Um quarto dos portugueses pretende comprar um novo smartphone este ano. Treze por cento têm planos para adquirir um tablet, de acordo com os dados apurados pela Deloitte no estudo Tecnhology, Media and Telecommunications Predictions.



Os dados apurados para Portugal estão em linha com os números obtidos em termos globais, embora a nível nacional se registe uma maior moderação nos planos de compras deste tipo de gadgets para o resto do ano. O estudo conclui que os portugueses não pensam em deixar de estar atualizados, mas reservam este ano menos dinheiro para este tipo de compras.



O preço é importante em todos os mercados e tem sido o fator-chave para o desenvolvimento dos telemóveis inteligentes, faz também notar a Deloitte. Os portugueses inquiridos no estudo indicaram claramente essa questão, com 74% a admitirem que se o valor médio dos smartphones fosse de 50 euros teriam maior apetência para comprar. Mesmo assim conclui-se que mais de metade da polução urbana - de Lisboa e Porto - em Portugal já usa um smartphone, sendo que 13% deste universo de utilizadores possuem mesmo dois equipamentos.



Ainda no que se refere ao factor preço, vale a pena referir que, a nível global, a Deloitte prevê a aquisição este ano em todo o mundo de 500 milhões de smartphones de valor igual ou inferior a 76 euros.

Internet sem limites vai acabar

O estudo da Deloitte também prevê o fim da Internet sem limites, um tema que tem vindo a ser discutido a nível mundial e que alguns operadores já estão a pôr em prática. Ao longo do ano a tendência continuará a progredir nesse sentido.



A medida não afetará a grande maioria dos utilizadores, mas irá restringir a liberdade de movimentos dos chamados heavy users para evitar o congestionamento das redes. Esta alteração de política dos operadores terá implicações nos hábitos de consumo e ajudará a dar expressão às alternativas que permitam transmitir dados entre curtas distâncias, como o Bluetooth.



A marcar o mercado das TIC em 2012 está também a explosão dos conteúdos móveis, nomeadamente das aplicações para telemóvel. A este nível a Deloitte prevê que no final deste ano existirão 2 milhões de aplicações em lojas online, contra um milhão no final do ano passado.



Mas se o número de aplicações aumenta, o número de downloads tende a diminuir, algo que se antecipa tanto para as aplicações pagas como para as gratuitas. Portugal ainda não acompanha esta tendência e o número de downloads de aplicações nas lojas associadas aos principais sistemas operativos móveis continua a crescer. 42% dos utilizadores de smartphones descarregam entre duas a cinco aplicações por mês.



Jogos online serão pagos

O estudo também analisa o fenómeno das redes sociais e dos jogos sociais, considerando que neste mercado assistir-se-á já este ano a um abrandamento das taxas de crescimento aceleradas que se verificaram nos anos anteriores. A maior maturidade deste mercado também levará a uma seleção natural, que deixará pelo caminho muitos jogos. A Deloitte acredita ainda que o princípio do utilizador pagador vai passar a imperar neste mercado, onde as preferências dos utilizadores ainda vão essencialmente para alternativas pagas, como mostram os resultados do inquérito em Portugal.



Quase metade dos inquiridos pela Deloitte em Portugal (49%) admitem jogar online - entre uma a três horas por dia - mas só 10% investe dinheiro nessa atividade.



A televisão também é abordada na pesquisa, onde se conclui que os consumidores privilegiam as emissões em direto e ajustam a utilização deste meio à grelha de programação dos vários canais. Os tablets e os smartphones vieram permitir o acesso em trânsito a conteúdos televisivos, uma tendência que está a crescer, sobretudo entre os jovens.



Neste aspecto Portugal afasta-se da tendência europeia, revela a Deloitte, com um número baixo de utilizadores de smartphones e tablets a usarem esses dispositivos para ver televisão: 75% dos inquiridos nunca utilizaram o smartphone e 55% nunca usaram o tablet para ver TV.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico