O SAPO TEK fez parte da comitiva internacional presente na sede da Nintendo Europa para a revelação mundial do novo acessório de fitness da fabricante, o Ring Fit Adventure, que pela sua simplicidade tem suscitado algumas dúvidas à comunidade de jogadores e possíveis entusiastas de “ginástica caseira”.
Como pode um simples aro de plástico contribuir para uma variedade de exercícios ao nível de todo o corpo, literalmente da cabeça aos pés? É simples, o aro apenas traduz a força e os movimentos exercidos pelos utilizadores, respondendo às exigências e desafios introduzidos pelo próprio jogo. Mas a “magia” apenas é possível com a intermediação dos Joy-Cons, um colocado no próprio aro, e o outro numa pequena bolsa agarrada à perna esquerda.
Os comandos da Switch têm características que permitem identificar com grande precisão a posição dos jogadores, os movimentos que fazem, o que na ginástica é essencial. O aro é o catalisador de toda a energia despendida pelos jogadores para superar os objetivos impostos pelo treinador virtual e ações na própria aventura. Fazer exercício não é mais que queimar calorias, seja qual for a atividade, e por isso, é garantido que o simples facto de jogarem Ring Fit Adventure em pé, seja por 10 minutos ou meia hora, vai certamente aliviar o “peso” daquele croissant que comeu ao pequeno almoço. E como avaliar isso? Através do suor…
A falta de rigor ou desafio em títulos de ginástica lançados na Wii, como o Wii Sports ou Wii Fit, deixaram no ar o potencial deste tipo de jogos, mas era preciso uma maior exigência e assertividade nas ações para que os jogadores entrassem numa rotina de treino. E por isso mesmo, seja com acessórios como a Wii Balance Board e os próprios comandos da consola, o Wiimote e Nunchuck, a Nintendo sempre foi cautelosa na abordagem à sua promoção, referindo que os jogos não seriam um substituto ao ginásio.
Com Ring Fit Adventure a fabricante nipónica “assume” esse compromisso, arriscando que o exercício oferecido pela nova experiência poderá, pelo menos, compensar um dia de preguiça que não lhe dê jeito ir ao ginásio. A avaliar as dores no corpo que surgem no dia seguinte (mais acentuados no segundo dia após os exercícios) ao esforço feito a utilizar o periférico, é certo dizer que esticar e encolher o aro de plástico funciona como um qualquer acessório presente num ginásio de fitness. Esse sentimento é reforçado pela facilidade com que as atividades do jogo fazem suar.
A grande vantagem de toda a experiência Ring Fit Adventure é que a qualidade da engenharia dos Joy-Cons permite identificar com precisão tanto aquilo que os jogadores estão a fazer de bem, como de mal, e nesse caso o assistente virtual do jogo entra em cena para corrigir: sejam movimentos de braços e pernas, forma de segurar o aro e até as sugestões de alongamentos para os utilizadores.
Apesar de ser fácil associar o acessório como um objeto para ser utilizado com as mãos, daí o pensamento que apenas serve para exercitar os braços, isso não é verdade. Muitas das atividades requerem que o utilizador se sente no tapete no chão, coloque o aro no meio das pernas e aperte. Além disso, há movimentos de ioga que podem ser replicados com o acessório, significando ficar em certas poses por tempo prolongado, e até torcer o tronco. E mesmo durante o combate com os monstros na aventura, defender os golpes dos inimigos obriga a empurrar o aro contra a barriga.
A personagem da aventura é a projeção do próprio utilizador. Este corre mais rápido, quanto mais rápido forem os movimentos do jogador, neste caso correr parado, que no fundo é um dos exercícios de aquecimento de qualquer modalidade desportiva na “vida real”. As ações no jogo obrigam ainda a utilizar os braços, para apertar ou esticar o aro, e como foi dito na outra peça, este é muito flexível, mas resistente, o que incentiva os jogadores a levaram ao extremo as suas ações para melhor pontuarem, ou matarem monstrinhos.
Pessoalmente, a melhor ação é tentar fazer a personagem flutuar no ar, como se estivesse equipado com um jetpac. E essa ação requer que o utilizador aperte com força o aro, mantendo-se firme e numa posição a apontar para baixo, o que na prática se traduz num esforço significativo, sobretudo se pretender repetir sucessivamente essa ação.
Mesmo de forma desordenada, jogar mini-jogos sem qualquer plano de treino, lembrando que a Nintendo recomenda a meia hora por dia, os utilizadores estão em constante esforço físico, a fazer exercício. Mas pode criar atividades e até rotinas, com registo de resultados no jogo através do modo Quick Play, num plano mais detalhado de exercícios e com um mentor virtual que corrige e incentiva os utilizadores durante os treinos.
Tendo em conta que por vezes o desempenho nos exercícios passa pela capacidade das pessoas se abstraírem, umas ouvindo música, outras simplesmente a tentarem “limpar a mente”, a atividade lúdica presente no “package” do jogo vai distrair os utilizadores nos treinos. Os mini-jogos são muito divertidos, mas estupidamente desafiantes, sobretudo se querem obter os melhores registos na consola, para surpreender amigos lá em casa, ou online, visto que é possível comparar pontuações entre utilizadores em todo o mundo. Partir o máximo de caixotes dentro de um tempo limite ou esmagar molas num tabuleiro são algumas das atividades que se torna fácil esquecer o esforço necessário para o sucesso.
De realçar ainda que o próprio software se adapta aos jogadores, mediante a escolha da dificuldade. De zero a 30, quanto mais alto o nível, mas esforço físico terá de fazer para que se traduza em resultados no jogo. Isso significa ainda que qualquer pessoa, em mais ou menos forma, pode experienciar as atividades ao seu próprio ritmo e intensidade, lembrando que o Joy-Con permite ler as pulsações do ritmo cardíaco do jogador a qualquer altura.
Uma das informações que estava sob embargo na visita à Nintendo dizia respeito ao modo Multitask, uma das funcionalidades mais curiosas do jogo. Neste modo os jogadores podem continuar a exercitar-se com o aro, mesmo com o jogo desligado, fazendo exercícios no sofá, por exemplo. A vantagem é que mesmo em stand by, a consola mantém a contagem das pressões do aro, o que pode, pode exemplo, estar a ver um filme ou um jogo de futebol mantendo o exercício. Esse esforço adicional vai traduzir-se em experiência extra, somada à progressão da personagem da aventura.
O acessório é dinâmico e adaptável facilmente às dezenas de exercícios presentes no jogo (ou fora dele). Por isso, voltando à pergunta inicial, sim, é possível considerar Ring Fit Adventure uma espécie de treinador de fitness. Tudo depende do tempo despendido e o empenho, sem nunca esquecer a diversão de todo o “treino”.
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