Mais finos e com design em linhas mais retas, os novos smartphones da Google trazem para o mundo Android novas opções de inteligência artificial, que estão mais integradas com o sistema operativo, mas puxam também pela qualidade e durabilidade dos materiais, as câmaras e o desempenho para concorrer num mercado cada vez mais disputado.
A nova família de smartphones da Google chega amanhã às lojas com três modelos Pixel 9, e a estreia do modelo Pro XL para quem gosta de ecrãs de maior dimensão. É a primeira vez que a Google lança três modelos, duplicando a oferta Pro com um modelo mais pequeno e mantendo para o Pixel 9 Pro XL o tamanho semelhante ao que tinha sido adotado no Pixel 8 Pro. Mas para além do design com os “traços” familiares, os novos Pixel 9 partilham também elementos importantes, como os processadores Tensor G4 e as opções nas câmaras fotográficas, a que se somam as ferramentas de Inteligência Artificial, agora com o Gemini mais presente em todas as áreas. Segundo a própria Google, são estes os elementos que contribuem para o melhor desempenho do smartphone, 20% mais rápido na navegação web e 17% mais rápido a abrir aplicações, mas que sobretudo nas funcionalidades de IA, algumas das quais recorrem à capacidade de processamento local com o Gemini Nano.
O SAPO TEK já tinha tido acesso a uma pré conferência onde foram partilhadas as características e novas funcionalidades dos Pixel 9, ainda antes da apresentação oficial a 13 de agosto, e nos últimos dias tivemos a possibilidade de testar o novo o Pixel 9 Pro XL e o Pixel 9. Em modo de verão superam as expectativas em algumas áreas, embora ainda não tenham todo o leque de ferramentas de IA disponíveis em Portugal, e fizeram brilhar as imagens com a luz de Lisboa e Sesimbra a contribuir para o resultado final.
Nos pontos fortes estão claramente os novos materiais integrados, mais resistentes e duráveis, assim como o desempenho com o processador Tensor G4, acompanhado de 16 GB de RAM, e a atualização das câmaras com a câmara frontal de 42 MP e vídeo com qualidade 8K e sensor zoom de alta resolução. Ainda assim, há detalhes a melhorar.
Vale a pena optar pelo Pixel 9 Pro XL?
O Pixel 8 Pro foi um companheiro assíduo no dia a dia nos últimos meses, dando provas de que a aposta da Google nos smartphones tem trunfos para se afirmar num mundo onde marcas como a Samsung, Apple, Xiaomi e Huawei já conquistaram créditos na qualidade dos equipamentos. E esteve sempre à altura dos desafios, acompanhando o ritmo quando necessário e mostrando estar taco a taco com os topos de gama de outras marcas em vários pontos, embora com a necessidade de optimizar algumas áreas, sobretudo na bateria e carregamento.
Agora o Pixel 9 Pro XL pode ser visto como um “substituto” natural do Pixel 8 Pro, pelo tamanho e características, trazendo várias atualizações no desempenho, materiais e nas câmaras fotográficas, assim como nas ferramentas de IA, por isso foi fácil a adaptação, desde que o tirámos da caixa.
Veja as imagens
O design tem um ar premium e adotou linhas mais retas que são a principal tendência, embora mantendo os cantos arredondados, com a moldura metálica a acompanhar de forma mais integrada o chassi do telefone que tem a traseira em vidro mate acetinado, com Gorilla Glass Victus 2 para maior durabilidade. Só é pena que acabe por ser “escondido” por uma capa, por muito que seja importante evitar acidentes com quedas.
O bloco de câmaras foi redesenhado, e em vez de “abraçar” o telefone de ponta a ponta tem agora um formato de “pílula” que integra o arranjo traseiro de três câmaras, o flash e o sensor de termómetro, mas que não desequilibra o Pixel, mesmo quando está pousado em cima da mesa, servindo quase como “suporte” elevatório que resulta bem nestas situações.
Com os mesmos traços de família, o que distingue o Pixel 9 Pro XL é claramente o tamanho, o ecrã maior (6,8 polegadas) e mais brilhante, a bateria de maior capacidade, com 5.050 mAh. E o preço, 100 euros acima do modelo Pro em todas as configurações. Todas as restantes características são partilhadas com o modelo Pixel 9 Pro, agora em formato de 6,3 polegadas, o mesmo do Pixel 9.
O ecrã destaca-se pela dimensão e pelo brilho, que atinge os 3.000 nits, com a tecnologia Super Actua e taxa de atualização dinâmica até 120 Hz. Este pode ser um dos principais argumentos face ao modelo Pro, já que a maior capacidade de bateria pode acabar por não trazer grande (ou nenhuma) diferença no tempo de vida útil, sendo a energia gasta pelo consumo adicional do ecrã. De notar ainda o carregamento mais rápido, capaz de atingir os 70% de carga em 30 minutos.
Não experimentámos o Pixel 9 Pro, mas na lista de características é fácil verificar que há muitas semelhanças com o “irmão maior” Pixel 9 Pro XL, pelo que a escolha entre ambos vai depender mais do gosto pela dimensão dos ecrãs do que qualquer outra razão. Já em relação ao Pixel 9 há mais elementos a considerar, desde a qualidade do ecrã às câmaras fotográficas, com sistema duplo que não inclui a telefoto de 48 MP.
A “magia” da fotografia renovada com editor avançado
A adição de uma câmara frontal para selfies com 42 MP é uma das maiores mudanças nos novos Pixel 9, mas só nos modelos Pro. O arranjo de câmaras traseiras, triplo, mantém a lente principal de 50 MP, a grande angular e teleobjetiva com 48 MP cada, e zoom óptico de 5X, com melhorias na captação em situações de baixa luminosidade e na estabilização. No vídeo são a possibilidade de gravar a 8K e as novas funcionalidades de edição que podem fazer a diferença no resultado final.
Como já tinha acontecido com os primeiros testes dos Pixel, a edição de fotografia com as várias ferramentas “mágicas” do editor, tornou-se numa das brincadeiras mais apelativas, em especial com a possibilidade de melhorar elementos ou pedir sugestões de alteração de fundos, nem sempre com os melhores resultados. Em modo de verão, e aproveitando a luz de Lisboa e Sesimbra, a captação de imagens e edição tornam-se um prazer que ajuda a redescobrir recantos já bem conhecidos.
Apagar pessoas das fotografias faz com que não seja preciso esperar para ter a foto perfeita, sobretudo em locais turísticos, mas as sugestões para adicionar novos fundos ou movimentar e aumentar elementos na imagem pode acabar com desfechos estranhos, como acontece neste exemplo com a Torre de Belém.
Não houve muito tempo durante os testes para fazer muitos vídeos, mas gostámos da estabilização, embora os resultados com a captação de som fossem prejudicados pelo vento forte que se fazia sentir. Pontos positivos para o efeito cinematográfico e a possibilidade de editar facilmente os time lapse e eeito esbatido nos vídeos, que ajuda a dar resultados diferentes do habitual e mais artísticos.
As experiências de fotografia mostram resultados luminosos e o zoom conseguiu aproximar imagens distantes de forma satisfatória, mesmo sem usar um tripé. Os barcos no Tejo provam a capacidade de aproximação, estabilizada automaticamente, e com a possibilidade de editar ainda a fotograia para melhorias adicionais
Para as fotos de grupo o “adiciona-me” traz a possibilidade de incluir na imagem a pessoa que normalmente fica de fora, colando duas fotografias. E o sistema ajuda a fazer o enquadramento com orientações para que tudo saia bem logo à primeira, desde que haja alguma paciência e os sorrisos se mantenham.
Veja algumas das imagens captadas com o Pixel 9 Pro XL
Mais inteligência com funcionalidades ainda para comprovar
Os novos Pixel 9 são os primeiros a integrar o modelo multimodal Gemini nano diretamente no interface e isso é visível em vários pontos na utilização do smartphone. É preciso dar mais permissões para que o assistente digital entenda os seus hábitos e gostos, mas isso vai resultar também em sugestões mais práticas e úteis.
Se vai em passeio pode pedir ao Gemini recomendações de locais a visitar ou restaurantes, e se está a preparar um jantar familiar o assistente pode fazer uma lista de compras para a refeição com um simples pedido. Durante a análise usámos uma conta Google que só serve para testes e por isso não conseguimos explorar muito todo o potencial desta integração, mas os exemplos apresentados são sugestivos.
Este vídeo mostra as funções de IA em ação
Entre as novidades adicionadas ao sistema operativo destacam-se a transcrição de chamadas de voz, com o Call Notes, assim como as Smart Replies no teclado do smartphone, o Gboard, mas ambas estão apenas disponíveis para inglês e não funcionam ainda em Portugal. O mesmo acontece com o Pixel Studio, para criar imagens com IA de forma rápida, e o Pixel Screenshots, onde as capturas de ecrã são usadas na pesquisa de conteúdos e resultados apresentadas. A Google não confirma quando estarão estas ferramentas acessíveis em Portugal (e na Europa), acompanhando algumas limitações nas ferramentas de IA que também os Galaxy da Samsung têm, embora neste caso já exista uma confirmação de que vai ser feita uma atualização até ao final do ano.
Neste teste também não conseguimos ainda usar a VPN que a Google disponibiliza gratuitamente no Pixel e a função de termómetro, que mede temperaturas com o sensor integrado no Pixel 9 Pro e Pixel 9 Pro XL, também só deverá estar ativa nos próximos dias.
Como a Google antecipou este ano o lançamento dos Pixel, os novos smartphones vêm ainda com Android 14, mas serão atualizados para a nova versão do sistema operativo, o Android 15, assim que disponível, o que deve acontecer no outono, ainda sem data confirmada. Mantém-se também o compromisso de 7 anos de atualizações do sistema operativo e de segurança, e a adição de novas funcionalidades com os Pixel Drops, o que faz com que a Google continue na linha da frente deste compromisso.
Uma última nota para o preço. Os novos smartphones chegam às lojas da Vodafone, Worten e FNAC a 22 de agosto e os preços começam nos 919 euros para o modelo Pixel 9 de 128 GB e sobem a 1.019 euros na versão de 256 GB, enquanto os Pixel 9 Pro estão à venda por 1.119 euros para 128 GB, subindo para 1.219 euros nos 256 GB e 1.349 nos 512 GB.
Para os Pixel 9 Pro XL o custo é de 1.219 euros na versão de 128 GB, 1.319 na versão de 256 GB e 1.449 no modelo de 512 GB. Não estão disponíveis em Portugal as versões com 1 TB de espaço de armazenamento, mas a Google oferece 6 meses de Google One Premium com 2TB grátis para novos utilizadores Google One na compra do Pixel 9, que passa a 1 ano no Pixel 9 Pro e Pro XL. Há também 3 meses de YouTube Premium grátis para novos utilizadores YT Music/Premium e 6 meses de Fitbit Premium grátis para novos utilizadores Fitbit Premium.
Tudo somado o Google Pixel 9 Pro XL está bem posicionado na lista dos melhores smartphones do mercado, partindo com avanço nas ferramentas de inteligência artificial e na integração com a IA generativa do Gemini, mesmo com as limitações que ainda existem em Portugal. E as versões Pixel 9 Pro e Pixel 9 não ficam atrás, com opções mais baratas e com funcionalidades equiparadas em termos de hardware, no caso da versão Pro, e de software, no Pixel 9.
Mesmo assim, se já tinha um Pixel 8 Pro há que considerar seriamente se vale a pena comprar o novo modelo. Apesar de algumas das funcionalidades de IA estarem dependentes do processamento local com o Tensor G4, muitas das ferramentas vão chegar às versões anteriores da linha Pixel trazendo um refrescamento na utilização das principais funcionalidades sem ter de investir num novo smartphone.
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