de memória RAM e uma capacidade de armazenamento de 128 GB, que fica um bocadinho aquém do desejável. Não consegui transferir tudo o que tenho no Huawei Mate 20 Pro, e mesmo que não tivesse carregado todas as fotografias, este é um espaço limitado que facilmente se esgota se começar a usar frequentemente o modo de Take Único, que consome entre 12 e 120 MB consoante a duração da exposição. Pode sempre adicionar um microSD até 1TB para aumentar a capacidade, mas a Samsung também podia ser mais generosa. A bateria de 4.500 mAh e o carregamento rápido com Fast Wireless Charging 2.0 completam o pacote.
No conjunto o Galaxy S20+ é um telemóvel premium, no aspecto e nas configurações, e bate-se de igual para igual com outros topo de gama do mercado, mais ainda pela integração do 5G que ainda não pode ser usado em Portugal.
Ecrã impressionante. Afinal para que servem os 120 Hz ?
A taxa de refrescamento do ecrã dos novos Galaxy S20 + é um dos elementos diferenciadores dos novos modelos, e faz diferença na utilização, com maior fluidez nas animações e mesmo no normal scroll dentro das aplicações e do browser. Até parece que o telefone é mais rápido.
A opção não vem ativada de base e é preciso ir às definições mudar, mas depois de experimentar dificilmente vai querer voltar aos 60 Hz, mesmo com o sacrifício do tempo de bateria que lhe está associado. Um ponto negativo é que não se consegue usar os 120 Hz e a resolução máxima do ecrã ao mesmo tempo (os 3200 x 1440 - Quad HD+), mas normalmente o Full HD+ é suficiente.
Há ainda algumas situações em que a Samsung limita a utilização dos 120 Hz, sobretudo quando a temperatura do telefone sobe acima dos 40 graus, mudando automaticamente para 60 Hz, e quando a bateria está abaixo dos 5%. Algumas aplicações também só funcionam a 60 Hz, como o Google Maps.
O S20 + tem suporte HDR para conteúdo do YouTube e Netflix, o que é excelente para quem usa o smartphone para ver conteúdos em streaming (quem não usa que atire a primeira pedra).
O sensor de impressão digital está mais uma vez sob o ecrã, no meio da parte de baixo, e à semelhança do S10 não é muito rápido, exigindo por vezes que se mantenha o dedo pressionado por algum tempo (milissegundos na verdade). A quantidade de vezes que lavamos e desinfetamos as mãos nas últimas semanas também é possivelmente um elemento que dificulta a boa leitura das impressões digitais, mas o sistema de reconhecimento de rosto é uma excelente alternativa, rápida e eficaz, combinado com a funcionalidade de levantar o telefone para “acordar” o sistema é ainda mais ligeira.
Fotografia melhorada, Take Único e gravação de vídeo de 8K
Para quem gosta de fotografar o Samsung Galaxy S20 + é um companheiro que qualquer um quer trazer no bolso. A combinação de câmaras quatro câmaras traseiras, com a ultra grande angular e a grande angular com 12 MP cada e a teleobjetiva de 64 MP, combinadas com o sensor de profundidade de campo permitem excelentes fotografias em diferentes tipos de luminosidade, e os mais pro podem experimentar diferentes combinações das configurações para diferenciar os resultados finais.
Comparado com o S20 Ultra o S20 + não parece um grande upgrade em relação ao S10 +, mas sobretudo nas fotografias em modo noite e no vídeo, com suporte 8K, vai notar a diferença. E a utilização da inteligência artificial e otimização de software dão o toque adicional para melhorar o resultado final.
Não tivemos muito espaço para experimentar a câmara em cenários mais animadores do que os de perto de casa e os “modelos fotográficos” estavam pouco disponíveis. Mas nas várias experiências os resultados foram muito satisfatórios e o modo de Take Único traz um elemento de diferenciação que a maior parte dos utilizadores vão rapidamente reconhecer, oferecendo um pacote de fotografias com vários ângulos e filtros, e vídeos, tudo captado de uma única vez, sem grande esforço.
Entre as brincadeiras que fizemos à custa do stock de amêndoas da Páscoa da família, o vídeo em modo Super Lento foi o que ficou mais interessante.
Nas fotografias noturnas a utilização de uma superfície de apoio ou de um tripé é uma ajuda preciosa para conseguir melhores resultados, com maior tempo de exposição, mas não espere maravilhas. A nossa tentativa de fotografar a Super Lua não foi muito bem-sucedida.
A utilização do zoom até 30X, com a ajuda do “localizador” que a Samsung coloca no ecrã, tem resultados interessantes à distância, mas o melhor é também usar um apoio, ou tripé. Pela experiência o melhor é não usar zoom para apanhar elementos mais rápidos, como as abelhas, porque a velocidade do disparo não acompanha o movimento.
Por vezes é o próprio sistema que sugere passar para modo de 64 MP para conseguir capturar todos os detalhes de uma cena. E é também com este sensor que consegue chegar a 8K nos vídeos, com 24 frames por segundo, de onde consegue tirar fotos de 33 MP, mas sem estabilização. A recomendação é também que use este modo durante curtos vídeos, já que sentimos que o smartphone aquece mais do que devia nesta situação.
Bateria à altura do desempenho e com reverse charging
A bateria de 4.500 mAh mostrou ser suficiente para mais do que um dia de trabalho, mesmo quando é mais “puxada” por utilização de multimédia e jogos. A opção pela utilização do ecrã com a taxa de refrescamento de 120 Hz acaba por ser penalizadora, retirando algumas horas de duração, mas o carregamento rápido permite repor rapidamente um nível de carga que garante mais algumas horas de trabalho. 30 minutos de carregamento permitem repor mais 50% de bateria.
Este modelo só suporta carregamento sem fios de 15W e não chega aos 45 W do S20 Ultra e de alguns outros topo de gama, mas tem a possibilidade de reverse charging que é útil para recarregar os auriculares Buds + que eram oferecidos a quem comprou o S20 + durante a fase de pré-venda.
Um “ativo” que merece um upgrade da gama S da Samsung
Nos últimos anos temos testado todos os novos topos de gama da Samsung, desde a linha S à linha Note, e a verdade é que nem sempre a marca conseguiu dar saltos de qualidade e de desempenho surpreendentes, ou mesmo de design. O Galaxy S20 + entra nessa lista, não trazendo grandes surpresas mas sendo uma “atualização incremental” na linha dos Galaxy S, com um design elegante, “clean” e funcional, mas muito elegante, sobretudo pelos acabamentos. Para quem quer uma mudança mais radical o Z Flip pode ser uma escolha mais certa, mas é preciso também adaptação ao conceito.
A qualidade das câmaras, o zoom, o vídeo 8K e o ecrã de 120 Hz são elementos adicionais diferenciadores, e em muitos casos podem fazer a diferença na opção para trocar o S9 ou o S10, sobretudo se optar também pelo modelo 5G, que custa mais cerca de 100 euros mas que é um investimento à prova de futuro.
É pena que o smartphone não venha com mais capacidade de armazenamento, 128 GB são curtos. Há uma versão de 256 GB mas não está disponível no mercado português, nem sequer na versão Ultra.
Tudo somado, o Galaxy S20 + é um smartphone equilibrado, e com um preço a partir de 1.029 euros, que é de 1.129 para o modelo 5G, é provavelmente a melhor escolha para a maioria dos utilizadores, sobretudo comparado com o S20. Claro que quem estiver disposto a gastar mais 250 euros poderá subir alguns degraus de qualidade com o Galaxy S20 Ultra, sobretudo pelo upgrade na câmara fotográfica, mas nem sempre é fácil justificar pagar 1.380 euros por um smartphone.
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