Por esta altura mais de 20 mil casas portuguesas têm uma PlayStation 4 como principal máquina de jogo. A consola estreou no mercado nacional no final de novembro e a fome por uma nova geração de jogo aliada à época natalícia foi o catalisador perfeito para um começo auspicioso. Em todo o mundo são já mais de quatro milhões de unidades comercializadas - taco a taco com a Xbox One.
Discutir qual é a melhor consola é sempre uma questão difícil. Cada sistema de jogo apresenta características únicas que as rivais não conseguem ou não querem disponibilizar.
Por esta razão nem tudo é obra e mérito da Sony: também é preciso dar crédito às empresas rivais pois através das suas falhas salientam o trabalho da tecnológica nipónica: a Nintendo Wii U não tem tanta capacidade gráfica e integração social, enquanto a Xbox One pode só chegar ao mercado português no último trimestre do ano. E ninguém é tão dedicado ao mercado português como a Sony, situação que é refletida pela quota de mercado acima dos 70%.
Mais fácil é perceber o que é que a PlayStation fez bem e o que pode fazer melhor para conquistar os jogadores e a sua distinção de ter conseguido criar a melhor consola da oitava geração. O TeK enumera de seguida seis pontos, três positivos e três negativos que tentam explicar o que foi bem feito e o que ficou por fazer.
DualShock: uma extensão das mãos humanas
Ambiente social muito limitado
Uma nova vida para a Vita
Conteúdos precisam-se
Daqui para a frente é sempre a melhorar
Outras peças que faltam no puzzle
A sétima maravilha
DualShock: uma extensão das mãos humanas
Em termos de aspeto a PlayStation 4 está muito bem conseguida. O conceito quadrado, mas ao mesmo tempo desalinhado, transmite a noção de salto tecnológico, que realmente existe, relativamente à PlayStation 3. A qualidade de construção podia ser melhor, mas também é preciso perceber que este caminho faria disparar o preço do equipamento final.
Mas de todo o pacote de hardware o destaque vai para o comando. A quarta versão do DualShock é o melhor comando da PlayStation até à atualidade e apesar de parecer muito semelhante às versões anteriores, trouxe bastantes novidades.
Começando pela luz traseira. Além de funcionar como LED que permite distinguir os jogadores entre si - um problema antigo - funciona como sistema de reconhecimento para a câmara da PS4. O facto de a luz estar constantemente ligada pode irritar os mais sensíveis quando jogam em ambientes escuros, mas a verdade é que acaba por não ser muito incomodativa.
Depois existe o painel tátil no centro do comando. Ainda não é explorado de forma consistente, mas existem já bons exemplos do que pode trazer de diferenciador aos jogos - em Killzone Shadow Fall todas as ações do drone que acompanham a personagem principal são controladas pelo painel tátil. E numa época em que o touch está tão na moda, foi de muito bom tom incluir esta possibilidade para exploração por parte dos estúdios de produção.
Foi incorporado ainda um auscultador independente no comando que emite sons "únicos" que o jogo na televisão não transmite - em Knack isso é audível quando se apanham as relíquias por exemplo.
Na parte dos botões houve uma pequena reconfiguração: desaparecem os clássicos Start e Select para chegarem os botões Share - dedicado para a partilha social de conteúdos - e o botão Options - que é o Start da nova geração. Na parte traseira louvores também para a transformação dos botões R e L, sobretudo os número 2 que agora assemelham-se mais a gatilhos - uma transformação que se sente sobretudo nos First Person Shooters (FPS).
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Ambiente social muito limitado
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Outras peças que faltam no puzzle
A sétima maravilha
Ambiente social muito limitado
Os jogadores dedicados têm orgulho do que fazem e gostam de partilhar os momentos que passam na consola. A Sony sabe isso e aproveitou da melhor maneira este gosto pelo social permitindo que capturas de ecrã e vídeo curtos da jogabilidade possam ser partilhados no Facebook e Twitter. Também é possível transmitir o jogo em direto - nunca ninguém quis ver os jogos do TeK -, observar os jogos "live" de outras pessoas de todo o mundo e juntar-se instantaneamente aos jogos que estão a decorrer.
Toda a esfera social que a PlayStation 4 apresenta não existe de forma tão integrada e acessível em mais nenhum sistema de jogo. Mas faltam elementos. Para começar, faltam aplicações próprias do Facebook e do Twitter ou até do YouTube, uma das maiores plataformas de distribuição de conteúdos de gaming.
Depois falta a integração com outras redes sociais. Então e se o jogador tiver um Tumblr dedicado ao gaming ou até uma comunidade no Google+ onde se reúne com outros aficionados dos jogos? Estes são dois exemplos de plataformas que têm dezenas de milhões de utilizadores, portanto falta de interesse não será argumento válido. Mesmo sabendo que os grandes nomes do social são o Facebook e o Twitter, seria de esperar mais por parte da Sony. Talvez em atualizações futuras.
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De certa forma a PlayStation tenta replicar com a ajuda da PS Vita o que Nintendo Wii U consegue fazer sozinha e de origem. Através de uma aplicação de ligação é possível usar a consola portátil como segundo ecrã de determinados jogos ou até como ecrã principal dos títulos que estão a correr na PS4, libertando o a televisão.
E isto é feito de forma impressionante. Sem latência, sem atrasos, sem erros. A experiência não é perfeita como seria de esperar. O TeK encontrou algumas dificuldades para replicar no ecrã tátil traseiro da Vita algumas ações que são pedidas nos botões R3 ou L3 do DualShock. Mas esta questão é rapidamente esquecida quando se vê jogos da categoria de Killzone Shadow Fall a correr em cinco polegadas como se tivesse nascido para aquilo.
A qualidade não é a mesma, é preciso reconhecer, ainda assim é animador o simples pensamento de poder ir para outra divisão da casa e continuar a jogar o jogo que deixou a meio na televisão porque alguém tomou o sofá de assalto e sem margem para negociação.
Se tem uma Vita, parabéns, a sua consola ficou muito melhor. Se estava a pensar comprar uma, avance pois vai-lhe dar uso de forma integrada ou independente. Mas se não tiver nem quiser, não se preocupe pois a experiência de utilização da PS4 nunca fica comprometida sem a Vita. O equipamento portátil tem que ser visto como um complemento e como uma exploração obrigatória do conceito mobile.
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Primeiro só havia a Vidzone, uma espécie de YouTube com menos conteúdos. Depois chegou a parceria com a PT e a aplicação do Meo Videoclube.
Mesmo sabendo que o mercado europeu é um quebra-cabeças no que à distribuição de conteúdos diz respeito, seria de esperar que no mercado mundial onde a Sony tem mais quota de mercado - apesar de ser um mercado pequeno em número de utilizadores únicos - a empresa fizesse uma aposta nos conteúdos.
Não se pedia um Netflix, mas pelo menos os serviços próprios da Sony: Music e Video Unlimited. A "mágoa" é ainda maior sabendo que logo aqui ao lado, em Espanho, os "nuestros hermanos" têm acesso a sete serviços de conteúdos digitais e que noutras partes do mundo, como no Reino Unido, são 11 os serviços que estão à mercê dos jogadores.
Numa época em que o consumo de conteúdos se faz de forma cada vez mais independente, e sabendo que a Xbox One foca-se muito neste conceito de multimédia e de centro de acesso a vídeos, música e outros dados, esperava-se mais da Sony e do que a PlayStation 4 tem para oferecer neste campo. Mas como dizem alguns utilizadores: "uma consola serve para jogar certo?".
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Se numa fase de lançamento já existem poucas falhas a apontar à PlayStation, no futuro vai ser ainda mais difícil. Modéstia à parte, a Sony está a preparar uma das maiores revoluções que o mundo do gaming já conheceu - jogabilidade descentralizada e baseada na nuvem.
O PlayStation Now é um serviço que vai permitir jogar títulos da PS3, como The Last of Us, num tablet, smartphone, televisor Bravia ou PlayStation Vita. Os interessados apenas vão precisar de uma conexão de Internet com 5Mbps de débito e de pagar, muito provavelmente, uma mensalidade cujo preço ainda não se conhece.
O serviço estreia este ano nos EUA e deve chegar à Europa no início de 2015, de acordo com os rumores que circularam na imprensa especializada.
Acontecendo o lançamento ainda no primeiro ano de vida da PS4, aliado à PS Vita TV, a Sony está a criar condições e um ecossistema que só reforça a nova consola. A Nintendo tem as consolas virtuais. Resta saber o que prepara a Microsoft neste segmento.
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Outras peças que faltam no puzzle
Apesar de estar a trilhar um caminho que parece lógico e entusiasmante para o futuro, existem pormenores na PlayStation 4 de agora que deixam a desejar. A começar pela falta de retrocompatibilidade. Existem tantos e tão bons jogos nas consolas anteriores, alguns deles recentes como Gran Turismo 5, que é desproveitoso não puderem ser jogados na PS4.
O sonho comanda a vida, mas é o dinheiro que comando o negócio. Sendo perceptível que cortar a retrocompatibilidade gera mais dinheiro - enquanto não chega o PlayStation Now -, é também preciso perceber que ao longo dos últimos anos milhares de pessoas construíram verdadeiros portfólios da PlayStation. Mas defendendo a fabricante, também é preciso perceber que em alguma altura é preciso cortar o "cordão umbilical".
Depois a falta de suporte para armazenamento externo. Mesmo que venha a chegar no futuro, é incompreensível como é que uma máquina tão avançada como a PlayStation 4 não consegue ler um filme a partir de uma pen drive. E como é que não aceita discos rígidos para aumentar a capacidade, já grande, de armazenamento da consola. Basta olhar para a trapalhada que são os cartões de memória proprietários da PS Vita para perceber que limitar a utilização das consolas é limitar o seu interesse junto da comunidade.
Depois há ainda o facto de não se poder jogar um título sem a necessidade de um CD. De que serve ter uma consola potente, rapidíssima, que permite trocar de aplicação em dez segundos, se se para trocar um jogo é preciso levantar e trocar o CD? - tendo em conta de que não é uma versão digital. Neste campo a Xbox One ganha e deveria fazer a Sony pensar. Mesmo olhando para o conceito de on the move da integração com a PS Vita, não faz muito sentido. Estar no quarto e ter que vir à sala para trocar de jogo? Pedia-se mais flexibilidade neste campo.
Por fim faltou também a Sony ter enviado a câmara da PlayStation 4 para testes, para que o serviço Playroom pudesse ter sido explorado. Desta forma ficou por explorar uma das funcionalidades mais características e talvez mais divertidas - como aparentam alguns vídeos que se encontram facilmente - da PlayStation 4.
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A sétima maravilha
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Sim, eram seis pontos de análise, mas há uma outra que vale a pena considerar e que na opinião do TeK faz pender a balança para o lado da Sony em relação à Microsoft e à Nintendo: o preço.
Sempre o preço. Em qualquer análise que se faça o valor do produto é um factor que faz "rolar cabeças", mesmo sendo o melhor dispositivo do mercado na sua categoria. E no caso da Sony, a má lição assimilada com a PS3 surtiu bons efeitos.
A PlayStation 4 tem o preço perfeito. Para uma consola nova, evoluída, com gráficos de última geração, mais de 180 jogos em desenvolvimento, muitos exclusivos e franquias novas, com um potencial todo ainda por explorar, não se podia pedir menos que 399 euros. Os 499 euros que a Microsoft pede pela Xbox One também parecem alinhados, tendo em conta que o Kinect vem incluído, mas é tudo uma questão de estratégia: a Microsoft quer vender o Kinect e precisa dele para diferenciar a consola, a Sony considera a câmara como um extra.
Os leitores são agora convidados a escrever na caixa de comentários a sua opinião sobre a nova PlayStation 4 e sobre as outras duas consolas que compõe a oitava geração de gaming "caseiro".
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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