Os dados foram recolhidos pela Gallup que publicou esta semana o estudo que resultou do inquérito global onde mostra que a maioria dos adultos em todo o mundo estavam dispostos a ser vacinados gratuitamente contra a COVID-19 (68%) mas que ainda há mais de 1,3 mil milhões que recusam a vacina.
A empresa alerta que desta forma há um número significativo de países onde o número de vacinados fica abaixo dos limites referidos pelos especialistas, que apontam para os 70% a 90% para obter imunidade coletiva. Segundo os dados, mesmo que todos os inquiridos que admitiram tomar a vacina o fizessem, apenas 38 dos 116 países e áreas que o Gallup pesquisou ao longo da segunda metade de 2020 atingiriam o limite mínimo estimado de vacinados.
A diversidade entre os vários países é muito significativa neste inquérito, com 96% dos inquiridos no Mianmar a admitirem ser vacinados, enquanto no outro extremo está o Cazaquistão, onde apenas 25% da população admite a toma da vacina. Portugal está dentro da média com 68% dos inquiridos a mostraram estar disponíveis para serem vacinados.
Em 15 países, incluindo a Índia, que atualmente enfrenta uma segunda onda catastrófica do vírus e onde menos de 10% da população recebeu uma dose, o número de inquiridos que se mostrou disponível para tomar a vacina contra o coronavírus estava entre 80% e 89%.
Em mais de duas dezenas de países, incluindo o Reino Unido, Alemanha e Brasil - que também está a enfrentar com um grande aumento de COVID-19 - 70% a 79% estavam dispostos a serem vacinados.
A empresa destaca também que há um menor interesse na Europa oriental e nos antigos estados da União Soviética, incluindo a Rússia, isto apesar do país ter sido o primeiro a avançar com a vacinação.
Muitos países nessas duas regiões - incluindo a maioria dos Balcãs - e ex-estados soviéticos dominam a lista de lugares onde as pessoas estavam menos dispostas a tomar uma vacina contra o coronavírus se ela estivesse disponível gratuitamente.
Nos países africanos há também uma grande maioria de inquiridos que se mostram indisponíveis para serem vacinados. O Gabão teve os níveis mais altos de recusa em 2020 com 66%, seguido pelos Camarões e a Jordânia com 65 por cento e 62 por cento, respetivamente.
Segundo os dados, apesar do início da vacinação em muitos países a evolução de número de vacinados é também muito diferente. No início de maio de 2021, apenas 8,5% dos russos tinham recebido uma injeção, em comparação com 44% dos americanos.
A contextualizar os dados, a Gallup reconhece que suas pesquisas mediram as atitudes em relação à vacinação no ano passado, quando os países estavam em estágios diferentes tanto da pandemia quanto do lançamento de suas vacinas. "É perfeitamente possível e, de fato, provável que as atitudes tenham mudado em 2021 em consonância com as campanhas de vacinação bem-sucedidas", indica a empresa.
O estudo pode ser consultado em PDF através deste link.
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